Aviao sem Asa Fogueira sem Brasa sou eu assim sem
Fim de tarde no sertão
O sol se põe em brasa lenta,
tingindo a terra de alaranjado,
o céu se veste de paz cinzenta,
e o sertão descansa, calado.
A seca faz poeira no vento,
levanta murmúrios de histórias passadas;
na aridez, o verde é um lamento,
mas a vida insiste, entre rachadas.
O gado marcha, já tão cansado,
as sombras crescem sobre o chão,
no horizonte, um vulto alado,
um pássaro, em lenta procissão.
A natureza respira profundo,
cada som, um som de oração,
na quietude, se encontra o mundo,
e a beleza bruta do sertão.
É um quadro de fogo e saudade,
um instante que o tempo retém,
o fim de tarde traz a verdade
de uma paz que o sertão contém.
CHAMA que arde fundo
Fogo que purifica
Brasa em meu coração
Toque suave que traz paz
Calor que nunca se apag
O Entardecer
No zênite áureo, o sol, fulgurante brasa
No ocaso se esvai, em apoteose de luz
O dia fenece, a noite se anuncia
No crepúsculo vespertino, que seduz
Nuvens, nimbos de algodão, emolduram o céu
Pintadas de tons ígneos, de rubi e carmim
O astro rei, em êxtase de beleza
No horizonte se dissolve, em sublime fim
Sombras se alongam, em espectros da penumbra
Enquanto a lua, pálida, surge no arredores
O silêncio da noite, canção que acalma
Em contraste com o fragor do dia que se extinguiu
Pássaros
Em algazarra vespertina
Buscam abrigo em entre as vestes forragem em Camanducaia
A natureza se recolhe, em sono profundo
Sob o manto estrelado, infinito e multicor
O entardecer, enigma indecifrável
Momento de transição, de melancolia e paz
A esperança que renasce, jamais se desfaz
E se a nostalgia paira no ar
A certeza de um novo alvorecer nos conforta
O sol, em sua dança milenar
Promete um despertar, que a alma transporta
Noite adentro, o cosmos se revela
Em constelações que nos guiam na escuridão
O entardecer se cumpre, a vida segue
Em eterna busca por luz e razão
Incandescente
Se tem fumaça, tem calor, tem brasa,
venta, sopra, abana.
Vamos incendiar essa cabana
Me tira do meu eixo me arrasa.
Se atiçar incandesce, sai fogo, incendeia.
Arde, queima, goza
Deixa eu saborear, seus seios e sua rosa
Me saciar esse seu corpo, minha ceia.
Se sua essência exala, assanha
Atiça, seduz, levanta
Permita-me embriagar na sua lavanda.
Faz do seu colo meu abrigo e me abraça.
O que há de errado em amar e ser feliz?
Ria, brilhe, viva
Você é a minha estrela minha diva
Deixa eu apagar todas burradas que eu fiz.
Enfrenta os medos, corre, vem fundo
viver feliz depende de atitudes
Houve falhas mas também houve virtudes
Reconstruiremos juntos o nosso mundo.
E no findar da vida
hei de dizer o que aprendi contigo
E saber selecionar quem estará comigo
E ao fundo apreciar a escolhida
Então vem cá, me diz
O que ainda falta pra acabar esse tormento.
Aproveita logo esse momento
E então eu voltarei a ser feliz.
Me incandesce
Vem...Quem ama tem pressa.
amor_in_ver
O sol ardia como brasa sobre as macegas verdes naquela tarde de março, uma sombra na aba de uma igrejinha de poucos fiéis; me convidava a me refrescar um pouco, do alto se podia ver as campinas e os tanques artificiais dos colonos a espera de pescadores, enquanto eu ouvia palavras boas que enchia o meu coração de alegria. Era sim, um lindo poema...
"Que o Senhor possa reacender a chama que um dia ardeu como brasa viva no altar! Pela bondade de sua infinita graça." Essa tem que ser a nossa oração.
O ouro brilha à porta larga,
Mas seu fim é cinza e brasa amarga.
Já o estreito é trilha esquecida,
Mas guarda em si a eterna vida.
A quem se curva ao próprio anseio,
Resta o vazio, o frio, o medo.
Mas quem se rende à voz do Eterno,
Bebe da graça, livra-se do inferno.
No vinte e seis de abril, um fogo vai acender,
Na brasa da churrasqueira… e no prazer de viver.
Mas não é só por mim, Paulinho, que vamos nos reunir,
É por esse dom bendito: a família existir.
O salão enfeitado, riso ecoando no ar,
Brasa acesa, cheiro de carne, alegria sem par.
