Bolero de Ravel Carlos Dummond de Andrade
As fronteiras civilizatórias modificaram-se de forma surpreendente. Surgem novos horizontes, realidades pouco conhecidas.
Os cientistas nunca atingiram a compreensão da Verdade. A busca mais eficiente coube aos místicos. Mas estes mutantes só conheceram suas próprias verdades.
A Verdade nunca foi alcançada, nem será. Não existe uma verdade objetiva e total se esta, por sua própria natureza, sempre será relativa, subordinada a sistemas e a interpretações humanos.
A criança e por vezes o adolescente ficam confusos ao descobrir que todos parecem possuir um lado bom e um lado mau e eles não conseguem atribuir uma dessas qualidades extremas, nem a si próprios.
Um maniqueísta pode ser manipulado porque enxerga o mundo por uma lente preto e branco. Não consegue distinguir, nos eventos, o que não se encaixa nos rótulos de Bem e Mal. Tudo o mais é ignorado.
O morto, um “ex-ilustre”, porque não existe dignidade na morte, pode virar tabuleta de logradouro e até de presídio, mas permanecerá esquecido.
Mesmo nos casos flagrantemente imorais, a "doutrina" tranquiliza porque a essência é que conta. E aí, “na essência”, garantem seus profetas e beatos, até os atos escancaradamente infames são excelentes!
A memória é algo que, quando não se abandona, se destrói. Como historiador de minha comunidade, fui testemunha deste contrassenso.
O pensamento alcançou a densidade da Filosofia mas, desde sua genealogia, o julgamento dos costumes tem promovido a inversão das categorias morais.
Em nossa proto-história encontramos a religião buscando conduzir o homem para a “Era de Ouro e da Verdade” quando, repentinamente, descambou para o um momento de degeneração.
Em determinado momento até julgamos que a Ciência viria auxiliar a Religião, já em decadência, no “resgate” da humanidade para a “Idade Áurea”. Aconteceu o contrário.
Depois que as “escrituras sagradas” foram desacorrentadas dos altares a Ciência ergueu estandartes separatistas, derrubou os ídolos da moral, destronou o “Rei da Criação” e passou a governar em seu lugar montado numa máquina de guerra.
Desde a concepção do primeiro servomecanismo os avanços tecnológicos se sofisticaram na proporção inversa ao desenvolvimento espiritual.
Hoje, a religião se avilta através de um distanciamento cada vez maior das “escrituras”. Os homens, estribados na civilização cristã, embrutecem-se pelos crimes hediondos e querem, para seus semelhantes (eles mesmos!) a pena de morte – em contradição repudiam o suicídio, a eutanásia...
A sociedade degenera numa vida subterrânea onde as drogas, a prostituição e o ócio projetam os mais doentes no poder.
O marketing político enfatiza, nas mensagens subliminais, os valores invertidos da sociedade em sua existência torpe.
As possibilidades de uma vida saudável são abolidas em função dos bens de consumo supérfluos artificialmente manipulados, promovidos à necessidades pela mídia artificiosa.
As publicações da mídia operam na faixa da infâmia porque são criminosamente manipuladas para causar o impacto da “audiência”, pela inversão e por meio dos chamados conteúdos “chocantes”. Estas vilezas abastardam mais ainda a ralé e incitam ao crime.
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