Banquete
Banquete
O sono ainda me atordoava quando percebi o que você fazia.
Sua boca não falava, mas mesmo assim já me dava bom dia.
Ao ver o meu sorriso, seu olhar me dizia como queria apagar sua chama.
O banquete estava servido! Nosso café da manhã, hoje ia ser na cama.
Estava evidente que nosso apetite era tão grande quanto nossa disposição.
Quem se preocuparia, com os lençóis cobrindo ou não nosso colchão?
Carregados de vontade, nossos corpos exibiam que tivemos uma boa noite de sono.
e a cada cravada, você não me falava, mas sabia que eu era o seu dono.
Fazer amor de manhã
É como sonhar acordado.
É ter quem ama de lado.
E é gostoso como avelã.
Na vida, lembre-se de conduzir a si mesmo como se estivesse em um banquete. Se algo for passado até você, pegue uma porção moderada. Algo passou direto por você? Não peça para que voltem. Algo ainda não chegou até você? Não se consuma de desejo, mas espere até que chegue em suas mãos.
"Oração é o banquete da alma faminta". Todos os dias, eu tenho que me alimentar, me saciar, com este alimento salutar, manjar sagrado agraciado por Deus.
"Todos querem receber um banquete.
Mas quase sempre só oferecem apenas migalhas, e os que entregam o banquete, muitas vezes só lavam os pratos"
As religiões são como bactérias famintas num banquete de um cadáver, sugando os nutrientes dos indivíduos, até o deixar em estado de decomposição.
As Escrituras é como um grande banquete para aqueles que tem fome e sede de Cristo! Vamos, comam e bebam a vontade!
"Este livro não é banquete, é uma marmita. Ainda assim, alimenta e pode ser útil."
(Gladston Mamede. Fragmentos de um Discurso Manducatório. Instituto Pandectas, 2022)
VERDE OLIVA
É de fazer tremer, os lusíadas e a Ilíada, até mesmo "o banquete".
O conto que ouvi sobre um povo protegido, pela lei e por cadetes.
De uma terra fértil e longínqua, de léguas que não acabam mais.
Que fora invadida e saqueada, perturbaram a ordem, roubaram a paz.
Nuvem densa de insegurança, povo angustiado, mas destemido.
Se organizaram para expulsar o bandido, que dizia que o povo, já tinha perdido.
Um grupo seleto que em outro tempo, já havia derrubado, rebeldes e imorais.
Apelidados de onça, camuflados, coturno, boina, os generais.
Era a última esperança de resgate, dos princípios e valores.
Pois a terra estava minada, geraram métastases, os tumores.
E se mantinha assim aquela povo, com confiança e uma fé constante e muito viva.
Exigindo quimioterapia, gritando em alta voz: onde estais oh verde oliva?
Eu pergunto se nessa cidade, com tanta gente, que só de olhar já se fica tonto.
A cidade é real, há lei lá, o povo é protegido, ou tudo é mesmo um conto?
Não busque atenção de quem não tá nem aí para você, a vida e bela você merece um banquete e não migalhas.
Há sempre outros dias, outros lugares, outras pessoas.
O universo nos serve um banquete de experiências
E ainda assim tem gente que vai dormir com fome...
Não me sento à mesa onde a alegria se serve com o tempero da dor dos que amo. Aquele banquete, por mais farto que pareça, tem o gosto amargo das lágrimas escondidas entre risos falsos. Prefiro as cadeiras vazias de honestidade, onde o silêncio reverbera a verdade e a empatia é o prato principal. Sentar-se com quem celebra o sofrimento alheio é como brindar com taças de espinhos; por fora, cristalinas, mas por dentro, a ferida é certa. Minha alma se recusa a partilhar o pão da indiferença, pois sei que cada pedaço é uma lasca do coração de alguém que merece ser amado, não julgado. E assim, escolho a distância, não por desprezo, mas por amor à autenticidade e respeito às feridas que ainda sangram.
Me nego sentar-me a mesa dos que confraternizam a dor dos que amam.
@poeticainterstelar
Melhor comer pão na paz
Sem requifife nem terno
Do que estar num banquete
Servido lá no inferno.
Gélson Pessoa
Santo Antônio do Salto da Onça RN Terra dos Cordelistas
16 Fevereiro 2025
