Naeno Rocha

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DILIGÊNCIA

Vou sair, não diga a hora gritantemente
Que a hora já passa do tempo.
Que me preparo sem litígio e penses
O que faço não é fuga nem tormento.
Quero sonhar a trégua que minha alma urgente
Sem que a mim se refugiem sentimentos de alegria
Das estradas e sombras que me sentem
No comboio ardil e minha alma diria
Não andarei nem falso nem quem
Que todo, sou um mártir de tuas escrituras
Ante o fim do tempo da ida risonho
Procurarei ainda o fim do futuro
Para alguma coisa dizer-te imponho
O tempo meu que manhosamente aturo.
Vens amor querido nesta viagem impotente
Onde poderás ser guia e em mim não se desfaça
A obediência dos teus instantes
E qualquer uma coisa, o meu olhar disfarça.
Vamos amor contar nossos pés acima
Do meu controle fugirei que passa
Por tua diligência tudo o que sou e passo ainda.

Inserida por naenorocha

VULTO

Eu queria ser alguém da história
Um vulto entre tantos outros destruídos
Com os meus sinais de glórias e onipresenças.
Captar todo momento num tempo exíguo
Queria minha vida escrita nos livros
Queria ser falado, discutido e diminuido dos meus feitos
Despertar em cada leitor a me imporem novos combates
Tendo já conquistado praças, albergues, cidades, continentes.
Disso tudo poderiam esquecerem-se os críticos de minha vida
Queria ser da multidão que glorificou Jesus Cristo
E ser cético, quanto a contar as verdades mais fincadas.
Me disporia da vida vivida em tempo real
Pra ser esse menestrel que carrega o seu piano
Que de mim e de todos, a minha vida não duraria
Um capítulo dedicado aos fanfarrões e lunáticos.
Que tudo se leria a caminho do ônibus
E que, por sua dureza apenas um traço me justificava
E entederia o leitor algo que poderia ser, ou não.
Um personagem menos importante
E seria assim por minha vida toda.
Destilada nos corredores das escolas
Ante o olhar piedoso ou indignado
Do faltoso aluno e do professor apressado
E minha vida era vivida assim, rápida como um cometa
Sem durar o tempo cruel de se viver cada dia
Cada mês e cada ano
Eu não me sentiria um malogrado
Se me assentassem um ítem de um formulário
A ser corrigido, vivido e passado a limpo.

Inserida por naenorocha

SONHO

Não, nem dormindo, quando abro as pernas
Sinto a liberdade que cubram meus dias
De amar a quem colherá os meus prantos
... A dedicada que prefere a mim à vida.
Nem sonhando tenho as carícias do sol.
E o sonho é tempo calculado como vida
Porque neles nos aventuramos e somos
Débeis, cobardes, ardilosos e clarividentes.
Não, nem dormindo eu sonho mais
Tudo fica tal e qual o real como um pesadelo.
A ausência fortifica o sonho
E o sonho debilita-se, e não há remédios
Que diretamente, toque no sistema nervoso central
A atacar a dor nociva canibalesca.
Sonhando estamos dormindo sem cuidados
E nos tornamos fáceis como a presa solta.
E quando sonhamos, somos nós
A presa, o predador, e nós por piedade.
Nem num sonho extenso a vida é compassiva
E avisa: Já que veio, tome arreio
E se constrange além de nós o sono de liberdade.
E se completa de medo. E abrimos os olhos.

Inserida por naenorocha

EM TUDO ÉS

É necessário que a saudade sobreviva por muito tempo
Porque assim eu te projeto em qualquer branco
Que a me inventar redobro os cuidados do meu amor.
Qualifica-me a ausência a te pensar pelo tempo
Dá-me honra e alegria o teu amor sucumbido em mim
E não me resta outro pensamento que não seja saudade.
Já falei de saudade, com esta, três vezes
E em todas ponho-te dentro
Te imagino na figura que na lonjura dos meus olhos
Construo as tuas diferenças e valorizo
E por elas me arrebatei primeiro
Visões que tenho pensado como os dias de manhãs
No tanto que amo as tuas partes comuns
Como os teus olhos, que são os mais bonitos
Teus cabelos, que são mais macios e cheirosos
Tuas pernas, mais lisas de uma única cor
Tua boca, mais generosa e mais gostosa.

