Ricardo Vitti

Compus com lágrimas minha vida, e, hoje exponho a minha amada morte.

Se me achegar perto de você não vai ser para pedir ajuda, mas sim os meus parafusos que tu me fez perder; melhor, a distância cumpre de achá-los.

Estúpido e, de um instinto animal é que o indivíduo que é uma fera se fere em uma flor.

Coisas são jogadas na rua da amargura, mas se forem colecionáveis podem ser lágrimas.

⁠Atiça-me aos teus braços e abraços, então, rouba-me o tesouro perdido que era só meu, e pisa nessa minha paz jogando-a na sarjeta.

⁠Chuvinha cai e nada leva, mas não se preocupe em me transbordar, e se quiser cuidar de mim; resta tempo para colher flores. Há uma nova versão, havia alguns pássaros e risos.

Traga condolências, mas espero que esqueça as flores para esse meu jardim moribundo. ⁠

⁠Acautelai-vos vós que se entristeçais em qualquer pano velho, quem se exalta colhe da altivez as lágrimas.

⁠Tanto juntamos e nada se acumula, quando tudo são penas é sinal de que poderíamos ser mais que um peso perdido.

⁠rabisco de vidro.
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"O árduo juntador de cacos já se viu no risonho gargalhar do guri das trevas. Poupa o amparo e joga seu testemunho à flor; dorminhoco reflexo e um céu azul-marinho. Sarou a ferida e sangrou as desavenças, éramos borboletas vagando sem amor, vamos para o sul de paraquedas. Aquarela em slow motion e ela não deixa de chorar.".
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Ricardo Vitti

⁠Mudança é trancafiar a porta e dar pulos na janela pisando o assombro do escuro.

Saiba que a felicidade é como migalhas jogadas aos pombos, quando pensar em catar com suas mãos, terás mais asas voando. ⁠

⁠tropeça e bate.
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"Barrenta e de um aspecto ascoso e fétido. Sim! Minhas lágrimas já não causam estrondos por onde quer que desembarque. Fogem descompromissadas com a vergonha de juntar o pó da estrada e ninguém ou alguém nada dizer, nem mesmo uma palavrinha, mas fica em mim o orgulho que se apaga no esgoto.".
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Ricardo Vitti

O espelho finca a sepultura para o vaidoso.
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O ponteiro do relógio é tardio quando se sofre, e um fuzil quando se deseja viver cada segundo.
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Os punhos se ferem nas grades quando entre as cercas voa o pássaro em seu romance.
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Quando for gritar, então grite, quando for chorar se derrame, mas busque estar no lugar mais alto.
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Senta o prego e deita o sangue em um poema de amor como um lenhador.⁠

Já é visto quem sente, mas quem rasga é o vento que como o passado deixa suas cicatrizes, e sobrou somente o retrato-falado.
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juntou e se esparramou.

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"Denegriu a imagem do pobretão falsificado e o personagem já não é solitário naquelas ruas de imundície. Foi visto se contorcer em um coice. Tanto humilhou e. Caiu! Nas palavras sujas se estendeu, e, agora se engana em pensar em tapear. O jazigo o viu com seus tropeços e, deu de cara com a lua.".

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Ricardo Vitti

⁠vizinhos distantes.

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"Relaxado com o relato do ocorrido daquela tarde perniciosa que no arrebol não viu o lençol. Fez despedida e não saiu da minha frente; e como uma corrente se apegou ao vestido dela que passava apressada. Atrasada para o encontro da despedida. Chorei sem pressa de parar, e, então, vi ela se declarar para o viajante desatento em um opaco rastro de dor, e eu me declarei por pensar que oque sentia por ela era amor.".

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Ricardo Vitti

⁠Miserável mentira que ainda ilude e que traz ela de volta de onde não tivemos.

⁠O útero é um purgatório onde todos assinam a sentença de estar vivo.

⁠Morrer de rir é a volta dos que já foram e, começar tudo de novo.

⁠O pobre jogado no pó é mais uma folha jogada no acaso, mas o fim a recolhe.