Michel F.M.

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Se existe coisa mais bela no mundo,
Que um sorriso bobo,
Inda não encontrei.

Caso não queira-me como teu,
Deixe-me ficar com tua pena,
Já que não voo, nem me vou,

Poderei ao menos permanecer,

Respirando
Alto,
Floreando
Amores.

Principessa minha.

Ela ainda não sabia,
Mas era dona da matéria-prima,
Com que os encantamentos eram feitos.

Permita-me,
Converter-te no próprio amor
E o amor próprio,
Que se ame.

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O Ser e a Luz
(ou um Ótimo Aluno em Jogos de Azar)

Percorri cada milímetro na escuridão,
O Vale das Sombras foi meu Bosque Encantado.

Diversão, na tortura psicossocial.
Campos verdejantes virando caatinga,
Florestas corpulentas se tornando cerrado.

Banalidade corriqueira no ato casual.

Nunca fomos bons em geografia,
Mas temos noção de onde devemos estar.
A sorte foi cruel, nessa vilania,
Nos demos bem apenas em jogos de azar.

Não sabemos calcular com maestria,
Mas a expectativa é de poder somar.
Ainda que o fracasso subtraia vida,
As lições tiradas dele vem acrescentar.

Nunca fomos muito bons em história também,
Não compreendemos tempo, nem cronologia.
As memórias vão além, da vã pedagogia,
Aprender é um recurso bendito,
Requisito definitivo para ensinar.

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Inicie comprometendo,
Prossiga acentuado,
Termine infinito,
Para variar.

Nunca fomos bons em ortografia,
Mas dissertamos à vontade sem hesitar.
Nunca dominamos idiomas e línguas,
Fluentes na arte de como questionar.

A sorte foi cruel, na ciência da vida,
O mérito adveio dos jogos de azar.

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As Aguadas Aventuras do Homem Mexilhão

Tenho estado tão distraído,
Que ultimamente quando trombo comigo,
Me dou conta, que há muito perdido,
Eu não reencontrava meu eu por aqui.

Só me notei enfim,
Por estar junto a ti.

Contigo, desbravo o melhor em mim.

Ela avança em direção à proa,
Em tua orla, não há como detê-la,
A poesia infante só vem à tona,
Quando há quem possa concebê-la.

Capitã ao manche,
Liderando o convés,
Conduzi-me avante,
Afluente ao revés.

Timoneiro em tua esquadra,
Tripulante embaraçado,
De tuas embarcações.

Eis me aqui,
Teu marujo em terra firme,
Mergulhando em queda livre.

Não há âncoras,
Há coragem,
E a ancoragem que naufrague.

Mesmo que nada tenhamos,
Ainda teremos nós.
Uma porção de insistência,
Cercada de resistência
Por todos os lados.

Deixo-te me levar,
Por franca-espontânea atração.
Deixe-me navegar,
Nesta ondulada vastidão.

Tragado no redemoinho,
De tua astuta maresia.

Bastava, a simples combinação,
Dela e do Violão,
Para que o mundo todo
Encontrasse harmonia.

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Ah Maria,
Você salvou meu dia primeiro;
Depois salvou minha semana,
Meu mês e finalmente,
Salvou meu ano inteiro.

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Sujeitos Insubordinados

Desponta imponente
A legião solícita,
De luzes ofuscantes
Contra nós.

Em contração a conta bate,
Pelos meus cálculos,
Nenhum resultado correto
Ou significante.

Onde não há prova real,
Os problemas, são meros produtos
Felpudos, deste sistema envolvente,
Gracioso calculista acolhedor.

Permita-me carregar,
Todo o peso necessário,
Prossigo satisfeito
Com meus fardos.

Nós estruturamos
Nossa própria imposição,
De Sujeitos
Insubordinados.

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Fadário Sutil da Grosseria Aguda

Nos enfrentamentos do pedante inveterado,
Sustenta-se apenas um único desejo,
Inundar o mundo de poesia,
Num dilúvio de versos catatônicos.

Que toda mediocridade débil,
Intolerância senil,
Decrépita miséria psicológica e atitudinal,
Seja delicadamente trucidada,
Varrida pela torrente das estrofes.

Repetida realidade reflexa.
O "novo" e o "novamente" se fundem,
Se confundem, se desfazem,
São recursos, gastos, obsoletos, renováveis.

Tudo acontece com tamanha frequência,
Que somos tomados pela indiferença.

Talvez tenha chegado o momento, de se importar.

Nada de sublime nos homens.
A digna elevação humana,
Benévola e sacra,
Só pode ser localizada em algumas mulheres (Mães, vez por outra).

Todos podem agregar algo a este mundo,
Mas não espere que o façam.

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A grande maioria das pessoas,
Chegou e partiu sem motivos,
Continuará chegando e partindo sem motivos
E pouquíssimos terão algo a acrescentar.

Que abandonemos os ensaios,
Que tudo se resuma a estreias.

Apenas outro fragmento,
Desse todo confuso,
Profuso e sedento.

Traz alívio, conforto, alento.
E ainda que tímido,
Voraz.

(como é bom versar, com alguém que entende de verso).