Inserida por naenorocha

VIDA

Vida, é um risco contempla-la
Quando se mostra boa e harmoniosa
Não é bom achegar-se dela e tocá-la
Nos seus trages de furta cor e curiosa

E eu falo assim por um desmando
Não me permitiram citá-la
Mas apenas por eu ter uma já distando
Nem por isso é bom beijá-la

E ela em tudo me atrai como sinais
Tão próprios dela chegando na dispersão
Ausência ruim e nos abala muito mais
Saber que somos nós que temos coração.

Ah, como me inebria e me cativa
E é, por sua graça muito mais caprichada
Quando ela passa bonita, altiva
E já não temos mais como chegá-la.

Ela é minha parece tão desordeira
Indiferente, incomunicável, nata
Que é desgosto afirma-la passageira
Por ser um grande mistério camuflada.

Guarda-te porque num dia
Em que passes no caminho lentamente
Já estais velha e a tua beleza que ardia
Sejas no fim de passos tão lentamente.

Inserida por naenorocha

SONHOS

Sonhos matinais sonhos de cristais
Límpidas águas, sugerem contornar seus rios
E nesta inclusão até o azul se traz
Projetado em nossos olhos fitos
E metemos a cara em suas janelas,vistas
Para o vento que lança essas visões do céu
O amor do significado aberto, distas
E não comoves as nuvens que vão ao léu.
Sonhos de amores revestidos, flores
Dizem pra si mesmo quando quieta
E todo o jardim que semeia amores
Deixando um caminho de pesar a regra
Sonhos de amores, completa saudade
Acolchoada bruma de manhãs agora
Já o tempo traz nova, a claridade
Só o inconsciente num surto, canora
O mesmo efeito das tintas do céu
A lavoura verde filha da luz da aurora
Que o oculto lado não te dá brandura, os ramos de véu

Inserida por naenorocha

TE AGUARDO NO LIMITE

Quando tuas mãos cingirem as minhas
Assim tão densamente
Há a penúria de um beijo entre nós
Da alma de anjos por nossas frentes.
Enquanto os meus jeitos
Circundarem os teus dedos
Fazemos o aceno de um arrebatado com o mundo
Alguém que não vê distorções em tudo o que faz
Alguém que se banha de suas próprias lágriamas
E que refreia os seus soluços, e por começo
Acaba por enxergar o perigo que provém do mundo.
Tido o experimento de algo igualmente
Do amor que se exila
Da cominação do mundo
E impõe-se ao infortúnio
De nunca mais chorar, nunca culpar o mundo
O mundo que dirão, foram eles que fizeram.
Mas o momento não é de se discorrer isso
Algo que seria pra nós uma contravenção
Nos desobrigar-se e meus dedos permanecerem acesos
Na falta de tua mão que me guia.
Quando estou nesta timidez
A vida ou o abraço, do, amor um traço
Eu serei recaído e fingido, amor
Que não me amas, com planos para outras ceifas boas
Que o amor deve regressar
Se revelar diante de nós
Num repentino chamejar das centelha fogo
Saindo de dentro de nós.

Inserida por naenorocha

UM BEIJO

Amor, quanto de todas as estradas
Eu terei de estender-me
Por meu amor, pelo teu beijo?
Sou capaz dos sofrimentos
Pela quentura dos teus lábios
Talvez já não contarei como um beijo
E sinda podes dizer, não terás o meu
E não dividirás o lugar comigo
Quanto eu teria de mostrar
Que inocentemente não te dei
E o que acertamos
Era que percorria um caminho
Dentro do quintal
As se pareciam todas com todo galho
Mas mesmo ouvindo a minha presença
Chamar por teu nome
Na umidade do matagal de rosas.
Amor, descobre-te de mim
Esconde-me de ti.
Alguma coisa, qualquer sinal
É talvez, o aceitável para eu te achar
Seja o tanto que tenho
Para sorver um beijo teu.

