Bolero de Ravel Carlos Dummond de Andrade
Não sei sobre meu tempo,
Foi-se o tempo das previsões,
Mas enquanto há tempo,
Limito minhas indagações.
Hoje tenho mais respostas do que dúvidas,
porque busco apenas soluções,
antes eu apenas criava os problemas.
E assim eu vou indo, tranqüilo...
Quando não houver respostas,
É porque me esqueci das dúvidas.
SOLIDÃO
Vejo você aqui novamente, minha velha companheira,
Somos tão amigos quanto o céu é do mar.
Minha solidão mensageira, contigo aprendi a cantar,
São versos da noite, são medos e fantasmas,
Você me acompanha enquanto grito meu solo de amor.
As estrelas brincam de adivinhar nossas conversas,
Falam da lua e minha promessa de viver um amanhã,
Outro dia sem que você me diga que tenho que chorar.
O sol é um chato despertador e o vento um inconveniente,
Não entendem essa paixão verdadeira, porque no silêncio,
Ouço o som do sorriso que imagino existir em minha alma.
Ontem eu vi a multidão calada, vi correr pelos dedos um “sim”, senti que o perdão corria pelos rostos e se perdia na imaginação, havia tantos corações, e de verdade, apenas uma grande mentira, está tão impiedosamente só em meio ao silêncio de uma gritaria.Minha velha amante solidão, não é nem mesmo um passado,vieste tão rasteira quanto a idade que me deu razão, somos então uma música de estações.O calor nos separa por instantes, o inverno nos une pela força, o outono nos ensina a brincar de se esconder,e a primavera, nos enfeita de amores que nunca virão.Um dia haverá nossa despedida, um horizonte se abrirá como uma eterna caminhada, somente um seguirá os
passos da eternidade.Vai você na frente pois preciso entender o que o amor pretende.
rimamisterio olhar talhadosaudadeduvidasPOEMA DE AMOR
Falar de amor é poesia
Um verso talhado
num olhar perdido.
O sonho se perde
Nessa paixão que dói
Uma rima desconhecida.
Dizer o amor num poema
Esse mistério da vida
Não há duvidas no olhar.
Uma lágrima que corre
Entre a saudade e o beijo
Abraça com força a vida.
Esse é o jogo do amor
Um vento que não se prende
Sente-se por toda parte.
Essa é a única verdade
Não se vive sem amor
Mesmo desconhecido.
ESTOU FICANDO VELHO
Estou ficando velho, sem memória, talvez seja essa então minha glória, perder no meu arquivo a lembrança daquilo que não mais existe, daquilo que já existiu. Vai-se ficando velho sem a dor da separação, virando o presente, uma grande manifestação de novos e importantes achados, novas descobertas, novos amores. Estou ficando velho pelos olhos tristes da mesmice, da resignação inconteste, da covardia e do medo da morte. Estou ficando velho..., tão velho quanto a força de viver uma eternidade sem a lembrança dessa mesma velhice.
HOJE
Hoje, quando forte eu me sinto, um sabido do mundo, um traído dos sonhos, digo que nada sei, além de receber aquilo que todo dia se repete. Meu amor de antes era um nome lindo, o de hoje também, diferentes numa mesma emoção, diferentes instantes de cores indefinidas, qual luz que se volta contra o espelho, refletindo a verdade que me recuso a admitir. Meu sorriso ainda marca uma presença cheia de esperança, mas a marca é maior quando o choro chega realçando a dor do que já foi perdido. Hoje minha música varia o tom, mais baixo, mas não variam as notas dissonantes nem os acordes livres da imaginação. Minha vida é uma aquarela incipiente, de cores fortes e neutras na exposição, porque não mostra minha alma perdida entre o céu e a realidade. Hoje o rio passa, mas não sigo suas águas porque meu mar não aceita dúvidas existenciais nem gritos de loucura, minha velhice não permite um passado enquanto o tempo não me disser que me quer como criança. Hoje filosofo pequenas e irrelevantes perguntas, haja vista a grande dúvida da morte.
Tão mendigo e invejoso que olhava o pobre catando comida, enxergando o caviar que jamais comera..., morreu empanturrado de desejos.
