Thomas Goodwin

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“Deus, em seu amor, escolheu as pessoas… Cristo não morreu apenas por algumas propostas, mas por pessoas… Ele amou a nós, não ao que é nosso.”

"Para mim o céu sem Cristo seria o inferno".

⁠As mais doces bênçãos são conseguidas com oração e usufruídas com ações de graças!

Teologia Arminiana

Cristo, o Fundamento e Objeto da Fé

“Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.” (Rom 8.33,34)

Veremos Cristo como o objeto da fé. E a sua morte e ressurreição sendo o suporte, o fundamento da fé e a causa da nossa justificação.
E, portanto, assim como vimos a fé de Cristo para nós, no nosso discurso anterior intitulado “Cristo Estabelecido”, então agora vamos ver o que a nossa fé deve ser para ele, e focaremos somente a fé justificadora, porque a justificação foi propriamente o assunto tratado quanto à fé de Cristo por nós, e é também adequadamente apresentada por Paulo, como aquela fé que os crentes devem ter nele. Agora, a fé é chamada justificadora, porque tem apenas a justificação como seu objeto; assim como ela vai nos conduzir a Cristo para justificação; assim, tudo o que falarmos deve se limitar somente a isto, conforme o propósito do texto. E sobre isso, o texto destaca duas coisas:
1. Ele amarra em Cristo o objeto disto: Quem os condenará? Cristo morreu, etc . E ele sendo o único sujeito daquelas quatro particularidades que destacaremos a seguir, como incentivos à fé, deve necessariamente ser, portanto, o objeto aqui estabelecido para nossa fé.
2. Em Cristo, temos aqui todas as quatro coisas em que consiste o triunfo para os crentes, para lhes assegurar que não serão condenados, mas justificados por causa disto:
Cristo (1) morreu (2), ressuscitou (3), está à direita de Deus (4). E intercede por nós.
Então para atender ao propósito do texto, devo destacar estas duas coisas que devem ser feitas:
1. Direcionar sua fé a Cristo, como o seu objeto certo.
2. Encorajar a sua fé com base nestas várias ações de Cristo por nós
Vejamos então, primeiro, o direcionamento a Cristo como o objeto da fé.
1. Cristo é o objeto de nossa fé, na comissão conjunta com Deus Pai.
2. Cristo é o objeto da fé, em oposição à nossa própria humilhação, ou graças, ou deveres.
3. Cristo é o objeto da fé quanto às promessas.
1. Primeiro, Cristo é o objeto da fé, na comissão conjunta com Deus Pai. Então, aqui, é Deus que justifica, e Cristo que morreu. Ambos são estabelecidos como fundamento da confiança de um crente. Assim em outro lugar, a fé é chamada de fé (ou seja, em Deus), que justifica o ímpio, Rom 4.5, e fé Cristo, Atos 16.31. Onde surge a fé ela tem um olho em ambos, que operam juntamente na justificação de um pecador. Foi Cristo que pagou o preço, que cumpriu a justiça pela qual somos justificados, e é Deus que o aceita e o atribui a nós, portanto, a justificação é atribuída aos dois. E isso temos , em Rom 3.24, onde se atribui a ambos juntamente, sendo justificados gratuitamente, por sua graça, por meio da redenção que há em Jesus Cristo.
Estes dois se encontram para nos justificar, assim também a fé em justificação deve olhar tanto para o Pai quanto para o Filho. Então, lemos no versículo seguinte, Rom 3.25, a quem Deus propôs para propiciação, mediante a fé em seu sangue. E embora seja verdade que Deus justifica seja o maior objeto de nossa fé, pois Cristo nos leva pela mão diante do Pai, como vemos em Ef 2.18, e em I Pe 1.21, “que, por meio dele, tendes fé em Deus, o qual o ressuscitou dentre os mortos e lhe deu glória, de sorte que a vossa fé e esperança estejam em Deus.”
2. A segunda é que Cristo deve ser o objeto de nossa fé, em oposição à nossa própria humilhação, ou graças, ou funções.
(1) Nós não confiamos, nem descansamos em Deus na humilhação, como muitos fazem, que têm suas consciências tranquilas nisto, quando estão debaixo de tribulações. Essa promessa, “Vinde a mim, vós que estais cansados e oprimidos, e achareis descanso”, tem sido mal interpretada, porque muitos têm entendido, como se Cristo tivesse falado de paz e descanso simplesmente para esta condição presente, sem nada mais, e assim têm aplicado isto a si mesmos, como lhes dando um interesse em Cristo meramente para achar alívio emocional e sentimental; enquanto que o que está sendo proposto pelo Senhor é apenas um convite (porque eles são muito aptos a ficarem desencorajados) para vir a Cristo, como o único em quem o descanso espiritual pode ser encontrado. Se, portanto, os homens vão estabelecer seu descanso, estando cansados e sobrecarregados, e não vierem a Cristo para isto, eles se sentarão em tristeza.
Assim, se você estiver cansado, você pode ter descanso de fato, mas é preciso vir a Cristo em primeiro lugar. Porque, assim como, se Cristo tivesse morrido apenas, e não tivesse ressuscitado,estaríamos ainda em nossos pecados, 1 Cor 15.17, de modo que nós morremos pelo pecado, (como Paulo cita em Rom 8.11, 12, 18), de modo que se não alcançarmos a ressurreição espiritual pela fé (Fp 3.12,13) permaneceremos ainda em nossos pecados.