Inserida por naenorocha

SUBIDA

Acumulado o bem da terra
Onde fics o depósito
Que me arranjáo
Os admirados por ti.
Separado o bom do triste
Quais as posições que que devo orientar
A frente do sol
Um bom lugar para os primeiros
Ou para os derradeiros?
Ouvi de minha mãs
E do sofrimento do Próprio Cristo
que os últimos seriam
Um dia os primeiros.
Mas qual a frente que dá para a frente.
E qual os enfileirados
Que devem esparar o suspenso caminho
Acalmar-se no chão
E as plantas furarem seus lugares
Como se o mundo todo naascesse de novo
São esses os que estão guardando
Os limites do meio.
Os mistérios dos homens
Quando nos se põe a realidade de fazer?
Que subida sinuosa e longe
Havemos de subir nos ombros, nos galhos
Que só pelos pés, porque não temos
As azas dos anjos
Com nosso adereço pesado demais.
Não trago mágoas e não levarei restos de nada.

Inserida por naenorocha

CANTIGA DE GALO

Ê, vida, eu ainda gosto muito de ti.
Tanto e mais que de mim, que sou
Remendos sem necessidades
Porque com a mesma roupa
Que me destes eu vou.
Não minto a ti quando digo: amo
Mas não quero repetir eternizado
E passar o tempo pensando em ti.
Estes pensamentos em, só, em mim
Por que a qualquer direção
Eu me ocupo de ti, roçando
As tuas mãos, esclarecidas
Esquecido de ti nos afazeres.
Eu sou eu porque és vida.
Por ti caminho e corto desvios
Nas estradas de ainda
Das quais nada conheço
Que penso carregado
Como estará a vinda
Se algum passo parti
Ou se outros deixei plainados.
Vida, vida, me prendestes um dia
Por um cordão de em mim
Atado, tive dias assim
Conduzido, puxado por ti
E nos meus movimentos
Nos que penso verdadeiro
E nos que bobeei quando podia te alcançar.
Fostes tu vida, com tua didática
E ainda não queres ser
Uma chispa maravilhosa.

Inserida por naenorocha

VISÃO

Não passa um dia a cantilena dos versos.
E todas as flores do mundo passam de mãos
O valor do amor e do seu verso
Acompanham-nos até o declive da finura clara.
Embriagados de amor lá do futuro, o medo
Que aplaca as estruturas
Dos coliseus, acaso de outrora.
Como é suscetível o amor
Se há a timidez por anseio de agora
As estações da escada até o nevoento
Vão mudando de tamanho e cores.
Quando se faz do coração um lindo invento
Com a demonstração de sentimentos bons.
A matinal procura, escurece e finda.
E o prazer pelo amor retoma o seu brilho
Conluiado com o que não se tinha falado
Mas que aparece como uma paz
E tudo fixo no movimento das retinas.

Inserida por naenorocha

CONFESSO

Tornar-me-ei em outra pessoa
Em tudo igual a quem já sou
Mas é por apego a isto que não tive,
E aversão que sei é de mim que sou, vou
Experimentar os mesmos frios
De todas as madrugadas passadas
E os meus sóis me solidificarão nas estradas
Por onde já passei disperso
No mesmo passo sem um amor.
E se acaso algo eu queira mudar
Só acertarei fazer-me, ser como agora
A epiderme indolente, e pelos meus olhos
Destilarei espirros e chamas de nuvens
Mirando o mais distante horizonte.
São vermelhos os meus indutores
E a minha saudade vinculada a ti
Foi chapiscada de um verde, engano
Uma cor que não olhei e não sei o nome.
Quando Deus dá, dá o começo
Como uma aranha que ata o ponto
Inicial de sua teia tenebrosa
Da forma dita, existe esse ponto
Pelo qual nos adolescemos, nós.
E seus começos, no nosso choro inicial
E aí já paramos a ver o lenço
E contar amarguras e dores, como foi.
Este não é o amor que penso
Talvez me agradem os audaciosos, sinceros
Coisas novas começadas comigo, em mim.

