Aviao sem Asa Fogueira sem Brasa sou eu assim sem
sou das profundezas mais superficiais
sou bipolar
sou de rir e chorar
sou de acalmar e descabelar
sou de apaziguar e brigar
sou de falar e calar
sou de ver e observar
sou de bater e acariciar
sou de pouca paciência e intolerar
sou de fé e muito rezar
sou de ajudar e cooperar
sou de agradar e de me importar
sou de mais (demais) e de menos
sou de abraçar e beijar
sou e não sou
para que mais
se posso ser eu apenas!!!
minha vida
é um jogo de xadrez
sou a rainha
que deveria ser protegida pelo rei
mas de fato isso não acontece
não sou protegida coisa nenhuma
sou eu que tenho que buscar
a proteção divina
Ele sim está comigo noite e dia
em todos os momentos
da minha encarnação
também não vivo em castelo
e nem torre alguma
vivo apenas no alto da montanha
de onde aprecio a vista
ou do alto do meu sapato
ou da minha arrogância
sou rodeada de peões
de bispos
de sociedade hipócrita
por todos os lados
de humanidade doentia
sem ter onde cair morta
mesmo que tenha cifras
no tabuleiro somos todos iguais
estamos no mesmo patamar
não é uma simples coroa
que fará de mim melhor
do que alguém, neste planeta
é somente um adorno
ou um transtorno do ego
egoisticamente falando
tenho um pobre cavalo
que vive interiormente no meu ser
ele dá muito coice
quando tentam me enganar ou me foder
mas é dócil quando precisa ser
ele vai comigo aonde eu for
a galope ou no simples compasso do amor
a minha vida é sempre posta à prova
vivo entre dilemas e dramas
problemas e tramas
entremeada de flores
de presentes e amores
é xeque de todo lado
é gente querendo me derrubar
me passar a perna
mas isso é problema deles e não meu
e se eu cair do pedestal
joguem terra por cima
quando voce também morrer
ficaremos outra vez
no mesmo nível
de igual pra igual
e no fim deste jogo
seremos todos guardados
na mesma caixa fúnebre
e participaremos do funeral
é para todos o mesmo ritual
o que difere é apenas
o que vai na alma
e no coracao de cada um!!!
LOBSHOMEM
À hora...
À hora no plenilúnio em desoras,
Quando choro e fico às sós?
Sou quão os homens: amo os cães!
Minhas preciosidades
Hoje amanheci pensando nos filhos que Deus me deu. Descobri que sou um bem-aventurado. Descobri que Deus me deu além do que mereci. Descobri, nas minhas reflexões, que fiquei bem distante de haver sido um pai satisfatório.
Com certeza, fiquei aquém das expectativas geradas nos corações dos meus filhos. Hoje vejo que deveria ter feito muito mais pelos meus queridos filhos. Entretanto, não foi isso, o que aconteceu. Por isso, Everton, Angelita, Joelma, Alex e Pedro; quero vos pedir perdão pelas frustrações, talvez mágoas deixadas em vossos corações ao longo destes quase 45 anos. Peço-lhes, perdão por todas as coisas que não fiz, e também por todas as coisas que deixei de fazer.
Mas, apesar dos meus defeitos e das minhas falhas paternas quero confessar que os amo muito. E, que não existe nada nem valor algum que possa extrair este sentimento do meu coração.
Quero também declarar o enorme prazer paternal que sinto por cada um de vocês. Pois, cada um de vocês me proporcionam satisfações diferentes e cada uma delas eleva meu orgulho paterno.
Por fim, desejo vos dizer que sou imensamente feliz por cada uma das preciosidades que Deus me concedeu como filhos. Vocês são, com certeza, o meu tesouro particular e a riqueza que o Senhor graciosamente me concedeu na terra.
Amo cada um de vocês com amor eterno. Bjs!
Pr. Valdemar Fontoura
Sou apenas um sonhador, apenas alguém que não sabe de onde veio, onde está e para onde irá. Sou apenas alguém que sonha, mas que deseja nunca parar de viver!