(2) Em segundo lugar, não achamos o descanso proposto para as nossas almas, em graças ou deveres; todos eles não podem satisfazer nossas próprias consciências, e muito menos à justiça de Deus. Se a justiça que dá a vida eterna pudesse ter vindo por estes, então Cristo morreu em vão, como se afirma em Gál 2.21.
Que desonra seria para Cristo, que eles devessem compartilhar qualquer parte da glória da Sua justiça! Foram alguns de seus deveres crucificados para você? Graças e deveres são filhos da fé, a descendência de Cristo, e eles podem de fato precisar realmente nutrir a sua mãe, a fé, mas não são a fonte que a gera, senão o próprio Deus, posto que é um dom dele para nós.
3. Em terceiro lugar, a pessoa de Cristo, e não meramente as promessas de perdão, devem ser o objeto da fé. Há muitas pobres almas humilhadas pelo pecado, e arrancadas de seu próprio fundamento, como a pomba de Noé que não tinha onde pousar, eles voam sobre toda a palavra de Deus, para espiar o que eles podem usar para firmar o pé em cima, e achar nela muitas promessas livres e graciosas, para obter o perdão de pecados e justificação, eles imediatamente as agarram e descansam sobre elas apenas, não procurando estar em comunhão com Cristo naquelas promessas. O que é um erro comum entre as pessoas, e é como se a pomba de Noé devesse repousar do lado de fora da arca, e não vir ter com Noé no interior da arca, onde ela poderia descansar, mas se ela ficasse do lado de fora, enfrentando todas as tempestades, certamente teria morrido lá no final.
Mas podemos observar que a primeira promessa que foi dada, não foi uma palavra apenas prometendo perdão, ou outros benefícios que Deus iria conceder, mas foi uma promessa da própria pessoa de Cristo como vencedor de Satanás, e para comprar aqueles benefícios como a semente da mulher que deve esmagar a cabeça da serpente. Então, quando a a promessa foi renovada com Abraão, não foi uma promessa de bênção e perdão, mas daquela semente, isto é, Cristo (como se vê em Gál 3.16), em quem essa bênção foi cumprida. Em tua semente todas as nações da terra serão abençoadas. Assim que a fé de Abraão primeiro foi selada com Cristo na promessa, e, portanto, se diz ter ele visto o dia de Cristo e ter se regozijado em abraçá-lo. E assim todos os patriarcas sucessivos (que eram crentes) se, mais ou menos, em seus tipos e devoções, como aparece em 1 Cor 10.1,2. E se, eles o fizeram, muito mais devemos nós, portanto, olhar para Cristo, para Aquele que agora existe em nosso relacionamento com ele, não somente em promessas, mas tendo realmente encarnado, e que agora se encontra no céu. Assim, todas as promessas, como a de perdão, etc, são ratificadas e confirmadas nele.
Agora há a mesma razão quanto às promessas, para aqueles que pregam o evangelho, porque devem pregá-lo com um olho na promessa ouvida ou lida, enquanto a alma deve primeiro olhar para Cristo, e abraçá-lo sabendo que as promessas são por meio dele, e é nele que elas têm o sim e o amém, 2 Cor 1.20.
A promessa é, senão a caixa, e Cristo a jóia nela, a promessa é o campo, e Cristo a pérola escondida nele.
As promessas são os meios pelos quais você crê, e não as coisas em que você deve descansar. E assim, embora olhe para a promessa do perdão, você deve crer em Cristo, em quem essa promessa de perdão é obtida. Assim lemos em Atos 26.18, o próprio Cristo afirmando que os crentes obtêm o perdão pela fé nele.
Não devemos conceber que as promessas de perdão sejam como os indultos de um príncipe, que contêm apenas uma expressão de sua palavra real para o perdão, de modo que a busca de descanso tem a ver apenas com a sua palavra, mas as promessas de perdão de Deus são feitas em seu Filho, e é como se um príncipe devesse se oferecido a si mesmo para perdoar um traidor.
“Aquele que tem o Filho tem a vida.”, 1 João 5.12, porque a vida designada por Deus está somente nele, 1 João 5.11.
Assim, descansar apenas na promessa, ou olhar para o benefício prometido, sem olhar para Cristo, não é uma fé evangélica, mas a fé judaica. É ir a Deus sem um Mediador eficaz, e isto é fazer com que as promessas do evangelho sejam como as promessas da Lei. Por isso temos afirmado na Palavra que as promessas do evangelho estão baseadas numa superior Aliança, e que estas promessas são superiores às da Lei, Heb 8.6.
Há três tipos de promessas, e na aplicação de todos estes tipos, é Cristo que a sua fé deve contemplar.
1. Há promessas absolutas, feitas sem condições, como quando é prometido que Cristo viria ao mundo para salvar os pecadores, etc.
2. Há promessas convidativas, como a que antes mencionamos: “Vinde a mim vós que estais cansados,” etc. A promessa não é sobre cansaço, mas para se chegar a Cristo, segundo a ordem de irmos a ele, e a consequência será que encontraremos descanso e paz para a alma.
3. Há promessas asseguradas, como aquelas feitas para as diversas qualificações da santificação, etc. Mas ainda assim o que é que está prometido nelas, qual é o coração que somente deve ser olhado? É Cristo, no qual a alma descansa e tem conforto.

