Maria da Penha Boina

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Censor

Pergunta sobre mim
Respondo a sua pergunta
Você matuta, reflete
E diz que é mentira.

Você novamente pergunta
Eu respondo
Você especula, pensa
E diz que é mentira.

E aí vai, e pergunta, pergunta
Eu respondo e respondo
Você cisma, pondera
E não acredita.

E você volta a me perguntar
Eu reconsidero, reflexiono
Respondo filosofando
E não sou compreendida.

Você pergunta mais uma vez
Eu sinto que está a julgar
Refuto a indagação
Silencio.

E você pergunta sobre o meu silêncio
Sinto que é para auferir vantagem
Da sua mais nobre arte
Que é a de censurar.

O silêncio e a minha mais aristocrática retribuição
Assim você elucubra a mentira já posta
Em qualquer das respostas
Que irá me sentenciar.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Pedra profana

Fiz-me a água doce
Fiz-me a brisa mais suave
Fiz-me a temperatura mais amena
Fiz-me a pessoa mais serena
e de nada adiantou.
Hoje sou pedra
Sou muro, onde habitam lamúrias
Das gentes que não aproveitaram da brandura
Que tanto ofertei.
Hoje sou pedra antiga, muda e cega
Onde muita gente se debruça
Cada um com a sua inútil razão.
Ouço o que gritam em silêncio
Vindo de corações ocos
Capazes de cair no buraco negro
Do universo em constante mutação.
Mas sou muralha consistente
E agora só guardo
No meu silêncio profundo
Os sentimentos imundos do mundo.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Sofisma

Ser recebido no calor de um abraço
Grudento como velcro
E ser capaz de fazer self-portrait
Tanto repudiado...
É ter a certeza plena
Da felicidade mais obcena
Para embriagar sentimentos passados
Que não saem mais de dentro
Do coração que um dia fora
Totalmente dilacerado.

Inserida por MariadaPenhaBoina

O preço da minha ausência

Quanto vale a minha ausência?
Vale muito com certeza
Vale conluios inquestionáveis
Dos disco voadores a espreita.

Quanto vale a minha ausência?
Vale aos óvnis adiáfanos
Que por entre nuvens escuras
Expõem translúcidos a imprudência.

Quanto vale a minha ausência?
Vale a minha sabedoria no anonimato
De atos e fatos que ressurgem encolerizados
E mitigam a minha dor.

Quanto vale a minha ausência?
Vale saber tão naturalmente
O que floresce da demência,
Entre as estrelas mais brilhantes
Estão os ufos ainda mais reluzentes.

Inserida por MariadaPenhaBoina

À Filha

Sabemos filha, que não nos pertence
Unimo-nos por laço e por nó
O nó é o amor que lhe facultamos naturalmente
O laço permite o desate de sua alma impenetrável
Dos seus pensamentos e sonhos
Que ao se realizarem, farão parte do todo
Na formação singular de sua personalidade.
Nós somos os arqueiros, você a flecha
Nós a direcionamos para o alvo que achamos mais propício
Mas, você é quem conduzirá a trajetória à vida.
Nesse curto caminho que viveu
Mostrou-nos que adquiriu sabedoria
E criou para si valores merecedores de estima
Dos quais nos orgulhamos imensamente
E só temos de agradecê-la, filha.

Te amamos

Inserida por MariadaPenhaBoina

Estado da arte da liberdade

É no isolamento que encontro-me em liberdade
Sem obrigatoriedade
Sem necessidade de amor
De dinheiro
Isenta de curiosidade.

O meu estágio de eremita é o mais aprazível
Liberta-me das penúrias das associações
Desobriga-me do servilismo
Afasto-me das tragédias gregárias
Abasto-me da minha própria nobreza.