Inserida por naenorocha

A MOÇA E A RELVA

A moça canta e sua tristeza enfeia
Preenche o momento e os arrabaldes
De sua candura inebriada
E ausenta-se da forma como estava
Apanhando uma cesta de rosas
E o tempo de sua alegria
É o mesmo tempo das rosas.
Um andamento que não se prepara
E anda sequentemente por todas as estações.
Sabe a linda moça que do seu retorno
Das nuvens onde se alojou.
Lá reconheceram a sua voz
E as músicas que cantava.
Por ser repetitivo o tempo
Contado à maneira como se quer
A moça linda dá-lhe o andamento
De quando volta para a casa
Atestada de flores, no movimento
Diferente quando emergiu a altura de cima
O céu e cada estrela que lhe saudaram.
Névoa rara, rogação de paz
Concórdia no seu amor andarilho
Que todos os dias vai às campinas
Nos tarjes quase sempre iguais
Que não é porque é pobre, não tem
É que lhe caem muito bem
Lhe embelezando mais
Os seus vestidos dos varais.

Inserida por naenorocha

ZELO

Tenho tanto zelo pelo amor
Que não o recomendo a qualquer um.
Só aos íntimos puros, aqueles
Cujos corações não só cabem mais amor.
Tenho a vida toda para negar-te
A superfície de salvamento,
Tu que impassível
Valorizas não o amor a ninguém
Porque gritas por um nome
Que não é dos teus referidos?
O amor adoça a boca antes de tocá-la
Porque negar esta cobiça que possuis
Á boca de todos o rigoroso gosto
Suas lembranças detendo a contar-te.
Porque esse riso de incredulidade
Se todos somos algo achado desse amor
Desprezando por ti, por saber amá-lo.
Nada é tão diferente e bom,
Do que provarmos os beijos do amor
Quando este nos quer.
Eu tenho amor pelo meu amor
Eu não o separo assim
Fora ou distante em mim.

Inserida por naenorocha

PASSARINHO

Passarinho fez fi,fi
Na hora que o sol se abriu
No tempo que ele te viu
levantar-se da cama.

Não te engana
Este passarinho sou eu
Que nunca deixou teu quintal
E nem do teu beijo esqueceu.

Inserida por naenorocha

A SAUDADE

A saudade chega surpresa
E nos incomoda, preguiçosa
E se reparte em dias
Pelos ponteiros do sol e da lua
E se observa em nossos lados de ferimentos
Também por onde a água nasce
E se entretém com o andamento dos rios
E se finca-se afluente.
A saudade é uma pertencente
Do veio de dentro
Da terra profunda e do coração.
A saudade não é traiçoeira
E nós podemos acompanhá-la
Do seu prenuncio de fazer-se
Até não contermos mais lugares cavos
Onde se ponha um castigo.
Somos só a superfície riscada
E nem retos somos, remotos
Gritos de despedidas
Em cada ponto que passe
A saudade líquida.

Inserida por naenorocha

NADA

Eu, que por traz de tudo
Ando com nada nas minhas mãos.
Eu que por ser mensageiro de coisas boas
Hoje entregarei nada das minhas mãos.
O tempo todo estive contendo tudo nas cercanias
Acenando a ninguém para compartilhar o meu nada
Tantos gritos de aflição
Lancei no sentido errado
Quando o destino seria mesmo eu.
Eu, que por dentro de tudo
Não caibo nem o meu nada comporta
Sacudo os braços e a esfinge tatuada
Insiste em ser a minha companhia
Quando eu volvo para o presente
Com o desejo ardente de que seja
As minhas partes tiradas
Disseminada todas aos olhos especiosos
Que não se fincam no luar
O que serviria como um alento
Muitos momentos de graça.
Eu que mesmo remoto me movo
Para a direção onde estão os sonhos de todos
Querendo o meu para um remédio
Para uma dor
Para sarar
A chaga aberta que cabe nada.