Até na filosofia propriamente dita, deve-se ter um raciocínio lógico de fatos e conceituações para a conclusão ser elucidativa e realista.
Há alguma coisa no caminho, algo que me faz pensar,que leva minha atenção
Que rouba a concentração,aumentando as batidas do coração.
Há alguma coisa no ar,algo que me faz delirar,que me faz parar e ao mesmo tempo passos dar,aumentando o desejo de querer te encontrar.
Mas há algo não consigo entender,algo que me faz pensar no por que de te encontrar,mesmo sem te conhecer pois isso me faz delirar,aumentando as batidas do coração,roubando a concentração ao mesmo tempo em que penso em ter que parar ou andar,levando-me a pé a caminho ou voando pelo ar ao verdadeiro desejo de querer te de Amar.
Olhando pela janela do céu tudo parece tão claro,é claro,o fim se aproxima dia após dia, passo a passo como em um corredor da morte,então elevo meus pensamentos até você tentando entender o por que destas lágrimas e o por que desta dor que cria em mim rancor.Buscando uma maneira a todo custo,pensando saber demais,pensando ter as respostas,e sem perceber isso me levou pra longe de Ti para uma terra longínqua,me fazendo desperdiçar os tesouros que colocaste em minha alma e em meu coração.E agora que tudo acabou,me sinto sozinho,em uma prisão sem muros,perdido e por dentro a uma vazio e uma fome com a qual não consigo conviver e nem preencher com as bolotas que os porcos comem.O chão já não parece tão desconfortável,e o frio aquece bem mais que o calor,tudo se tornou tão natural pois já se foram tantos dias sorrindo para disfarçar a dor que já nem consigo discernir entre dia e noite.Olhando ao meu redor e vendo meu mundo desabar,me fez entender o quanto sou frágil sem você,e mesmo caindo em mim e tendo consciência de que tenho que voltar pra casa,não tenho forças.A minha esperança está nas verdades de tuas palavras,pois mesmo morrendo sei que viverei,por isso peço oh Pai querido liberte-me,me leve as campinas verdejantes a um lugar de descanso,onde podemos sentar e conversar,sinto muito sua falta e já não sei o que fazer para voltar.Preciso que me mostre o caminho,por que meus olhos estão cansados de olhar para o horizonte sem nada conseguir enxergar,talvez deva deixar a revolta pra lá e parar de contigo lutar,para que sua mão possa até mim chegar.Será mais um dia ou uma noite?Não sei ainda...por que essa dor não se finda,essa dor não se finda...
Sempre experimentei alegria da tristeza, mas nunca a tristeza da alegria,
Desisti de tentar e assim como o amor e o ódio opõem-se,me contraponho na contrapartida da vida que me colocou na bifurcação da decisão.Desisti não por que deixei de amar mas por não ter mais condições de sofrer .Como alguém pode dar o que não tem? Então você me deu as únicas coisas que tinha,vazio, confusão,dor e tristeza,então vivi esses dias de tempestade intensa,sendo surrado pelo vento forte e pelas altas e pesadas ondas que abalavam seu interior caótico.Que bom que acabou o que nunca começou,a noite escura e densa se dessipa com a luz do porvir e meus olhos indispostos vêem um futuro,isso me reanima,alimenta o desejo que você com sua cordialidade má tentou sufocar,por isso vou prosseguir em passos firmes e constantes para o que logo adiante de mim está.
Que venha dos sonhos mais profundos,profundos como os oceanos
Que venha do alto,assim como a chuva que cai
Que venha de perto, perto como dois lábios se tocando
Que venha de longe, tão longe que venha de nave espacial
Que venha da verdade,assim como um sorriso infantil
Que venha na velocidade de um Flash ou de uma tartaruga dando a volta na Terra
Ou Simplismente venha andando devagar como se estivesse desfilando, com suor na mão, coração disparo
Mas quando chegar.Que venha com a certeza de que é amor
Eu já sofri tanto vendo a bola correr no meio-campo que nem posso me queixar se um dia a morte vier me buscar no momento de um gol.
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