No afastamento, no retiro, na solidão,
Encontro-me no meu mais alto voo
E em nada me incomoda os olhos alheios
Que observam a minha ocultação no universo
Pois tenho, o privilégio de pertencer a mim mesma.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Valores

Algum motivo tens para chorares filho?
Sim mãe, matei o meu passarinho.
Mataste- o tu, covardemente
Por teres mirado o teu estilingue a ele.
Não mãe, não mirei no meu pequeno passarinho
O meu ponto de mira era o Pedrinho
Que se diz meu amigo
Mas roubou o meu passarinho.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Guerrilha da vida

Ei! menino...
Você está aí carcomido?
Está precisado de uma semideusa?
Por afugentar seus pensamentos
Necessita de um Deus para a sua semiologia?
Por que?
Desapegou o seu olhar aflito das estrelas...
Desdenhou da única possível certeza...
Amesquinhou a lógica da natureza...
Abominou o coquetel molotov que criou...
Ei! menino...
Tem de dar conta da rosa
E não esquecer dos espinhos.
O vergel é lindo mas têm daninhas
Pisoteie somente o que for preciso
Mesmo sendo no pomar do agreste
A escolha não pode ser antagônica.
A bomba cai e, muitas vezes acerta o alvo
Nenhum movimento é sempre preciso
Mas não subestime os pressupostos
Que pode ser o míssil direcionado
Ao não contestável.
Ei! menino...
Acertaram precisamente no seu coração?
E nem se importaram?
Sentiu o sangue na garganta?
E você não morreu?
Então, porque não levanta?
Sabe menino...
Não se ergue por não saber que foi atingido
A arma está em sua mão.
Não treinou o suficiente
Seu aprendizado foi apenas disfarçado
A sua escolha é ficar amotinado
Protegendo os que estão em seu patamar ideologizado.
Ei! menino...
Engole esse sangue amargo
Ajude a alguém a carregar as pesadas armas
Mostre o seu ânimo mais aguerrido
Ao menos assim, poderá não ser um alvo surpreendido.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Os poemas não são seus

O meu descuido é um só...
Ao abrir meu correio eletrônico
Deparei-me com dois lindos poemas de amor,
Perdi-me por horas a fio.
Lembro-me a data, recente
20 de junho de 2014.
Foi um deleite e tanto
De minutos em pranto
A satisfação me dominou.
Os minutos pareciam horas
Dada a felicidade que me causou.
Até então, achei que era
Criação do remetente
Do homem que enviou.
Que ingenuidade a minha
De perder tempo nas entrelinhas
Dos poemas de amor.
Senti-me como uma goiaba madura
Que do alto se desprende
E se espatifa ao encontrar o chão.
A queda foi uma surra.
Um dos poemas da Lilian Menale de São Paulo
do Recanto das Letras
O outro da Gisela, dospoemasdagi.
Agradeço a essas senhoras
Que me afagaram por horas.
Portanto, me odeio tanto
De poder pensar um dia
Que pudesse tal criatura
Crocodilo parecendo emocionado
Que derrama lágrimas ao consumir suas presas,
Enviar-me poemas que fossem
De sua autoria.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Momentos

Caminhe pelo vergel
Não escolha a estação.
Ande por todas as trilhas
Irás encontrar maravilhas
De variadas intenções,
É a arte, que beleza!
Subjetividades
Destrezas
Construtos de pensamentos
Pura imaginação.
São muitas vertentes, de certo
Encontrarás ódio e alegria,
A escolha é aleatória,
Verás as mais variadas formas
Dependendo da tua trajetória.
Se mais sisudo, mais rancores
Se mais desnudo, mais flores.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Vanglória

A vaidade é pura soberba
Quando para outros olhos é impelida
Não existirá clemência
Para tamanha arrogância destemida.
A que destino levará tamanha ostentação?
Aos desejos e não para as necessidades
Ao submundo negando a autenticidade
Sem critérios profundos
Perdendo a liberdade.