Tradução, redução e adaptação feitas pelo Pr Silvio Dutra, de um texto de Thomas Goodwin, em domínio público.

Cristo Estabelecido

Mostrando por meio de introdução, que Cristo é o exemplo e objeto da fé justificadora.

“Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós.” (Romanos 8.34)

O alvo destas palavras: elas apontam originalmente para Cristo. Cristo, o mais alto exemplo de fé. Encorajamentos para a nossa fé vêm dele.
Estas palavras são um desafio triunfante proferido pelo apóstolo em nome de todos os eleitos, porque assim ele começa no verso 33: Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. E então seguem estas palavras: Quem os condenará? ou seja, os eleitos de Deus. É Cristo que morreu, etc. Este desafio encontramos publicado pela primeira vez por Jesus.
O próprio Cristo, nosso único campeão, Isaías 50 (um capítulo feito para Cristo), verso 8: “Perto está o que me justifica; quem vai lutar comigo? Foram as palavras de Cristo, e disse que Deus era quem o justificava, e estas são as palavras de cada crente, a quem Deus justificou. Cristo as proferiu como estando diante do tribunal do sinédrio, quando cuspiram nele, e o esbofetearam, como nos versos 4 e 5, quando ele foi condenado por Pilatos, e então, ele exerceu esta fé em Deus Pai: “Perto está o que me justifica”. E, assim, nesta sua condenação, ele ficou em nosso lugar, por isso, nesta sua esperança de sua justificação, ele fala em nosso lugar. Além disso, é como nos representasse em ambos. E com base nisto, o apóstolo aqui pronunciou, em palavras dirigidas a todos os eleitos: É Deus quem os justifica; quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós. Eis aqui a comunhão que temos com Cristo na sua morte e condenação, sim, em sua própria fé, se ele confiava em Deus, nós também podemos e devemos, certamente, ser livrados. Observemos primeiro a partir daqui, por meio da premissa que se segue a tudo isso, que Cristo viveu pela fé, assim como nós fazemos.
Em João 1.16, é dito que recebemos de sua plenitude graça sobre graça; isto é, a graça adequada e semelhante à sua, e assim (entre outras graças) a fé.
Em primeiro lugar, em certo sentido, ele tinha uma fé para justificação semelhante à nossa, embora não uma justificação pela fé, como nós temos. Ele não foi, de fato, de si mesmo, confiar em outro para justiça, porque ele tinha o suficiente de si próprio (ele é o Senhor nossa justiça), mas ele acredita em Deus para justificá-lo, e recorreu a Deus para a justificação: “Ele está perto” (ele diz) “o que me justifica”. Se ele tivesse se levantado em sua própria pessoa apenas, não teria havido nenhuma ocasião para tal afirmação, e ainda considerarmos que ele estivesse em nosso lugar, pois quem precisa de tal justificação, se ele não estivesse de alguma forma, perto de uma condenação? Ele portanto, deve ser suposto estar aqui (em Isaías) no tribunal de Deus, bem como no de Pilatos, com todos os nossos pecados sobre ele. E assim, o mesmo profeta nos diz, cap. 53.6, que Deus fez cair sobre ele as iniquidades de todos nós. Ele agora foi feito pecado, e uma maldição, e não ficou em perigo da condenação de Pilatos apenas, mas de Deus também, a menos que o satisfizesse por todos esses pecados.