Inserida por naenorocha

AMOR

Difícil falar do amor
Ele fugidio, abstraído, confuso,
Um nome dado a um sentimento,
Sintomático da Silva,
Dos sobrenomes todos da vida.
E quem é ele, um vulto
Na multidão dos mitos
Na reunião dos rebelados,
Rompidos a sangue e fogo,
Com suas práticas sentenciadas.
Difícil dirigir-se a ele,
Pairar sobre as montanhas,
Às vezes ir muito além,
E gritar por qualquer nome,
Até que se manifeste, a virtude
A boa obra, peça finalizada.
E como se anunciará a sua boca
O seu semblante como se verá,
Algo admirpavel, sensível à dor.
Confiante, certo que assim se mostre.
Deve vir como um bruma leve,
Pairando perto e longe, compassivo
Fazendo caras e bocas, brincando à toa,
De tudo entendendo, tudo calando,
O amor vem dando visões de barcos,
Em pleno mar, que ora aparecem,
Logo se escondem por trás das ondas,
Em descompasso, com os olhos turvos
Que sobem e descem desesperados.

Inserida por naenorocha

MINHA ALDEIA

Aldeia conquistada, da minha saudade!
Pedaço, quase nada de terra, e nenhum herói.
Não foi necessária a força, o cerco embaçador
Para se tornar terras de ouros.
Porque num abalançamento que fiz
Nada é tão belo e não
Como este lugar suspenso
Por dentro dos meus braços.
Aldeia que por meus olhos seletivos em séries
Identificadores dos reais caminhos
Que hoje não se sabe
E daqueles que são convites a que eu não vá
Que darão em outros fundos que não conheço
Mas que me têm recomendado
Numa escultura de bronze,
Já na entrada da aventura
Que também é saída dos que não visitam
Suas instalações seus primórdios
E saem em retirada pisando o contrário
Que não era previsto quando
Eu demarquei a tua face estrema
Tuas vias tornas que dão a ver quase todas as casas
Província, porque os teus conquistadores
Em nada te recuperaram
Não tiraram nem colocaram sequer um adobe.
Há uma razão para eu ter sempre saudade de ti
Que alguém arrebatou por acharem que ela
Era mesmo o lugar que conscientemente de
Seus elevados se tinha a vista do restante do céu.

Inserida por naenorocha

DE VERA

Será o teu amor mesmo de vera
Que os meus sonhos nãos são quimeras
És tu que estás a me beijar.
É o nosso amor de uma nascente
Que vem antes de eternamente
Em nossas vidas desaguar.

Terá, este sentido, o do meu canto
Que toca em mim como um acalanto
Amando a ti, quero sonhar.
Certo, eu vejo em tudo primavera
Tira meus dias esta espera
Quanto mais dou, mais quero mais.

Gera do sol nascendo a longa espera
O teu beijo que de amor me intera
De boca a boca me salvar
Tenho amor por ti, a devoção
Que falo em ti na oração
Do amor que eu sinto saberás?

Espera, o teu caminho leva o meu
E eu te calculo neste breu
Do meu olhar te cobiçar
A terra é mesmo o nosso paraíso
E pra te ver eu não é preciso
Ser um arcanjo, nem voar.

Inserida por naenorocha

O AMOR TEM DESSAS COISAS

Ai, o amor tem dessas coisas
Ora ele se mostra outras nem se vê
E é assim meu bem que eu sei lembrar de você.
Me adianta toda vida
Este amor que tanto amo
E assim vivo dos seus beijos
Nas medidas que há no mundo
Eu também me sinto assim
Me acalma amor

Os seus beijos repetidos
Tira amor de mim de onde mais tiver
Que é preciso ser,
Quem muito fala amor de ti.
A precisão de não querer seu teu amigo
Por que eu amo e assim só fico
A desejar e me maldigo
Na inconfiança .