Inserida por MariadaPenhaBoina

A minha liberdade

A minha liberdade?
Satisfazer:
Minhas necessidades
Meus desejos
Minhas escolhas
Minhas loucuras
Minhas vaidades
E dou preferência...
Que nunca me venerem
Pois, jamais irei reverenciar.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Vida otimizada

Nunca me arrependo do que decido
Mesmo que impreciso, inexato
O meu ótimo é ajustado
No melhor que faço.

Repugno a letargia
Não basta uma concepção
É escolha num conjunto determinado
De elementos possibilitados à apreciação.

É uma exploração contínua
Num espaço assegurado
Arrefecimento simulado
Em minha assídua busca tabu.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Espírito Santo

Espírito Santo, Estado da região sudeste,
Que no mapa do Brasil quase não aparece,
E que deve mesmo ter o “espírito santo”
Para não ser engolido pelo Atlântico.
Tem por capital o nome de rainha
Vitória, vulgarmente, Vitorinha,
Menininha lindinha
Misteriosa, uma ilha.
Aqui nascidos, somos tupiniquins,
Capixabas do roçado para milho e mandioca.
Os nativos com os imigrantes se entrelaçaram
Formando uma raça compatriota.
Dos imigrantes, o quê dizer?
Português a procriar
Formando a etnia popular.
Raças puras... Os alemães a labutar
A beleza italiana
Para o mundo se encantar.
Têm as praias, que lindeza!
A Bacutia, com a sua elegância,
É das pessoas belas da nobreza
É de entusiasmar.
Quem aqui vem, nunca mais vai embora,
Porque aqui, Deus não escreve por linhas tortas,
É o “espírito santo” a comandar.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Cabeça de dinossauro

É demasiado suspeito quem apregoa a ética
Determinando princípios e condutas
De como o outro deve ser e agir
Como se fosse o douto da moral.
É censurável qualquer indivíduo demasiado versado
Ajuizador de tantos atributos.
Pessoa hábil, experiente
Embebido no que é certo e errado.
Sua práxis é colocar à prova
A intolerância de não se fazer cumprir
A própria hombridade,
Provando a conta gotas sua extinção
Por possuir cabeça de dinossauro.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Eu

Sabe quando me conheceu?
Eu era assim, corpo e alma
Hoje sou mais alma e menos corpo
O corpo vai se desfazendo
A alma
Crescendo.
Você me vê diferente?
Continuo análoga
Enxergo-me aquela pessoa
Desbirolada.
Acha que mudei?
Eu não me vejo mudada
O tempo é que foi complacente comigo
E me ensinou a discernir
Coisas boas das que não valem
Nada.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Guerra

