Coleção pessoal de CarlosAlbertoCarujo

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O mecanismo psicológico inconsciente da punição é a projeção do delinquente como bode expiatório. A extrojeção da agressividade e do sentimento de culpa sobre o delinquente é feita através da imagem da expiação carregada pelos sentimentos de culpa da comunidade.

No caso do ideal cristão, o homem é escravizado pela “culpa original” e no processo de conversão se estabelece uma falsa interpretação do mundo que dá privilégio ao sofrimento sabotando a vida saudável.

No modelo de civilização a felicidade só existe pela coação dos desejos e pelo sofrimento, o que nem sempre é absorvido, mas que invariavelmente resulta em culpa e desta necessidade de autopunição vivem as religiões.

A civilização parece se erigir sobre a renúncia dos instintos e sobre a coerção. Porque a potência dos instintos não deve se transformar em ato.

Sendo o homem semelhante a Deus, logo todo indivíduo é seu próprio Mestre, imanente em sua própria Lei. Dispensados estão os “procuradores” da Divindade por fraude ao crente, estelionato espiritual e falsidade teológica.

O homem, ao conceber Deus em seu intelecto, faz deste um ente ontologicamente semelhante a si mesmo.

Ilógico é dizer que Deus é diferente de suas criaturas – Ele não poderia criar algo que não fosse semelhante a Si mesmo.

Deus não poderia, por sua vez, reger a liberdade do homem, ou estendendo ou limitando. Simplesmente porque o homem é da mesma natureza de Deus, quer como criatura ou como criador.

O livre-arbítrio é uma ilusão e parte da falsa premissa de que o homem teria uma liberdade apenas relativa. Esta liberdade seria acidental e se fosse assim encarada, já não seria liberdade, mas escravização aos componentes desta relatividade: a época, o lugar, o grupo social e os indivíduos.

O homem não pode dispor de duas liberdades (libertate) – uma individual e outra coletiva, aquela primeira e esta última. O homem natural desfruta da liberdade do começo ao fim, dispõe dela desde o advento da consciência corporal até o seu ocaso. E como a manifestação desse tipo de consciência depende de fatores neurofisiológicos, atividades químicas e elétricas dos neurônios, com a morte física este élan se desfaz na decomposição. Portanto, não se pode alcançar o homem, em sua individualidade, depois da morte, porque lá este não mais existe.

A tutorização religiosa, ou educacional, quando as regras místicas ou pedagógicas submetem as pessoas aos seus domínios, são antinaturais.

O excessivo emprego de sutilezas, por parte de educadores, dos pregadores e apologistas religiosos, é sempre uma força de argumentação pejorativa. Mas as torpezas são ditas em alto e bom som, como se construíssem uma alegoria espiritual na desaprovação aos costumes das comunidades, às tradições étnicas, ao pensamento livre e dando significação desagradável as pessoas que não pertencem às suas fileiras. Os processos gerados daí, por oposições, não se resolvem em unidades lógicas, mas em conceitos absolutos de tirania. Em todo monólogo prevalece o ilógico.

Durante o processo de alienação ocorre o momento de reificação, isto é, uma ilusão se torna realidade objetiva. Não caia nesta armadilha!

Vamos tomar a alma humana no sentido primordial, em sua acepção unívoca de alma coletiva. A personalidade é a alma individualizada.

Ao suprimir a personalidade (persona), que é a via de expressão objetiva da alma, o ser humano passa a agir como autômato – por impulsos instintivos.

Quem deposita seus destinos em mãos de terceiros não é apenas um fraco, é um despersonalizado.

Este deus sequioso de seguidores, entronizado nas religiões milagreiras, comercializado em templos de mármore ricamente ornados, do qual se dizem “procuradores” os agentes indutores da manipulação psicológica sobre os "sujets" em estado de necessidade, não apenas deve ser descrido como combatido.

Sacerdotes, especialmente teólogos, repelem o livre-pensador, porque este está próximo de ser ateu – "pessoa desagradável" aos olhos de Deus.

A escola é uma espécie de máquina de “desaprendizagem” de coisas que se compreendem, mesmo sem ela, como pensar e falar.

Conheço pessoas que estudaram só o básico, outras que estão na fase média e tantas outras de nível superior. Observo que a ignorância está na razão direta do número de anos de estudo.