Nicola Vital

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⁠⁠⁠⁠DIALÉTICA
Eu, tão insolente,
Quase insólito.
Você, ali, evidente.
Ângulo, cortês.
Teses a mim!
Em síntese,
Pises de mansinho
Pode estar meu
Coração.

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⁠⁠SONHO GRENÁ
Hoje, olhando para trás, vejo tudo tão pouco e fugaz.
Só mesmo o relógio na parede, o sonho grená
Serão capazes de parar o tempo.
Porque o tempo não pára, não pára não.
Seu sonho que pára o tempo!
Para se fazer franzino meu sonho grená.
Dentro de mim estradas sem volta
Dentro de mim caminhos sem fim
Dentro de mim seus deuses de nanquim.

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⁠Série minicontos

CHÃO DE GRIS
Naquela manhã de março se fazia outono no hemisfério sul.
Sob a sombra do cajueiro em frangalhos o sol nas bancas de jornal refletia o verde oliva a sucumbir a clorofila de uma nova primavera.
Dos amantes, passantes e brincantes.
O pasquim flutuante sobre o carmim do asfalto anunciava um mau agouro:
Em seu reino tupiniquim nascia um rei torto.Quando acordei estava morto.

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⁠⁠⁠ILUSÃO
Peguei passagem naquele bondinho suburbano.
Somente o último acento me cabia.
franzinos se fez meus sonhos.
Serenado o dia
A noite se fazia
Pouc ao sofá jaziam
Não sei se sentia pena
Ou se é pena o que sentia.
Pobres ali vigia o limbo
Da emoção...
Envoltos na fantasia.
Outros tantos sem razão
Se vão.

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⁠⁠⁠⁠DIVINA COMÉDIA
Enfie-lhe a mão à garganta
E arranque pelo avesso
Aquilo que lhe põe dantesco.
Eu, que não creio em nada!
Sou crente a frente
Dos que não pecam à vida.
Com fulcro ao mesmo texto
Atine de volta ao começo
Do literal sonho Dantesco.

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⁠ENTRE AS MOSCAS
Toda vez que o telefone toca meu coração dispara como cancioneiro errante.
Testando o cheiro hediondo da gasolina.
Antes do sorriso, da flor e do “amor”.
Existe o morro, a fome e pessoas pobres.
E o sonho de ser feliz que permeia-se no gemido calado do filho mal nascido da madona que nutre os filhos de uma realidade perenal fundada na tônica que embala o discurso formal.
Não devemos romantizar essa realidade que sangra!
Meu Brasil...
De onde veio meus destinos.
Tantas almas espichadas no curtume sob o negacionismo estrutural.
Funde minha cuca...
Essa noite eu deixei uma luz acessa todo o tempo.
E sob seus poucos lumes, me transportei a um passado presente.
A morte não é cessação da vida!
abraçar, beijar, amar, sorrir, chorar, sonhar. Por que guardar isso?
Eram poucos os fios prateados do vovô.
Seus parcos sonhos divergentes aos da criança que queria ser grande.
Mas ele nunca contou nem me deixou saber que a vida depois de crescido
Rala o peito.

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⁠LOUCURA
Sob a cúpula um conglomerado de pecadores bebe o sangue do perdão. Só Allonso que não peca à vida.
Com suas leis à mão decide quem deve ou não. E, ao final da leitura o suprassumo venda a razão ante o triunfo dos loucos.

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