E, quando a ira de Deus por causa do pecado, veio sobre ele, sua fé esteve com ele, para confiar para confiar e esperar por ele para sua justificação, para tirar todos esses pecados, juntamente com a sua ira sobre ele, e ficar satisfeito e absolvê-lo. Portanto, no Salmo 22 (que foi escrito para Cristo, quando pendurado na cruz, e fala como se encontrava o seu coração), ele é levado a expressar tal fé, como temos falado, quando ele chamou a Deus de seu Deus, “Meu Deus! meu Deus!”, e então, como que sentindo que ele lhe havia abandonado disse: “por que me desamparaste?” Sim, ele ajudou a sua fé com a fé dos antepassados, aos quais Deus havia livrado por causa da sua confiança nele: “Nossos pais, confiaram em ti, e tu os livraste”. Sim, nós o veremos aos pés de Deus, menor do que nunca nenhum homem fizera. Eu sou um verme, ele diz, e não homem, e tudo isso, por causa dos nossos pecados.
Agora, sua libertação e justificação de tudo isso, para ser dada a ele em sua ressurreição, era o assunto, o negócio que ele confiava em Deus para ser feito, mesmo que ele devesse ressuscitar novamente, e ser absolvido deles. Então vemos no Salmo 16 (um salmo feito também para Cristo, quando sofresse e fosse colocado no túmulo ), versos 8, 9, 10: O Senhor está à minha direita, não serei abalado; portanto o meu coração está contente, a minha carne também repousa na esperança, ou, como no original, habita em firmeza confiante. Tu não deixarás a minha alma no inferno, isto é, sob o fardo desses pecados, e da tua ira caindo sobre mim por causa deles, nem deixarás o teu santo (em meu corpo) ver a corrupção. Isto é, em substância tudo o que é dito aqui em outras palavras. Ele está perto de quem o justifica, porque a ressurreição de Cristo era uma justificação dele, como vou mostrar a seguir.
Nem ele exerceu a fé por si mesmo somente, mas também por nós, e que mais do que qualquer um de nós é exercida por ele, para fazê-lo por si mesmo, pois ele em morrendo, e se esvaziando, confiou em Deus, com o mérito de todo o seu sofrimento, havendo muitos milhares de almas para serem salvas, assim, um longo tempo depois, até ao fim do mundo. Ele morreu e confiou tudo o que tinha em mãos a seu Pai, para dar isto em graça e glória, àqueles por quem ele morreu teriam necessidade. E esta é uma maior confiança (considerando o número infinito dos seus eleitos como ainda estando por vir) do que qualquer homem tem a oportunidade de exercer por si mesmo sozinho. Deus confiou em Cristo antes que ele viesse ao mundo, e salvou muitos milhares de judeus sob sua palavra. E depois de Cristo, em sua morte, o Pai lhe confiou a salvação, mais uma vez, tanto para judeus, quanto para gentios, que viriam a crer nele depois de sua morte.
Em Hebreus 2.12 a 15 - é feito um argumento que Cristo foi um homem como nós, porque ele foi colocado para viver pela fé como nós (o que os anjos não fazem), e para este fim, o apóstolo traz nestas palavras profetizadas por ele, como falando por si mesmo, vou colocar a minha confiança nele, como uma prova de que ele era um homem semelhante a nós. Agora, para o que ele confiou em Deus? Pelo contexto, parece ser isto, para ser a salvação de seus irmãos e filhos, e que ele deveria ter uma semente e um geração para servi-lo, e levantar uma igreja para Deus, para louvá-lo. Foi para isto a sua confiança, e a questão dos seus sofrimentos, anteriormente citada, Salmo 22, do verso 22 até o final.