Nas Aguadas Aventuras do Homem Mexilhão,
O Peso do Mundo sobre a Tróclea do Tálus,
É reduzido, graças ao empuxo.

Ele aconteceu por acaso,
Deu a mínima pra nada
E partiu sem querer.

A Arte é um apetrecho mordedor,
Desejando mastigar todas as Gominhas do bairro.

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Imponente e rijo, invertebrado, maleável,
Limpo ou sujo, pomposo, eretificado;

Nunca digerindo refeições,
Insatisfeito consigo,
Sempre cuspindo em ninguém.

O simplório não nos pertence.
Não me nutri de meias tigelas,
Não somos proferidores de meias palavras;

Me coloco em pleno corpo;
Nosso corpóreo verso, sorve; composto,
Pretenso, denso e condensado.

Osteoblastos e Osteoclastos,
Laborando por entre as Lacunas de Howship.

Não me oponho ao que sou,
Quando escrevo me imponho,
Sou o que há de pior em mim,
Somos o que há de vil em nós.

Reconhecendo que não há condição outra,
A não ser o excesso e a exceção de sermos melhores.

À parte disso tudo,
Talvez tenha chegado, de fato, o momento,
Para se importar.

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Lamentavelmente,
Não sei contar histórias,
Nunca aprendi.

A narrativa que me perdoe,
Mas foi na rima que me perdi.

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Num mundo repleto de muros,
viemos para construir Pontes.

Eu só quero poder acreditar em Deus, cara.
Do meu jeito, à minha maneira e com um objetivo real e prático. Sem nenhum religioso fanático, me dizendo o que eu não posso fazer. Sem nenhum cientista lunático, me dizendo o que eu devo fazer.

Inserida por michelfm

No início, desejamos mudar o mundo. Então o tempo passa e com ele, se vão as esperanças, ideologias, sonhos e utopias. Enfim, você compreende, que a questão nunca foi mudar o mundo e sim, sobreviver a ele.

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Crônicas de um Espelho Meu
E os Fabulosos Contos Perdidos
Do Vale Encontrado

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Translações

Dentre trezentos e sessenta e tantos dias,
Que compõem os anos,
Foi este que escolhemos,
Foi neste que estreamos,
Juntos.

Entre presentes e vestimentas finas,
Roupas íntimas e trajes estranhos,
Nos trajamos na nudez,
Viemos da raiz aos ramos,
Juntos.

Hedonista convicto,
Extremista libertário,
Pretendente insensato,
Contra-o-verso persistente.

Trezentos e sessenta e tantos dias,
Uma volta completa, nossa intersecção.
Ângulos retos, agudos, completos,
Juntos e obtusos, radianos ou não.

Um aspirante a aprendiz,
Vitorioso em fracassos,
Submetido a tuas normas,
De anormais embaraços.

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Recolhendo estilhaços,
Contorcionista teu,
Teu trapezista hilário,
Teu tristonho palhaço.

Na linha horizontal
somos pontos de fuga,
Irradiamos proporções em plena vertical,
Desequilíbrio, assimetria e relatividade,
Nossa constituição é desproporcional.

Contorcionista teu,
Recolhendo estilhaços,
Teu trapezista hilário,
Teu tristonho palhaço.

Na linha horizontal
somos pontos de fuga,
Nossa constituição é desproporcional.

Abrimos mão do consenso
Sobre a resposta correta,
Trezentos e sessenta e tantos dias
Ou uma volta completa.

Inserida por michelfm

Indiscutivelmente Bela

Ela era lindíssima !
Indiscutivelmente bela.
Tornava-se belíssima !
Através de seu ar indebelável.

Mechas em castanho-claro lisíssimas,
Modeladas em franjas esvoaçantes,
Compunham seus traços rubros,
De feições escarlates e vidrantes;

Olhos de um castanho-escuro,
Naturalmente realçado,
Por longos cílios arqueados,
Em desproporção ao seu rosto,
Simetricamente traçado.

Alongando-se num semi-losango,
Avolumado,
Moldurado por sobrancelhas torneadas
E questionadoras.

Ela era lindíssima !
Indiscutivelmente bela.
Tornava-se belíssima !
Indiscutivelmente bela.

Inserida por michelfm

Despontamos no epicentro dos vendavais,
Deixamos a unanimidade para trás.
Nossos corpos consolidam a união,
Somos o Delírio Absoluto da Multidão.

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Canções do Olhar Inconsolável

O olhar inconsolável,
Denuncia a vida cativa,
Na privação do ser,
Ao qual foi negada a liberdade.

A existência aprisionada,
Faz do calabouço nosso lar.

Inserida por michelfm

A existência aprisionada,
Faz do calabouço nosso lar.

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Mais um soneto inútil,
Outra película estúpida,
Difundindo teu veneno,
Consciência podre a nos intoxicar.

Inserida por michelfm

Onde a luta se encerra
E o luto é permitido,
Fazem tanto sentido quanto,
Os sentimentos que perdi.

Inserida por michelfm

Toda coisa tem um preço,
Coisa alguma tem valor,
O sempre chega ao fim,
Na canção do perdedor.

Inserida por michelfm

Nada disso acaba,
Tudo tem sabor,
Mas só o amargo salva,
Na canção do vencedor.

Inserida por michelfm