Bolero de Ravel Carlos Dummond de Andrade

O homem que cala e ouve não dissipa o que sabe, e aprende o que ignora.

O roubo de milhões enobrece os ladrões.

Muito pouco se padece na vida, em comparação do que se goza; aliás, não sendo assim, como se viveria?

Na verdade, o cuidado e a despesa dos nossos pais visam apenas enriquecer as nossas cabeças com ciência; quanto ao juízo e à virtude, as novidades são poucas.

A quem trata com Deus, nada falta.

Se eu conhecesse alguma coisa que fosse útil à minha pátria, mas prejudicial à Europa, ou que fosse útil à Europa, mas prejudicial ao gênero humano, considerá-la-ia um crime.

A falsa ciência não aumenta o nosso saber, agrava a nossa ignorância.

O homem de juízo aproveita, o tolo desaproveita a experiência própria.

Há mentiras que são enobrecidas e autorizadas pela civilidade.

O muito juízo é um grande tirano pessoal.

Quando desejamos pomo-nos à disposição de quem esperamos.

A vaidade de muita ciência é prova de pouco saber.

Os velhos ruminam o pretérito, os moços antecipam e devoram o futuro.

A ação traz mais fortuna que a precaução.

Os homens mais orgulhosos são geralmente os mais irritáveis e vingativos.

Os homens enganam-se miseravelmente quando esperam encontrar a sua felicidade, mais na forma dos seus governos que na reforma dos seus costumes.

É tão fácil sentir a felicidade como é difícil defini-la.

Os livros têm-me servido menos de instrução que de exercício.

É a cinza dos mortos que cria a pátria.

Apenas o silêncio é grande, tudo o mais é debilidade.