Aplicação: Como deveria ser a consideração dessas coisas tanto para nos atrair para a fé, e nos encorajar nele, e elevar o nosso coração acima de todas as dúvidas de espírito para crer! Pois neste exemplo de Cristo, temos o maior exemplo de fé que já existiu. Ele confiava em Deus (como vimos) para si, e para muitos milhares. Além disso, mesmo para todos os seus eleitos, e tu não tens o coração para confiar nele por uma pobre alma?
1. Este exemplo de Cristo pode nos ensinar e incitar a crer. Para fazê-lo, Cristo deixou toda a sua glória, e esvaziou a si mesmo, e fez um ato de entrega de tudo o que tinha nas mãos a seu Pai, e isso em uma pura confiança que Deus havia de justificar muitos por meio dele. E se não entregarmos a Deus tudo o que temos, podemos ter a esperança de sermos nós mesmos justificados por ele? E, além disso;
2. Ele pode nos encorajar a acreditar, especialmente contra a grandeza de pecados. Tens a culpa de inúmeras transgressões que te desencorajam de confiar nele? Considere que Cristo foi o maior pecador que já existiu, ou seja, por imputação, pois os pecados de todos os eleitos de Deus foram colocados sobre ele, e ainda assim ele confiou em Deus para ser justificado de todos eles, e para ser levantado sob a ira que lhes era devida. Ai de mim! tu és apenas um pobre pecador, e tua fé, apenas um fardo leve e pequeno colocado sobre ele, ou seja, os teus próprios pecados, comparados com todos os que ele carregou, são, senão como uma unidade para um número infinito. Deus fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós. Cristo confiou em Deus pela sua própria quitação dos pecados de todo o mundo, e quando isso lhe foi dado, ele ainda confiava no Pai, para absolver o mundo por causa da satisfação da sua justiça.
Mas tu queres dizer, que Cristo era Cristo, alguém pessoalmente unido a Deus, e que sabia que podia satisfazê-lo, mas eu sou um homem pecador. Bem, mas se tu creste, e assim te fizeste um com Cristo, então Cristo fala estas palavras em nome tanto de si mesmo e dos seus eleitos, como tem se manifestado, tens a mesma base para pronunciá-las como ele o fizera, e tudo o que o encorajou pode te encorajar, pois ele se encontrava em teu lugar.
Foi somente o teu e os demais pecados dos outros, que o colocaram em perigo de condenação, e tu vês que a sua confiança de antemão era que Deus iria justificá-lo de todos eles.

Tradução, adaptação e redução feitas pelo Pr Silvio Dutra, de um texto de Thomas Goodwin, em domínio público.
Thomas Goodwin