Boémia
A boemia,a boemia.Uma vida ingrata que me arrasta até o topo da montanha e lá vejo minha vida aos poucos se desfazendo...me deixando,me dando adeus.
Hora extra de poeta se chama boemia, meu bem! Estou indo pro escritório rabiscar versos em guardanapos...
Do que me adianta a boêmia dos domingos de verão, se o álcool perdeu seu efeito quando eu me perdi de mim?
Do que me adianta a química a abrasar minhas entranhas, se a vida por conta própria tornou-se uma distópica alucinação em carmim?
Do que me adianta a fumaça, o trago, a catástrofe, se meus pulmões insistem em resistir a este fim?
Do que me adianta a retalhação da derme, se eu sei que a vida vai cicatrizar e mais uma vez me matar ao fim?
Do que me adianta a fuga, se até o valhacouto atirou suas culposas paredes, em pura fúria, contra mim?
Agora à procura de redenção, eu prometo e ponho assim minha honra em jogo. Prometo não mais ser feliz, se isso custa o ar de quem antes dissera ficar, mas nunca me contara sobre sua incapacidade de respirar. Prometo não mais amar, se isso custa o conforto de quem antes jurara não se incomodar. Eu, tolo pássaro, sei que nunca poderia voar, mas ainda assim quatro vezes quebrei minhas asas ao tentar, e há uma única coisa que não posso prometer, algo que não me atrevo a jurar, não posso dizer que por uma quinta vez, não voltarei a quebrar.
Há arte em beber sozinha por escolha, mas na boemia, brindar sem ninguém transforma o copo em uma bela dose desolidão.
A Volta do Boêmio
Nelson Gonçalves
Boemia, aqui me tens de regresso
E suplicante te peço a minha nova inscrição.
Voltei pra rever os amigos que um dia
Eu deixei a chorar de alegria; me acompanha o meu violão.
Boemia, sabendo que andei distante,
Sei que essa gente falante vai agora ironizar:
"Ele voltou! O boêmio voltou novamente.
Partiu daqui tão contente. Por que razão quer voltar?"
Acontece que a mulher que floriu meu caminho
De ternura, meiguice e carinho, sendo a vida do meu coração,
Compreendeu e abraçou-me dizendo a sorrir:
"Meu amor, você pode partir, não esqueça o seu violão.
Vá rever os seus rios, seus montes, cascatas.
Vá sonhar em novas serenatas e abraçar seus amigos leais.
Vá embora, pois me resta o consolo e alegria
De saber que depois da boemia
É de mim que você gosta mais".
MINHA BOÊMIA
Boêmio,
Que anda sem pressa,
Sentindo o chão,
Peito aberto e o copo na mão,
Gole de cana,
Verso sagaz,
Vagando no mundo,
Querendo mais,
Beijo na boca,
Esquina qualquer,
Sem hora marcada,
Gostoso o riso,
Cheiro de madrugada,
Coração sem tranca,
Rolê é poesia,
É andança...
Quero para o futuro a boemia e a nostalgia das madrugadas.
Um estado de mente desprotegida, não devastada.
A morte por assassinato aos 98, quase sóbrio,
Por causas incontroláveis duma amante amada.
(A. VALIM)
Digam-me o que quiser, que sou clichê, ou, que vivo na boêmia de antigamente. Até podem dizer que sou "velha" ou, "passada". Mas para mim, o amor nunca acaba. Na verdade, nós que acabamos com o amor. Aquele amor simples como uma flor, e forte como uma pedra. Não que o amor seja uma pedra em flor, ou, uma flor de pedra. Não! definitivamente, não é. Mas, como é dolorido carregar o amor, não é? Gostaria de dizer, que para mim, o amor não é clichê, tampouco virou "amor à moda antiga". O amor faz parte da vida, fascina e modifica a rotina. Se eu fosse uma palavra, diria que sou amor, porque o que me define, é o amor. E, o que me destrói, é a falta dele.
"Havana que inebria, aflora a boêmia, berço de poetas e compositores, música linda...E belas mulheres!"
Vivia noites de boemia
Beijando outras bocas e se perdendo em outros corpos
Mas sempre na manhã seguinte acordava sozinho na cama.
A luna em brilho
Realçando a boemia das
Madrugadas,lindo sarau
Em versos de poesia
A lua dos amantes,cigana...
Entre mistérios e sedução
Entre lenços de cetim
Sob a luz da lua... Luna
Um brilho só seu,que
Por pura delicadeza
Nós contempla,com a tua
Essência tão suave
O dom de ser apenas você
As pessoas se relacionam porque se amam, se gostam, se apaixonam. É possível amar a boemia como algo material, ou este sentimento é efêmero?
Gerações
Romântica é a boémia que trago nos bolsos do casaco que era do meu avô. Casaco que tinha perpetuado um Readers digest, todo ele azul vivo ! Esse velho casaco com uma faixa amarela que me agasalhava os ombros. Quando o usava lembrava me do orvalho nas nossas nocturnas cavalgadas no oeste português, bafejadas de símbolos e signos. Cada vez que o vestia, sentia sempre que era a primeira. E sim sentia me vivo como o azul ,e amarelo bem vivos, cheios de novas expressões em cada vinco do casaco. Conceito de um avô que agasalha, um Readers. Experimenta sempre primeiro algo que te comprove a qualidade de futuros actos . quem não serve bom vinho da casa ,nunca servirá boa comida, e sem boa comida não existirá boémia e muito menos romances que sorriem. ..nem amizades que perdurem.
Dáalguem
Epifania boêmia
Não posso culpar alguém
por meu erros alienados
infantis e desajeitados
a culpa não foi de ninguém
Cansei-me de lamentar
por algo que não sei
por algo que pouco me dei
nao aprendi como amar
Não aprendi a te dizer
não aprendi a me virar
não aprendi a te perdoar
não aprendi... a viver
Um dia, quem sabe
eu morra para o mundo
e seja mais vagabundo
antes que tudo desabe
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