Quem é você, quem?
Quem lhe deu o meu endereço para me escrever?
Quem é você, quem?
Como sabe da minha vida?
Quem foi que lhe contou?
Quem é você, não lhe conheço
Nem sei porque do desfecho
Como escrita da VERDADE.
Que verdade?
Como entrei em sua vida
Se dela nunca fiz parte.
Não necessito que faça a minha defesa
Não sabe quem sou...
O que sabe de mim vem do protagonista das mazelas
Que lhe transformou em coadjuvante do chacal.
Quem é você, quem?
Quem lhe disse que eu queria saber da sua vida?
Ah! Já estou tendo premonição.
Você achou que iria se dar bem
Acreditou num Zé ninguém.
Mas, todo Zé tem uma história
Que é dessa série temporal que se tira
Decisões de vida.
Você abdicou da informação.
Nas informações assimétricas
Perde-se sempre a negociação.
E eu aqui com todas elas
Nem sequer se deu por elas
Perdendo o controle da situação.
Ah! Meu bem...
Você não sabia, que todo Zé insatisfeito
Com o coração desfeito
Tem como único desejo
Arrebentar o coração de qualquer peito...
Deveria ter falado com o outro lado
Para conhecer qual a razão.
Quem é você? Não lhe conheço
Mas, mesmo assim, vou desfazer o desfecho.
Meu bem...
Zé e eu estamos numa infindável guerra fria.
Zé depauperado começou a sua estratégia
E tudo que entra no contexto dessa guerra
É o arsenal bélico para matar o sofrimento do coração.
É vingança destemida
Para atingir o inimigo que não está a ver.
Meu bem, quem é você?
Nem o Zé sabe ao certo,
E você entrou num enredo que não conhecia,
E não é pela ignorância que a Lei isenta.
Quem é você, quem?
Zé e eu sabemos quem somos
No amor e no ódio viajamos
Estudamos as melhores estratégias
Pisoteamos qualquer jardim
Não importa quem é o dono.
E todos caem na mesma cilada
Com o Zé me protestando.
Quem é você?
Apenas uma peça do jogo
Que o Zé utilizou
Para tentar ganhar uma batalha
E o Zé se afundou.
No momento demos uma trégua
Mas é guerra infinda,
Usamos armamentos pesados
Saiam da frente civis e inocentes
Que a batalha continua.
Cultuamos a moral, costumes
Crenças e valores diferenciados
Que jamais serão análogos.
Quem é você, quem?
Quem se alistou para ir à guerra
Sem antes saber os objetivos
A que iria conjuminar.
Quem é você?
Apenas um soldado fraco
Aliado ao Zé que o colocou na frente de batalha
Não suportou
E desertou, passando para o outro lado.
Meu bem...
Na guerra somos dissimulados
Não gostamos de quem deserta
Só tiramos informações do adversário.
Suma, eliminamos sempre um péssimo soldado.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Pessoa (geminiano)

Muito sutil foi Álvaro de Campos
No Poema em Linha Reta
Peço desculpas ao honrado poeta
Pelo seu canto enigmático e cheio de destreza.
Caro poeta...
Todos os seres levam porradas e são traídos
Dói o bastante, portanto, escusa serem declarados,
Não necessitavam a mim, serem elucidados
Nos seus atos violentos de sensações subjetivas,
Seu prazer, ódio, raiva, rancor, ressentimento, mágoa, revolta, tristeza, angústia, dor, solidão e alegria...
Prezado poeta...
Como poderia conquistá-lo?
Seria afiançando a minha baixeza?
Não poeta...
Não foi por essa causa que esteve por tanto tempo ao meu lado.
A semideusa foi o seu encanto.
Essa geminiana que em cada ombro
Carrega de um lado um deus e no outro
o diabo.
Poeta...
Reconhecer as falácias é por vezes difícil,
O seu sofisma foi o de estar calado.
E qual foi o seu desencanto?
Saber dos meus pecados, escondendo os seus enganos
Sim, pois foi o que procurou
Por não entender o quanto é amado.
Meu digníssimo poeta...
Não foi capaz de escutar e entender a voz humana
A bipolaridade geminiana.
Sim, poeta...
Somos todos, todos
Infâmias, covardias, porcos, submissos, grotescos, arrogantes
Ridículos e, portanto, enxovalhados
Somos príncipes e princesas...
Portanto, poeta
Tornamo-nos literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.

Inserida por MariadaPenhaBoina

As coisas insuportáveis para mim são:

• Participar de reuniões sem objetivo e intermináveis;
• Assistir palestras sem abertura para questionamentos e debates;
• Entrar no quintal de parente ou amigo e me deparar com o cachorro solto e, ainda ter de ouvir a célebre frase - "não tenha medo, ele não morde";
• Observar pessoas que riem de algo que não tem graça só para ficarem bem no contexto;
• Conversar com alguém que, para ser feliz, depende somente das minhas ideias e ações;
• Ter por perto gente que conhece o meu caráter e só se liga nos meus erros;
• Aceitar pessoas incrédulas diante das minhas verdades e das verdades absolutas;
• Ouvir de alguém que erra, falar que errou, por minha culpa;
• Engolir elogios duvidosos;
• Fitar nos olhos de quem fala e este disfarçar o olhar;
• Ser acusada constantemente de uma atitude não crassa, mas infeliz, que cometi no passado;
• Torna-me para alguém que se dizia amiga, a pior pessoa do mundo, quanto não fingi civilidade;
• Receber telefonemas de quem não tem nada para fazer e, ter de escutar assuntos recursivos e infindáveis;
• Telefonar para essa mesma pessoa que só pode me atender quando está atoa ou sem companhia;
• Ter o amor de uma pessoa desde que eu seja quem ela imagina e não quem sou;
• Aceitar viver a vida dos outros e não poder ser eu mesma.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Desvio

