Nilton César Cavenaghi

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⁠Dia de chuva

Para refrescar as manhas ensolaradas eu me lembro,
Final da primavera, época de flores e perfume.
Nada nelhor que a chuva fina de Dezembro,
Acompanho com um café, como de costume.

⁠O Café.
O lavrador planta a semente,
Assim como uma criança.
Cuida com amor benevolente
Na fartura tem a esperança.

O tempo passa a planta cresce,
Belas flores e bom fruto.
Na colheita não amolece,
No labor do trabalho bruto.

O sol seca o grão,
No terreiro inspirador.
Vira e mexe como um refrão,
Pelo laborioso lavrador.

Depois torra o grão,
Na torrefação escaldante.
No calor o suor molha o chão,
Um trabalho degradante.

Para o moinho multiprocesso,
Moídos em tamanhos diferente.
Coador, prensa, moka ou expresso,
Para o melhor café de nossa gente.

Embalados e transportados são,
Enviados para nossa cidade.
Um transporte com risco e tensão,
Carregado de amor e cumplicidade.

No mercados ficam à nossa espera,
Com sua história em chama acesa.
De uma cadeia que prospera,
Do suor do lavrador a nossa mesa.

Preparamos então o café,
Em um ritual especializado.
Com carinho e muita fé,
Tomamos sozinho ou acompanhado.

Conhecendo agora o labor,
Do cultivo do café e seu legado.
Como ousa estragar seu sabor,
Tomando café adoçado?

Nilton César Cavenaghi
04/08/2022
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