Luiselza Pinto

326 - 350 do total de 818 pensamentos de Luiselza Pinto

Sei que a eternidade existe, também, para que haja a possibilidade e a probabilidade de nascer tudo quanto não pudemos, em viva vida viva, proferir, fazer e pensar.

Inserida por luiselza

Estamos nós quase sempre mais a desistir, insistir e resistir do que a investir e persistir em sermos nós.

Inserida por luiselza

Toda irritação advinda do comportamento alheio que, mesmo sendo estritamente legal e completamente normal, não segue padrões comuns, corrobora que o aborrecido não sabe o que é; e nem é firme no que está.

Inserida por luiselzadesouzapinto

A sabedoria se alegra e sorri para aqueles que estão na história; e agradece aos demais pela oportunidade da memória.

Inserida por luiselzadesouzapinto

Um corpo cansado está passível de cometer erros; todavia, apenas a mente infirme se alimenta de ilusões.

Inserida por luiselzadesouzapinto

Há uma imensa diferença entre ser normal e comum... Sabendo-se disto, todas as decisões tenderão a se embasar na lucidez ou loucura plenas, sem espaço para os erros que emergem das ilusões ou eufemismos que brotam da realidade.

Inserida por luiselza

A esperança é um lugar feito de nós entre trilhas, enquanto estamos trilhas em nós... Vó Elza ainda estava nesta dimensão e recebi – numa sexta-feira pela manhã – uma notícia inesperada, ainda que bastante previsível. Senti-me como tomar um choque de um milhão de volts e não morrer, com a corrente elétrica dançando na mais encoberta das minhas células. De noite – vestida de perplexidade e de uma angústia maior que quaisquer palavras – tomei um ônibus para Recife e fui, sem lágrimas, me consolar nos braços dela. Mas a inspiração e a expiração ou são sinônimos da maturidade ou são combustível para a fatalidade; inexistem meios termos. Ou se está vivo, com todas as implicações do viver; ou se apenas existe, com o que a mera existência (não) pode dar. Peguei o ônibus de volta para Teresina no mesmo sábado em que cheguei em Recife e o domingo que me viu novamente na capital piauiense estava com um sol escaldante. Regressei adornada na certeza de que aquilo que (se) é – bem mais do que o que (se) está – sempre tem um preço altíssimo e que, por mais brilhantes que sejam os diamantes, não é dado ao ser humano o poder de os processar no próprio corpo. O inesperado pode trazer estímulos e respostas muito mais intensos do que os processos do óbvio. Chorar é bom e útil; todavia, mais pragmático e sensível é deixar que as lágrimas evaporem e umedeçam o ar e, assim, seja possível divisar as estrelas.

Inserida por luiselza

A liberdade não é, necessariamente, um espaço tempo sem foco ou difuso. Ainda que os meus pensamentos sejam a possibilidade de qualquer coisa, estão em endereço certo.

Inserida por luiselza

EXÓTICO

És a paz que jamais pude ter
Régua de medida sem segredos
Dez ancas que decantam dedos
Nada é tudo que padece o ser.

Da vida rojam jatos de tinta
Sem tréguas vadios português
Vazios que preencha ou sinta
Na língua, no corpo outra vez.

Inserida por luiselzadesouzapinto

A música me acompanha na seda e no saco.

Inserida por luiselzadesouzapinto

ENGRENAGENS

Amar-te é como me despir dos meus sentidos
É recolher tatos, sons, cheiros, luzes e sabores
Amar-te é qual correr das buscas e seus gemidos
Bloqueando-me o tudo à possibilidade das dores.

Mas a vida não me deixou espaço para as ilusões
Percebo o quão frágeis são as minhas maquiagens
E seguem totais o nascer e o jorrar das sensações
Sou emoção pulsante (re)construindo engrenagens.

Inserida por luiselza

ÍMPARES

Quando tive, do sonho, consciência
Sonhei estar livre das tempestades
Quão ímpares a vida e a excelência
E tão distantes ilusões e verdades.

Voltei, para o mar, outras retinas
À procura de me ouvir qual criança
Mira das vozes em sensações primas
Escorrem águas, navega a esperança.

Inserida por luiselza

VAGAS

À risca quisestes a sensação arisca
Mas, frágil, não soubestes arriscar
O sal do céu no seu débil sol pisca
Coragem de ser à plenitude de amar.

Vais ou vens aos ventos tempestades
Amores não transitam às quadraturas
E teus vãos maquilam possibilidades
História sem geografia que procuras.

Aquilo que amamos é absorvível ou, naturalmente, biodegradável; o que não nos apraz é somente, em qualquer direção e sentido, uma êmese não gravídica.

