Paul Valéry

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Entre duas palavras, devemos escolher a mais pequena.

O objetivo profundo do artista é dar mais do que aquilo que tem.

Apenas se ofende a Deus, que é o único que perdoa.

O que me interessa nem sempre é o que tem importância para mim.

Um homem de génio é aquele que mo transmite.

A morte fala-nos com uma voz profunda para não dizer nada.

Todos os homens fecundos da natureza se desenvolvem de uma maneira egoísta; o altruísmo humano, que não é egoísta, é estéril.

Não hesito em declarar: o diploma é o inimigo mortal da cultura.

Um homem competente é um homem que se engana segundo as regras.

Muitas vezes as objeções nascem do simples fato de que aqueles que as fazem não são os mesmos que tiveram a ideia que estão a atacar.

Um homem de negócios é um cruzamento entre um dançarino e uma máquina de calcular.

Sou como uma pessoa honesta, visto nunca ter sido assassinado, roubado, violado, a não ser em imaginação. Não seria honesto sem estes crimes.

Nenhuma nação gosta de considerar os seus infortúnios como seus filhos legítimos.

Verdadeiramente bom só é o homem que nunca censura os outros pelos males que lhe acontecem.

É um grande erro especularmos acerca da tolice dos tolos e um erro ainda maior fiarmo-nos na inteligência dos inteligentes. Eles afastam-se uma vez por dia da sua natureza.

Nós outras, civilizações, sabemos agora que somos mortais.

Todos os homens sabem uma quantidade prodigiosa de coisas que ignoram saber. Sabermos tudo quanto sabemos? Essa simples investigação esgota a filosofia.

Se tudo fosse claro, tudo nos pareceria inútil.

Estamos ameaçados por duas calamidades: a ordem e a desordem.

A meditação é um vício solitário que cava no aborrecimento um buraco negro que a tolice vem preencher.

Amar é ser estúpidos juntos.

O homem feliz é aquele que ao despertar se reencontra com prazer e se reconhece como aquele que gosta de ser.

Os corações dos nossos amigos são com frequência mais impenetráveis que os dos inimigos.

A fraqueza da força é só crer na força.

O passado, mais ou menos fantástico, ou mais ou menos organizado posteriormente, age sobre o futuro com um poder comparável ao do próprio presente.