Brincar de Amar
Somos aquilo que se mantêm pela essência de quem se percebe, se reconhece, se decora, se namora, mesmo sem nunca ter se tocado...
Você pode até ser apenas poesia, mas é poesia em chamas, destas que fazem arder os sentidos e que dão vontade de emoldurar para ler todos os dias ao acordar...
Seremos sempre laços de afeto que não se desatam facilmente,
pois o que há entre nós é a mais genuína essência daquilo que se sente.
Sentimos saudades de nossas poesias, imagens e canções.
Nada é físico, nada é concreto, mas tudo parece ser completo, tamanha a sinergia, esta que se recria a cada mensagem, que se faz brasa acesa, combustível e calmaria na lida do dia a dia...
Namorar, casar, juntar, que tenha o nome que for.
Que seja apenas, cumplicidade e admiração mútua,
respeito em via de mão dupla,
braço forte em reciprocidade,
projeto de vida em comunhão de sentimento,
de quem sonha o sonho do outro e que vibra pelo outro.
Para você que gosta de navegar em palavras...
Somos encontro marcado.
Encontro marcado que é artimanha do divino é encontro sagrado,
portanto, selado com alianças de continuidade e eternidade.
Somos sim, muito amor em laços de amizade e cumplicidade.
Somos escritores e leitores de nós mesmos, gente que se enxerga e se reconhece com todas as suas verdades.
Que assim sejamos para sempre nós...
Inteiros, verdadeiros, leitores, escritores, sagrados, eternizados...
Somos testados e nos vemos muitas vezes vencidos.
Se ver vencido no limite das forças não é fracassar,
mas ter a constatação de ter se doado ao máximo
em lutas inglórias, casos perdidos.
Não vale a pena perder saúde, anos de vida
em revezes recorrentes de insistências mal sucedidas.
Que tenhamos o direito de fazer valer as nossas verdades,
coisas simples e perdidas, como respeito, caráter e dignidade.
Que possamos ser recomeço, fazer valer cada sonho e expectativa,
a fim de nunca perdermos a fé na vida...
Não me proponho enquanto não sentir verdade...
Não sou o grito de um desesperado,
não procuro por uma tábua de salvação,
porque sou inteiro, não me doo aos pedaços
e vim para criar raízes por amor...
Peco por permanecer, por esperar o momento ideal, o de menor turbulência, o de estar preparado, cicatrizado...
Inocência, porque na vida sempre haverá turbulência,
cicatrizes se fecham vivendo de amor e o momento ideal é o momento de quem faz acontecer e não perde por viver.
Você que não sabe nada de mim...
Não faz ideia do que sou capaz de oferecer,
caso encontre em ti um pouco de paz enfim...
Ao imaginar o que se passa dentro de mim...
Pode até parecer que hajam contos de fadas,
muitos amores vividos,
histórias de Romeu e Julieta,
ou romances passageiros,
um show de intensidades.
Não há nada disto,
porque tenho sido quietude e solidão.
Gostar de graça é quando alguém te toca sem querer, simplesmente por ser, assim mesmo sem nenhuma intenção ou explicação. Só acontece este bem querer gratuito se quem é tocado tem um coração receptivo, livre de preconceitos, capaz de sentir o outro com o carinho da alma. Você não conhece, nunca viu, não sabe quem é, mas sente o outro com o coração, simplesmente por ser... livre e limpo.
Apenas um sonho, por si só já bastaria para
que a gente quisesse levantar e seguir em frente.
Eu sou portador de vários, então,
sinto como se pudesse voar...
Intolerância,
fruto de educação mal sucedida,
de gente com mente fechada,
carente de coração aberto
e de espírito voltado para coletivo.
Educação que não ressalta a pluralidade
e a aceitação entre os seres humanos em suas vertentes...
Censura velada nas convenções sociais,
no radicalismo de quem quer se impor sem escutar o outro,
sem denominador comum.
Censura implícita nos extremismos das ideias,
nos preconceitos disfarçados.
Censura de um ser humano ao outro, apenas isto.
Censura covarde, que assombra e inibe
as vocações dos seres e a expressão das artes,
que intimida a quem apenas quer ser e se exercer,
fazer-se valer, viver e ser feliz...
Plantemos sementinhas de amor a fim de mudar as orientações, as aceitações.
Às vezes não se trata mais de ter alguém,
mas primeiro de apoderar-se de si mesmo...
De nada adianta se propor a alguém
quando não se está bem resolvido.
Não se conter é errar logo na raiz,
porque não dá para exigir do outro
que aceite tão pouco de você, "o oco".
Você se apresenta mas não está ali de verdade, tudo é vazio...
Raízes fracas não fazem laços de continuidade.
O fato é que não dá para delegar ao outro a missão
de juntar os pedaços de você... por você.
Não amigo, o outro não é sempre sua tábua de salvação.
Em meio a sua própria confusão,
a melhor decisão é o recolhimento e a solidão.
Não é que seja necessário ser perfeito para ter alguém,
é apenas compreender que você precisa ser o seu ponto de partida e não alma penada que se prende a alguém por estar perdida.
Dificilmente você vai se encontrar em outro alguém se
você nem mesmo encontra a saída para esse enorme labirinto que existe dentro de você.
A tal "pessoa errada" pode ser sempre fruto do seu
"momento errado"...
Aquele momento em que você nem mesmo se sustenta em pé,
mas se escora em alguém que até tinha tudo para ser certeza
e acaba não sendo, porque você não estava inteiro.
Se proponha a si mesmo em primeira mão.
Aceite o desafio de encontrar-se, ser dono de si mesmo,
compreenda a necessidade de reconhecer em você mesmo a direção.
Se resolva, se confronte, se liberte, se perdoe,
se fortaleça! Resgate a fé em si mesmo.
Permita-se a você mesmo para então, permitir-se a alguém...
Sim, é preciso coragem.
O que mais me deixa feliz é perceber a presença de Deus nos seres humanos. É a manifestação da luz divina no melhor e mais complexo elemento da sua criação.
Minha companheira,
que fique o melhor dos dias de afeto
quando fomos fortaleza um para o outro,
porque mesmo tendo que ir, saiba que você faz parte de mim,
é muito responsável pelo que me tornei agora.
Preciso lhe agradecer, porque ninguém acerta sempre, mas entre perdas e ganhos você foi a minha sorte, inúmeras vezes o meu braço forte.
Por ti, meu respeito, minha admiração.
Somos cartas sobre a mesa
verdades estampadas
me permita ir,
mas deixe a chama acesa.