Não posso voltar para os seus braços
Não conseguiria sentir os seus abraços
A minha sensação não permitiria.

Para cada afago seu, logo me lembraria
A contar nos dedos que me faltariam
Todas as outras acoitadas nos seus braços.

Não, eu iria somente banalizar o que fora um dia
Seria estupidez acreditar no seu embuste hábil
Deixaria a verdade falsear suas ideias maquinadas.

Inserida por MariadaPenhaBoina

"Democracia do voto" 26/10/2014

Hoje estou muito "Feliz"
Obrigatoriamente estive presente
Vi-me junto a um alçapão inteligente
E quatro opções compulsórias eu tinha em minha frente
Branco, nulo, 13 ou 45
- "Oportunizando a minha escolha"
- "Respeitando ao meu direito civil e individual"
Diante de um sistema de governo do inferno!
(demo=satã; cracia=governo)
Mulher "fiel à democracia"
Inevitável para manter a cidadania.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Um novo amor

Ah!... poeta, que vive um novo amor
Existiu amor no passado? não interessa
Só se vive poeta, assim...
Com o novo amor.

E começa tudo do zero
Com esmero
Sem certeza de nada
Somente olhos e juízo para o novo amor.

Ah!... poeta, e agora?
Sem a saudade, sem as memórias
Como ficarão as folhas... brancas?
Não poeta, serão as novas histórias.

A voz ao telefone é a mais doce
As mensagens as mais suaves
Tudo é curiosidade, novidade, aventura
Para os poemas de amor.

Ah!... poeta, estás delirante
Tudo mais aprazível, verdejante
Vai durar por um tempo
E surgirão somente, poemas de amor.

Delicia-se poeta desses momentos
E quando tudo acabar
Volte ao seu jeito indomável
De escrever o dissabor.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Chove lá fora, é primavera
E quanto as chuvas de verão?
Os desavisados que não souberam ouvir
O canto breve dos silenciosos sábios
Vestirão a velha toga fria, minha...
A mesma que, há tempos abriga, essa nação
Por contarem com a magia da mudança
Que é a cruel leitura da ignorância.

Inserida por MariadaPenhaBoina

Ressurgir das trevas

Sou uma semente
Semente delicada e de boa têmpera
Capaz de brotar das entranhas
do solo mais rude
Terreno já tomado pelos fetos
tapetes verdejantes das florestas
E entre as ervas daninhas
Ressurgirei lentamente da terra
Desabrocharei cálida e tenra
Florirei colorindo a selva
Divina como são as cores
das flores da camélia.

Onagro

Menino malandro
Tentei de todo jeito
Mudar os teus trejeitos
Até com castigos e cinto na mão.
A vida airada é a quê contemplas
Banhar-se no lago profundo, imundo
Recrear-se com as facilidades
Nos lugares em que os humanoides se ostentam.
Menino, agora de malandro a malvado
Cria tramas e conspiras
Vestes o lodo, vê-se em brilho
Olha e sorri com um sorriso calhado.
Menino vadio, teimoso
Não fizestes a lição da maneira correta
Em tuas cabalas um monstro emerge
Afia a faca, descasca batatas
Num porão cheio de baratas.
Como te sentes, probo?
Estás alucinado...
Marcando-se com ferro em fogo
Feito um jumento.

Inserida por MariadaPenhaBoina