Sou noob na vida,Sou de vila,Esqueço que sou cria,Tenho potencial mas nada de especial,Viajar na sonda espacial,Ou permanecer na minha vida tridimensional,Tentando encontrar o lado bom da vida,Apenas insista mesmo que a vida não invista,Assista tua vitória e saboreie a derrota,Encontrar aprendizados nós fracassos,Mude por um acaso, a vitória que eu caso,A história eu repasso,Esqueço o passado,Baseando no amparo do futuro.
Essa vida Harmoniosa e ao mesmo tempo tão Loca, Sera que sou normal sei lá quem sabe!
Só sei que estou vivo.
Nem sempre sou tão forte
quanto pareço.
Por trás desse sorriso,
as vezes meu coração esta
em pedaços.
Sou orgulhoso demais. Meu orgulho já me fez perde varias oportunidades, más também me impediu de cair em vários buracos.
Notas secretas sobre mim.
Sou uma companheira completa, inclusive, além dos defeitos, tenho qualidades.
Antes orgulhoso,
concentrado em um só erro.
Agora porém vejo
o quanto sou falho.
Deus, Deus meu,
tem misericórdia de mim, que tanto erro!
“Não sou digno de ver rosas sem primeiro sujar as mãos para as cultivar. A vida é uma roseira cheirosa que possui espinhos. Eles tornam-na forte e importante.”
Búzio do Coração (outubro, 2012)
🦋
BIRRA:
Sou um feto, quase 40 semanas e lá estou no ato do parto fazendo birra pela primeira vez, eu não queria ter saído de lá onde estava, lá era quente, aconchegante, confortável, o alimento sempre chegava eu flutuava.
Sou um recém nascido agora, talvez alguns dias apenas e choro com todas as minhas forças, quero preencher o vazio do meu estômago com o leite de minha mãe.
Agora sou criança com pouco menos de 2 anos, quero colocar tudo em minha boca, reconheço o mundo assim, mas meus cuidadores ficam em alerta, afinal posso me engasgar ou até mesmo ter contato com alguma bactéria/infecção, então tomam de mim o objeto e deixo de saciar o meu deleite, eu sou inocente demais para perceber e lá estou mais uma vez aos gritos fazendo birra sem nem ao menos saber o que é birra.
Talvez eu tenha agora uns 4 anos, estou por ali no supermercado ou alguma lojinha e cismo com um doce, ou um brinquedo qualquer, toda vez que saio com a mamãe acabo ficando encantado com o colorido das embalagens, é quase que irresistível para meus olhinhos. Eu pego na mão e quero porque quero, mamãe disse que não, não sabendo argumentar, uso minha arma letal “ choro bem alto mais uma vez”, às vezes funciona e eu ganho a coisa que é objeto do meu desejo. Graças a birra mais uma vez.
O tempo passou e eu sofri calado, não deu pra tirar ela do pensamento...
Brincadeira, essa é só uma frase de uma música que fez sucesso nos anos 90.
O tempo passou e diversas outras cenas se repetiram.
Meu joelho ralou, eu quis assistir até mais tarde, queria um pouco mais de sobremesa, não queria vestir aquela roupa, brincar na rua só mais um pouquinho, fazer o dever de casa, nossa foram tantos momentos, tantas birras.
Iai quando se vê já sabe né ?
São seis horas como diria o grande Drumond.
Quando se vê você já é um pseudo adulto, já está na rota da vida, já foi... o tempo de birra passou, agora aguente.
Aguentei.
Aguentamos.
Costa larga não é isso ?
É isso que nossa espécie faz.
Aguenta e chega no dia seguinte.
Pronto, aqui eu acabaria o tema desse ensaio sobre birra. Sobre o ciclo dela.
Mas me pergunto como posso acabar algo inacabável ?
Só se eu fosse imaculável.
Não sou.
Me diz quem é ?
Portanto sigo escrevendo sobre o objeto de todas as birras, “o aprazível”, que em sua linha tênue das garantias tangíveis me faz inconscientemente voltar ao ato do parto, ao primeiro manifesto de insatisfação, ao primeiro grito de angústia pela satisfação do objeto prazeroso.
Eita animalzinho indomável que sou.
Acho legal a pose no retrato,
A parte boa dos triunfos contados aos cantos do mundo.
Mas eu não, agora não, hoje não, por somente essa noite não, sem embelezamentos constantes que elevam daqui e enclausuram dali.