Inserida por luiselza

XY é livre, não sofreu determinadas pesadíssimas lavagens cerebrais e, assim, não utiliza o seu espaço tempo para revertê-las. É como um passarinho sem eufemismos... Come, bebe (também água), reproduz (literalmente ainda vive tentando) e se diverte no seu vôo, sem receio das paragens do horizonte e das supostas (im)possibilidades do amanhã. Morrerá sem ter se libertado ou aprisionado através das profundidades pesarosas sobre as pressões abissais dos oceanos; morrerá e levará consigo mesmo, se não a possibilidade de compreender o todo, um divisar captado ao mais longe que (se) foi... Não foi jogado às prisões erguidas pelos temores sociais predominantes e que domam os infirmes ou pulverizam os "inservíveis" e " não curváveis"; não pode compreender a angústia que permeia até o próprio se libertar delas. Penso nele e me embato sobre a amplitude e os nuances do significado de viver e/ou existir.

Inserida por luiselza

DOIS

Tenho expressão de batata frita
E com uísque, à beira da praia
Nos meus olhos o pensamento fita
O que de infindo, não se esvaia.

Previsível que sou, dois tentos
Profundos, entre tangências vãs
Meu neurônio é dos mesmos ventos
Dourados lidos, de todas manhãs.

Inserida por luiselza

Para muitos estudar soa cansativo e inútil; todavia, é (quase) unanimidade que aprender é agradável e relaxante. Assim sendo, nunca alguém deve se enfastiar frente a necessidade de abrir um livro; deve sentir apenas prazer.

A sabedoria não ignora a existência dos ofídios e a prudência, à distância imiscível, lhos acompanha os rastejos até o ocaso da prescritibilidade.

Inserida por luiselza

Longe ou perto são instâncias de valor relativo, pois dependem da posição do observador. Todavia, o impensável tem, para todo ser racionalizante, um valor positivo ou negativo absoluto.

Inserida por luiselza

Das luzes emersas das estrelas aprendemos sobre a história do Universo conhecido. E, talvez os satélites naturais, nossa lua como exemplo mais próximo, representem uma transição que converge a nós: A lua é um corpo iluminado e, assim sendo, apenas pode dizer de si mesma quando recebe alguma luz de alhures, de um ente inatamente brilhante... Em paralelo: Recebemos as ondas luminosas e aprendemos. Esse aprendizado visual é muito anterior ao auditivo, pois o som, para nascer, precisou se tecer às ligaduras do ventre da atmosfera, tão jovem esta, se comparada à idade do primo brilho mor. Além deste ar que respiramos e cujo oxigênio rareia nas alturas, podemos supor que as nossas lágrimas e os nossos sorrisos serão observados e registrados opticamente nos abstratos livros da história real, de modo indireto, nos confins onde os “nossos” fótons cheguem, ainda que não lhos saibamos e nem meçamos. Choramos, sorrimos e o Universo nos vê. Todavia, e até prova em contrário, nossas alegrias e tristezas são quase mudas ao vácuo surdo: As ondas sonoras que emitimos não encontram acolhida nos confins do nada material. E a música, como alguns podem achar, não é um bálsamo para a prisão; é uma consequência das causas que o ocaso nos ilude, sensitivamente, de não poder manipular.

Inserida por luiselza

Meus sorrisos ao sol que brilha
Meus parabéns à chuva que cai
Acordo e durmo. Que maravilha!
Canto à vida que vem e que vai.

Inserida por luiselza

Ninguém deve almejar o que não tem condições de amar; mas pode-se amar aquilo que não se tem como tocar além do querer.

Inserida por luiselzadesouzapinto

A razão não pode nascer da suposta força da multidão unânime, mas pode emanar da firmeza de números incontestes.

Inserida por luiselzadesouzapinto

O coração é apenas uma bomba propulsora de sangue que dá algum suporte para que os pensamentos pulsem e naveguem. Mas nenhuma sensação é gratuita e absolutamente tudo que se quer exige pagamento duplo; ou mais... A vida conduz a que a próxima lenha na fogueira seja mais combustível que a anterior. Até que tudo se volatilize e o ciclo (re)comece para outrem, com ou sem nós.

Inserida por luiselzadesouzapinto

Cada pessoa é um mundo e, assim sendo, carrega memórias e histórias diversas, haja vista que, mesmo que sofra o influxo das mesmas sensações de outrem, o receberá e processará – via sentidos – de forma diversa; nada é mais subjetivo e apenas tenuamente quantificável do que o ato, ou fato, de experimentar e (re)conhecer. Como reatar o nó de uma solução de continuidade tão intensa se as causas se volatilizaram frente à intensidade das consequências? Há respostas.

Inserida por luiselzadesouzapinto