Inserida por naenorocha

CURTA AUSÊNCIA

Ainda não passou o curto tempo
E eu já te busco pelos lugares
Com o que há de nós
O que guardamos
Nossos mantimentos
Do bem sonhar da alegria.
E não é do amor
Que semprfe sintom, agora
Quando não miro os teus olhos
Quando me vejo também nesta estória
O amor é só por ti,
São por ti todos os gestos que voltam agora
Mais demorados e cheios de agonia.
Sei da temperatura dos teus olhos
Do custo alto desta prematura lembrança.
O tempo ainda não é presente
E eu já mordo o meu lábio
Querendo tornar-me tu
Ou que sinto por ti, para ser grande
O amor, que, é, e tu me amas.
A confusão que o meu coração tenta desemaranhar
Quem saiu fostes tu
Ou terá sido eu?
Isto gera uma situação de desordem
Criada por nossas ausências,
Quando não é tempo para
Nada julgarmos
Neste andamento que ainda te vejo e mal saístes
Tenho todas as visões no tumulto de ir e vir.
A temperatura do teu lábio
Reticencioso ainda por me provocar
Antes de me abraçar com intensidade
Abocanhado pelo teu corpo
Só isto, só isto, nada mais
Nada, além disto, sou capaz.

Inserida por naenorocha

CAROCHINHA

Quando eu era bem menino
Gostava de ouvir estórias da carochinha
De não bater pestanas,
Engraçado, como a vida se protege
Como o tempo passa
Por tantos temerosos
À vezes chegam a marcar a alma.
O medo é companhia dos animais
Quem não tem medo
Fica sem comer
E sem dizer palavra alguma.
Apenas os meninos
Por um período muito curto
Enfrentam o medo.
E renegam sua companhia,
Por que morrem de medo
E se protegem no adulto
Fitando os seus olhos e catando gestos
Preparado para correr
Se o adulto se movimenta.
Quando somos meninos mesmo
Temos medo das estórias
E não tememos a carochinha
Hoje pretendo contar
Os pousos dos animais
Ver suas peles e penas multicores
A deduzir que tenho o mesmo medo
Das estórias da carochinha!

Inserida por naenorocha

DIA E NOITE

Passei a ter medo da noite
Não de noite
Quando não vemos os ameaçadores do dia
Quando a gente ver o que é daquele dia
Com mais acepção e precisão.
E se previne a noite
E pensamos com a luz do sol, no dia
Que não tem nada a ver com a noite
De noite temos as sombras dos sustos
E por ser igual às noite, das sombras
Nada podemos ver, na noite.
No dia o que não queremos ver
Somos forçados também a conviver
E as orações que cantamos de dia
Parece não terem o mesmo sentido
Quando o fazemos no lusco-fusco.
Resguardo-me com o meu coração de adivinho
Que a noite é um destino
E é cabido limpar os seus caminhos
Que se escondem destras das árvores
Que gritam ao mesmo tempo
Que a onça grita
De dor, parindo
De amor, que é ameaçador,

Inserida por naenorocha

CORAGEM
Chega o tempo em que nossa coragem se perde
De nós e vira um espectro a nos afligir.
Também, que para nós corremos o medo
De nossas próprias sombras
E trememos em sentirmos a ausência
De um braço largado sobre o nosso colo
Nas noites de sono e de insônia.
Atingiremos, com sorte, o tempo em que absortos
Passamos a retocar o cosmos
Sonhando com estrelas e lua
E o vácuo infinito que nos cabe estrelas e lua
E passamos a contar aos outros
Que não temos certeza do que somos
De onde viemos e aonde andamos.
Da noite fica o sentido de que tudo abandonou-nos
E não podemos ter a noção do tamanho que somos
E que já fomos maiores nos desejos
Nos sentimentos, e no espaço que continha-nos.
Chega o tempo, para quem tem sorte,
Que parecemos trocar um abraço com a solidão.

Inserida por naenorocha