Bom Mesmo e Ir a Luta Charles Chaplin

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Não tenho o menor medo de morrer.

Eu sabia que era não inteiramente são. Também sabia, uma percepção que eu tinha desde a infância, que havia algo de estranho em mim. Era como se meu destino fosse ser um assassino, um ladrão de banco, um santo, um estuprador, um monge, um ermitão. Precisava de um lugar isolado para me esconder. Os cortiços eram lugares nojentos. A vida das pessoas sãs, dos homens comuns, era uma estupidez pior do que a morte. Parecia não haver alternativa possível. A educação também parecia uma armadilha. A pouca educação que eu tinha me permitido havia me tornado ainda mais desconfiado. O que eram médicos, advogados, cientistas? Apenas homens que tinham permitido que sua liberdade de pensamento e a capacidade de agir como indivíduos lhes fosse retirada. Voltei para meu barracão e enchi a cara... Sentado ali, bebendo, considerei a opção do suicídio, mas me senti estranhamente apaixonado pelo meu corpo, pela minha vida. Apesar das cicatrizes que marcavam meu corpo e minha existência, ambos eram propriedades minhas. Eu podia me levantar agora e sorrir com escárnio para meu reflexo no espelho da cômoda: se você tem que ir, que leve ao menos uns oito junto, uns dez, uns vinte...

Viver é um problema.

Parecia que um homem tinha apenas duas escolhas: acotovelar-se no jogo da ambição ou ser um mendigo.

Éramos covardes, porque queríamos viver.

Parece-me que sempre estaria bem lá onde não estou, e essa questão de mudança é uma das que não cesso de discutir com minha alma.

Afinal de contas, era mecessário amar um ser humano real? Nunca durava muito. Havia muitas diferenças entre os sexos, e o que começava como amor, geralmente acabava como guerra.

Tudo é inverossímil enquanto não acontece pela primeira vez. Quem há de acreditar em coisas que ainda estão por vir?

(...) Lugares como esses davam a você um pouco de esperança quando não havia nenhuma ao redor.

Nenhuma dor significa o fim da sensibilidade. Cada uma de nossas energias é uma barganha com o diabo.

Não estou minimamente interessado em perguntar como vão suas almas. Suponho que era o que eu deveria fazer.

Nunca fui elegante. Minhas camisas eram todas desbotadas, encolhidas, surradas, e já tinham cinco ou seis anos. Minhas calças, a mesma coisa. Detestava as grandes lojas, detestava os vendedores, eles se faziam de superiores, pareciam conhecer o sentido da vida, tinham uma segurança que me faltava. Meus sapatos eram sempre velhos e estropiados, e eu detestava lojas de sapatos também. Nunca comprava nada de novo, a menos que as minhas coisas já estivessem completamente inutilizadas - automóveis inclusive. Não era questão de economia; é que eu não era tolerava ser um comprador na dependência dos vendedores, aqueles caras tão altivos e superiores. Além disso, eu perdia tempo, um tempo em que eu podia muito bem estar de papo pro ar, bebendo.

Uma pessoa que ama verdadeiramente não é aquela que acende a luz,mas sim aquela que mantenha acesa.

Não quero trocar ideias - ou almas.

"E se por acaso a religião não contivesse em si verdade nenhuma, os tolos que nela acreditavam seriam então, duplamente idiotas"

Sentia-me contente por não estar apaixonado, por não estar
contente com o mundo.

Não nos surpreendemos com a raridade de uma espécie, mas ficamos chocados com o seu desaparecimento; é como admitir que a doença é o prelúdio da morte e não se sentir surpreso diante da doença, mas apenas com a morte da pessoa doente, não atribuindo o falecimento ao mal de que ela sofria, mas a algum ato desconhecido de violência.

Considero que tudo que aprendi, de qualquer valor, foi de uma forma autodidata.

Eu me permito apreciar isso, a manipular a coisa a meu favor porque eu tenho a febre da faca amolada, dos céus azuis e profundos.

Você sabe, algumas vezes, se um homem não acredita no que está fazendo, ele pode fazer um trabalho muito mais interessante, porque ele não está emocionalmente envolvido em sua causa.