Paulo Ricardo Zargolin
Antes de escolher um amor como quem clica numa série para 'maratonar' na Netflix, é preciso compreender que, às vezes, o conteúdo realmente bom está fora do catálogo.
Eis o cenário de um "The Walking Dead" mais verossímil: zumbis viciados em jogos eletrônicos, músicas randomizadas e redes sociais, tentando esvaziar o cérebro dos sobreviventes.
Uma cultura que perpassa pela corrupção de valores, de políticas e de pessoas destrói a identidade de uma nação e dilacera sua governança.
Uma das coisas que me chateia é fazer aniversário. Nunca gostei. Mas, obviamente, minha vontade de parar o tempo não resultou em nada. Ele continuou seu curso, sem se importar comigo.
Dizem que o tempo cura. Mas não é verdade. Ele só passa, como quem não quer nada. É folha seca do início do outono, que vai cair, haja o que houver.
Detesto tudo o que é preciso decorar, com exceção de poemas: 'De tudo, ao meu amor serei atento' e nunca vou esquecer do soneto todo. Se serei fiel? Isso já é demais!
Sei amar como ninguém, porém não consigo amar por muito tempo. Eu enjoo rápido. Dá vontade de sair correndo e nunca mais parar. Mas daí, eu certamente pararia pra descansar no primeiro oásis, porque tudo que é demais me cansa. Inclusive, esse tal descanso na miragem, que, mais do que depressa, seria trocado logo por uma carona - nem que fosse de ônibus - até a cidade mais próxima, onde eu pudesse conhecer gente nova.
Descobri do jeito mais cruel que eu sempre seria o vilão aos olhos de alguns.
Tem quem me olhe assim. E me sinto mal. Sinto-me mau também. Creio que, às vezes, eu mesmo começo a desacreditar no lado bom de ser quem sou.
Concluí que sou o que sou e gosto de sê-lo. E quem não gostar de mim assim não precisa se esforçar. Há bilhões de outras pessoas no mundo esperando ser 'gostadas'!
É bom sempre ressignificar tudo aquilo que se diz, porque todos mudam o tempo todo; no entanto, as essências são, inevitavelmente, perenes.
Sendo a vida o cenário, atores e autores se misturam: ora é falha do roteiro; ora, falta de talento.
É maçante perceber que o discurso de um opressor é sempre pautado na falsa culpa atribuída ao oprimido.
Acho normal gostar tanto de algo a ponto de nunca mais querer ver aquele algo na minha frente. É nisso que dá ser ansioso e aficcionado
Ser falso é ter uma postura ideologicamente incoerente, um comportamento visivelmente arbitrário e/ou uma conduta positiva diante de um estímulo notadamente negativo, apenas a fim de manter as aparências. Tratar as pessoas com o respeito, ouvi-las e conviver em harmonia, na medida do possível, ainda são características atreladas à educação.
O intento de ignorar a existência de um indivíduo - por mais desprezível que seja - castiga o ignorado, mas traz maior sofreguidão ao ignorante.
O amor oferecido a quem é de sua cor e mesma classe social, frequenta os mesmos ambientes, possui grau de instrução similar ao seu, tem aparência aceitável e professa a mesma fé, na verdade, é pura vaidade.
Um filho não precisa de aceitação, só de amor. E, para quem só sabe amar uma réplica de si mesmo, fica uma dica: não se reproduza.
Todo cidadão necessita compreender que, no âmbito daquilo que lhe é garantido pela legislação, encontram-se também seus respectivos deveres.
Para não incorrer em atos como ofensa, humilhação e injúria a outrem, confundindo os limites e as especificidades do conceito de liberdade, é essencial que o indivíduo tenha aprendido os princípios básicos da cidadania.
É possível expressar os pensamentos e ideais sem incitar ódio e intolerância à integridade de nenhum indivíduo, deixando de embarcar num “expresso libertinagem”, onde guerras ideológicas são travadas em cada “vagão” e os direitos e deveres dos cidadãos seriam considerados mera utopia.