Hoje só quero expor o animal, o bicho, a forma indomável que joga toda inteligência no chão.
A rasteira instintiva que como diria Leandro Karnal em uma palestra disponível no YouTube “ coloque ingleses finos, educados, refinados, com suas gravatinhas borboletas e os avise que ficarão em uma sala trancados por um mês e o único alimento que terão será um Danoninho, um único Danoninho”, em poucos minutos teríamos segundo Karnal toda queda dos bons costumes.
Me arriscaria em citar o mestre Pondé quando diz “ Se ficássemos sem energia elétrica, em algumas semanas voltaríamos para a pré história”.
A ficção científica já brinca com isso também, (The 100, the walking dead) e por aí vai.
Olho por olho.
Dente por dente.
“ Um por todos e todos por um só nos mosqueteiros”.
Na vida real mesmo é como na vila do sossego do Zé Ramalho “ Na tortura, toda carne se trai”.
Ou pode ser que nas palavras de
Maslow tudo se encaixe mais adequadamente com os desejos e as necessidades que chegam primeiro na corrida dos desejos humanos.
Se é sobre sobreviver então mais uma vez encontramos um amigo para nos fortalecer o pensamento:
Charles Robert Darwin com sua teoria da evolução.
Melhor adaptação, reprodução e que a vida continue.
Fim !
Ou começo ?
Fim!
Ou início ?
A birra : ato ou disposição de insistir obstinadamente em um comportamento ou de não mudar de ideia ou opinião; teima, teimosia. Quando renitente e motivado por algum capricho, paixão ou suscetibilidade; implicância, má vontade.
Isso que chamamos de birra, é benéfico ?
Ou é um pouco de nós que morre ao gastarmos energia com nossas convicções na hipótese de serem estupidas e destruidoras ?
Eu fiz muito birra.
Nenhuma delas me matou.
Me fizeram chorar. Me causaram angústia e frustrações. Mas com os anos fui percebendo melhor as regrinhas do que podia ou não podia em sociedade, ficou tudo bem pra mim, assim como deve ter ficado pra você também, tão bem que se uma criança quer uma bala antes do almoço e resolve fazer uma birra, eu e você como adultos sãos e dentro de um contexto mínimo de noção, talvez diríamos que não.
E essa criança repetirá o ciclo.
As birras vão mudando de níveis, vai saindo do que antes era uma mama responsável por saciar a fome, para uma bala, um brinquedo, uma brincadeira desmedida até mais tarde e esse poderia ser o ciclo.
Então você cresce: passa pelos 20, 30, talvez 40, talvez 50 ou 60 anos.
Você não quer mais tanta bala quanto queria antes, as brincadeiras já ficaram pros filhos, netos, sobrinhos ou para as crianças de seus vizinhos.
Motivos para birra já não há mais.
Motivos, motivos, motivos mesmo, daqueles incompreensíveis tais como eram em sua infância ou talvez adolescia, no máximo juventude.
Qual a questão então ?
O adulto só muda de endereço.
Um baiano que muda para o Goiás ainda será um baiano.
Um goiano que muda para São Paulo ainda será um goiano.
Até eu mesmo que nasci no Piauí e sair carregado nos braços com menos de dois anos em direção à Brasília, ainda sou um Piauiense. Tudo bem, não tenho sotaque, não sou adepto a culinária, não conheço todo regionalismo, mas sou. Minha raiz é. Minha árvore genealógica ascende ali.
A criança sai da infância metaforicamente falando e caminha para vida adulta.
Mas ainda é uma grande birrenta !
Só que por desejos diferentes.
Qual o problema disso ?
Nenhum, tá tudo bem, desde que não custe a sua vida.
Depois de quase apagar a luz do sol e virar poeira, me despeço da parte animal e indomável em mim que é uma manisfestante materializada em forma de birra, para que eu permita o ascender do amanhecer diante das minhas pupilas e que a íris de meus olhos possa continuar captando beleza.
Bem vindo Antônimo.
“O Antônimo de birra” depois de chegar nas últimas consequências é o único caminho para que os batimentos cardíacos não se encerrem antes do tempo.
Tiago Szymel
