Maquiavel

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Pouca prudência pode induzir os homens a optar por coisas que de momento têm sabor agradável mas que internamente estão repletas de veneno.

Sem dispor de tropas próprias, nenhum principado é seguro.

Um dos maiores males resultantes do fato de não dispor armas é que te tornas objeto de desprezo.

Deve exercitar-se mais nos períodos de paz que nos tempos de guerra.

É inevitável que um homem que queira sempre agir como boa pessoa em meio a tantos que não o são acabe por se arruinar.

Inserida por Desligado

O amor se mantém por um laço de obrigações, o qual, considerando-se que os homens são maus, é rompido toda vez que se apresenta a oportunidade de uma vantagem particular. O temor, diferentemente, é mantido pelo medo de ser castigado, o qual não te abandona jamais.

Maquiavel
O príncipe (1532).

Os homens amam conforme sua vontade e teme conforme a do príncipe, um príncipe sábio deve se apoiar naquilo que depende de sua vontade e não naquilo que depende da vontade de outros.

Se tiver bons exércitos sempre terá bons amigos.

Quem conspira não pode aturar isoladamente e só pode aliar-se àqueles que julga insatisfeitos. Mas no momento em que revelas as tuas intenções a alguém insatisfeito, dás a ele a oportunidade de se satisfazer, porque se te denunciar poderá esperar tudo o que é do seu agrado; de modo que, vendo um ganho certo deste lado e incertezas e perigos na conspiração, só permanecerá leal a ti se for um amigo extraordinário ou inimigo ferrenho do outro.

Deve dar pouca importância a conspirações quando conta com a simpatia do povo, porém, quando este lhe é hostil e o odeia, deve temer a tudo e a todos.

Inserida por Desligado

Deve confiar a outros os encargos melindrosos que provocam ressentimentos, reservando para si aqueles que atraem reconhecimento.

Deve ter em consideração os grandes, mas não fazer odiado pelos pequenos.

A melhor fortaleza que existe é não ser odiado pelo povo, pois mesmo que possuas fortalezas, se o povo lhe odiar, elas não te salvarão.

Em um conflito, aquele que não é amigo te solicitará a neutralidade, enquanto aquele que é te solicitará que tomes posição abertamente de armas nas mãos.

Quando abertamente se coloca a favor de alguém contra outra pessoa, é reconhecido como verdadeiro amigo e inimigo, opção que se revela sempre mais vantajosa que a neutralidade. Pois o vencedor não deseja amigos dúbios que deixam de apoiá-los nas adversidades, e o perdedor não te socorre porque não quiseste de armas em punho partilhar da sorte dele.

Se aquele a quem te uniste vencer, mesmo que seja poderoso e que fiques à sua mercê, ele se sentirá ligado a ti por uma obrigação e afeto; e os homens não são jamais tão desonestos a ponto de, com tal exemplo de ingratidão, te oprimirem. Mas se aquele a quem te uniste perde, serás amparado por ele, te ajudará enquanto puder e se tornará parceiro de uma sorte que pode ressurgir.

Deve tomar o cuidado de jamais se aliar a um outro mais poderoso que si para guerrear contra terceiros.Pois em caso de vitória ficará prisioneiro do aliado, e deve evitar sempre que possível estar a mercê de outros.

Nunca se pode tentar fugir de um inconveniente sem esbarrar em outro. Todavia, a prudência consiste em saber distinguir as qualidades dos inconvenientes e tomar o menos ruim por bom.

Deve reunir-se com o povo e dar exemplos pessoais de humanidade e generosidade, mantendo sempre firme a majestade e dignidade de sua posição, a qual não deve ser dispensada jamais, em circunstância nenhuma.

Há três tipos de cérebro: O excelente que compreende por si só, o bom que discerne aquilo que outros compreendem, e o inútil que não compreendem nem por si só e nem por intermédio de outros.

Quando percebes que seu conselheiro pensa mais em si do que em ti e que em todas as ações procura tirar proveito para si, saberás que tal pessoa não será jamais um bom conselheiro e jamais poderás nele confiar. E como príncipe por sua vez, deve pensar no conselheiro honrando-o, enriquecendo-o, assegurando sua gratidão, dando-lhe participação nas honras e responsabilidades, de maneira que ele se dê conta que não pode prescindir de ti e que a profusão de honras de que é beneficiário não o faz desejar mais honras, a profusão de riqueza não o faz almejar mais riquezas, e a grande quantidade de responsabilidades o faz temer as mudanças.

Deve conceder a poucos conselheiros a liberdade de se dirigir a ti dizendo a verdade e somente das coisas sobre as quias deles indagar e não outras; mas deve consultá-los acerca de tudo, ouvir suas opiniões e depois deliberar por si só e a seu modo.
Deve comportar-se de maneira que cada um destes conselheiros perceba que quanto mais livremente lhe dirigir a palavra, mais facilmente contarão com sua aceitação. Além deste não se deve ouvir mais ninguém, ater-se ao que decidiu e perseverar firmemente nessa sua deliberação, pois quando qualquer um puder dizer-te a verdade, te faltará ao respeito devido.

Deve aconselhar-se apenas quando queres e não quando outros o queiram; deve desencorajar todos de fornece-lhe conselhos se não os solicitados.

Os homens acabarão sempre te servindo mal se não houver uma necessidade que os torne bons.

Inserida por Desligado

Os homens estão mais presos presos às coisas presentes do que às do passado; e quando nas presentes se encontram o bem, dele usufruem e não procuram dar importância ao passado.

Inserida por Desligado

Falha comum dos homens - Esquecer que existe tempestade quando faz bom tempo.

Não se deve jamais deixar-se levar pela ideia de que alguém vai te amparar, o que ou não acontece, ou acontece ma sem te oferecer segurança por constituir uma proteção de pouco valor e não depender de ti. E as proteções somente são boas, seguras e duradouras quando dependem de ti próprio e de teu valor.