Marcelo Gianini - Psico-oncologista - psicologiamaminfo.org.br

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Ao falarmos de Cuidados Paliativos, indiscutívelmente estaremos falando de Cicely Saunders. Nascida em Londres, iniciou os seus estudos superiores de filosofia, economia e política em Oxford. Entretanto, com a eclosão da II Guerra Mundial, ela deixa Oxford e ingressa na Escola do St. Thomas’s Hospital Nightingale School, em Londres, para estudar enfermagem. Devido a problemas de coluna, é aconselhada pelos seus professores a fazer Serviço Social, mantendo o trabalho com enfermos.

Em 1947, conhece David Tasma, um judeu polonês com cerca de 40 anos, que morria de câncer no hospital, sem família e com poucos recursos. Juntos partilharam o sonho de cuidar com dignidade de pacientes terminais.

Após a morte de Tasma, Cicely dedicou-se intensamente aos pacientes do Hospital St. Lukes, passando a trabalhar também como enfermeira. Parte para um novo desafio quando, um dos seus chefes, o Dr. Howard Barret, diz-lhe que se o seu objetivo é o de ajudar as pessoas, então ela teria de estudar medicina, pois, são os médicos que abandonam os seus doentes. Assim, aos 40 anos, conclui seus estudos de medicina no St. Thomas’s Hospital Medical School, trabalhando no St. Joseph’s com doentes terminais, entre 1958 e 1965.

Em 1967 funda em Londres o St. Christopher’s Hospices, hoje paradigma de Cuidados Paliativos no mundo. Um local onde os enfermos podem estar acompanhados de seus familiares e cuidados por uma equipe multiprofissional, com atenção à dor e aos demais sintomas físicos, psíquicos, sociais e espirituais.

No inicio da década de 70, Elizabeth Kubler-Ross (08/07/1926 – 24/08/2004), psiquiatra suíça, radicada nos EUA, famosa mundialmente por seus escritos e trabalho com a terminalidade da vida, conhece Cicely Saunders e introduz o estudo da Tanatologia na área médica e também dá grande impulso aos hospices nos EUA.

Cicely Saunders faleceu, aos 87 anos, no Saint Christopher's Hospice, no dia 14 de julho de 2005. Madame Saunders foi a primeira especialista no manejo de sintomas e em dar aos cuidados paliativos grande parte da dignidade que têm.

Em 1982, o Comitê de Câncer da OMS define, para todos os países, políticas relativas ao alivio da dor e aos cuidados tipo Hospice para doentes com câncer.

Atualmente os Cuidados Paliativos estão dirigidos para o conforto de todos os doentes incuráveis, e não apenas os de câncer. A última atualização da definição de Cuidados Paliativos ocorreu em 2002, pela Organização Mundial de Saúde (OMS):

“Cuidados Paliativos é a abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes e seus familiares diante de doenças que ameaçam a continuidade da vida, através da prevenção e alívio do sofrimento, o que requer a identificação precoce, avaliação e tratamento impecável da dor e outros problemas de natureza física, psicossocial e espiritual”.

Inserida por Epena