Será mais que festa, será comunhão,
Com cheiro de churrasco e oração.
Com mesa farta, mas também coração cheio,
De quem crê no milagre e no Caminho verdadeiro.
"Brasa"
Sinto? Talvez sim.
Mas não como antes.
Havia um fogo em mim,
onde cada emoção era álcool.
Bastava um toque —
e eu explodia em chamas.
Belo, mas perigoso.
Foi assim que me afoguei em fantasias,
jogando horas do meu vasto dia
em cenários que não existiam.
Romance era refúgio
(e cárcere também).
Depois, veio o silêncio.
A dor me acordou.
E o fogo… virou brasa.
Hoje, é morno.
Quase não aquece,
mas também não queima.
Estranho.
Talvez necessário.
Talvez... uma saída, proteção.
Mas sinto falta, confesso
da melancolia que me fazia poesia,
da música suave ao apreciar a vista na janela,
do cheiro da chuva,
da beleza quieta do mundo.
Agora, meus olhos molham,
mas não choram.
A lágrima não escorrega
ela apenas sussurra.
E algo, dentro de mim,
a seca.
No começo, temi.
Temi virar pedra.
Temi nunca mais sentir.
Mas talvez...
seja uma lição.
Nem sempre a vida é sentimento.
Às vezes é fé.
Às vezes é razão.
Às vezes é só... viver.
Viciada em fugas
mundos paralelos de doçura.
Mas um dia doeu tanto,
que eu fui embora dali pra sempre.
Desde então,
sinto tudo mais leve.
Até demais.
Deveria doer.
mas só pesa.
E o medo volta:
e se eu não sentir nunca mais?
Mas talvez...
só talvez...
sentir de forma calma
também seja amar, também seja sentir.
E há esperanças
uma brasa, ainda queima de maneira escaldante
quem sabe torne-se eu novamente uma amante?
dessa vez, sem impulsos
sem extremos.
Nasce um Novo Dia
Surge o sol em brasa dourada,
pintando de luz a manhã silenciosa.
É um recomeço, uma nova jornada,
é a esperança brotando, formosa.
No peito, um sopro de fé renasce,
os medos se rendem ao sonho que cresce.
O tempo é ponte, é vento, é laço,
é vida chamando pra frente, sem passo no retrocesso.
Então vamos:
de alma aberta e olhar brilhante,
porque a vida é instante,
e amar é constante.
Aquela brasa, fígado e churrasco
Sem coração é o asco
Que move o despreparado
E mostrar seu fino baço
A farofa não mistura
O bem querer, a cura
A salada não encobre
O intenso da obscura
Pra todos o brilho, brilha
Pros verdadeiros, imagina
O fosco é evidente
Mas agente, é a gente
Mais um furo no cinto pra segurar essa barra.
Mais um furo de brasa na calça.
Mais um fruto pra boca dessa gente falsa.
Mais um trago, e lá vai mais um pensamento, voa como o vento.
Menos ibope pros mala sem alç, to preocupado remendando os furo q tá na calça.
Apague o
brilho que não chamo de estrelas.
Dance na brasa que não seja o
fogo de fogueiras.
Beba da água que não chamo de
chuva.
Nade no sal que não seja o que
chamo de mar.
Sinta seu cabelo voar
que não seja o que chamo de
vento.
Ame...
que não seja o que chamo de
sonhos.
Cheiro de infância risonha no fogão,
Lenha queimando em ardente brasa
Criança adormecida voando alto
Num mundo colorido e sem asa.
Gosto de café com amendoim torrado,
Perfume do campo lembrando flor.
Lençol branco secando no varal
E no peito da criança somente amor.
Essa menina é ventania...
É veneno, faísca, adrenalina...
Ela é fogo que arde, brasa que queima..
Desejo, paixão, loucura...
Caminho sem volta, paraíso...
Essa menina é cura, maldição ou minha falta de juízo.. me perco, me encontro, enlouqueço.. ela é o meu sorriso bobo, meu suspiro, meu pensamento insano.. bonita, por dentro, por fora e do avesso... ela é calmaria, mar revolto, ela é furacão revirando tudo...só sei de uma coisa... depois que ela passou pela minha vida eu nunca mais fui o mesmo...
Quando sopraram minha luz...imaginei a infinita escuridão de solidão, mas sem esperar a brasa se ascendeu...aquecendo o coração meu! Sorri e senti o amor incondicional do calor de quem és sol.
A vela acessa pra direcionar
O sol aquecendo pra revigorar
Em infinitas possibilidades de criar.
