Bolero de Ravel Carlos Dummond de Andrade
O ano passado
O ano passado não passou,
continua incessantemente.
Em vão marco novos encontros.
Todos são encontros passados.
As ruas, sempre do ano passado,
e as pessoas, também as mesmas,
com iguais gestos e falas.
O céu tem exatamente
sabidos tons de amanhecer,
de sol pleno, de descambar
como no repetidíssimo ano passado.
Embora sepultos, os mortos do ano passado
sepultam-se todos os dias.
Escuto os medos, conto as libélulas,
mastigo o pão do ano passado.
E será sempre assim daqui por diante.
Não consigo evacuar
o ano passado.
Tem boca que fala bonito,
Tem boca que beija bem.
Tudo junto, é raro...
Mas porque tens,
Me cala fundo!!
Cidade pequena tem dono!
Quem não é dono, é parente...
Quem não é parente, é compadre...
E todos pescam no mesmo rio.
Órion
A primeira namorada, tão alta
Que o beijo não alcançava,
O pescoço não alcançava,
Nem mesmo a voz a alcançava.
Eram quilômetros de silêncio.
Luzia na janela do sobrado.
Algum dia assim como Chico, também desejo sair à francesa e bem no meio de festa.
Me agrada ainda a ideia de morar no Céu, mas viver no inferno como fazem os anjos.
Há momentos que vejo meu Anjo, naquilo que vem de você.
Num gesto, numa fala, ou até mesmo num breve olhar.
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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