Luiselza Pinto

301 - 325 do total de 818 pensamentos de Luiselza Pinto

Das lágrimas que não saem pelos olhos e, por isso, são mais difíceis de evaporar... Naquelas terras andantes existe a certeza de agonias tão além de dilacerantes; há o trôpego caminhar por dores inúteis.

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Não acredito que existam fórmulas prontas para a (in)felicidade. Apenas compreendo que redomas, opiniões incontestáveis e ilusões impedem a oxigenação e o trânsito entre o que somos e estamos.

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É muito raro que uma vida e a sua correspondente condição humana tenham o mesmo tamanho; estar no mundo é, em algum momento, transitar pelos sons que se escuta enquanto se respira no silêncio de existir.

Inserida por luiselzadesouzapinto

Não é crime chorar por um rato; mas constitui erro inútil lagrimar na frente dele.

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A história unicamente serve ao viver quando consegue ensinar que a navegação se baseia nas águas, e não nas lágrimas, do mar.

Inserida por luiselzadesouzapinto

Por mais que caminhemos por aquilo que apreciamos, nunca vamos longe o bastante naquilo que amamos... Enquanto houver o que amar, sempre haverá uma mesma estrada nova a percorrer.

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Discutíamos, academicamente é claro, sobre felicidade e paz... E nem mesmo sei se você pode concordar comigo quando eu digo que a felicidade deve ser, ou do mesmo tamanho da paz, se esta for plena, ou maior que ela, acaso a tranquilidade não seja completa. A felicidade assim, se tem a influência de um estado de serenidade, não pode ser condicionada a nada além do intrínseco de si mesma. E você me pergunta como é isso... Por céus! O universo, mundo, mares não foram feitos para nos satisfazer, inclusive naquilo que nem sabemos como, onde, quando e por que soa o querer de tantas (im)possibilidades que não nos cabem. As terras humanas podem estar em guerra e, ainda que não façamos parte da querela, estilhaços podem nos chegar e tirar a quietude do sono ou da vigília. Se estivermos num ambiente e entre pessoas 100% em paz, isso se reverterá ao nosso momento. Do contrário, havemos de pagar um certo ônus: O de ativar nossas defesas e alertas, numa atenção que representa consumir energias. Ao nascer, pode o ser humano convergir para a felicidade incondicional e completa. E ninguém deve perder a alegria pelo navegar, algumas vezes obrigatório, em águas turbulentas, sejam suas ou estrangeiras. E por que começamos essa discussão? Porque, no sempre em que penso em você, imagino que uma felicidade infinita pode ser elevada ao infinito; mas a paz completa está muito distante das suas paredes.

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Eu teria muito a reclamar, se não houvesse nascido... Estou tendo apenas que (re)fazer algumas calibragens não programadas.

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Talvez o único relativo controle que temos acerca do que devemos amar, é sobre como podemos amar.

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Sei que nossas mãos tateiam luzes, na esperança de caminhar além do que estamos... A fotografia, de nós, não nos pertence e é irreversível.

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Melhor viver, que tão somente existir, posto que, se a existência deriva de um respiro inicial sem pedidos, a vida é o somatório do que expiramos e inspiramos nela, com ela e por ela.

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Uma proposição possui apenas um, entre dois valores lógicos: Ou é verdadeira ou é falsa. A razão firme nunca envereda muito do seu espaço tempo por contradições óbvias.

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Não há erro em se repetir, sob uma nova óptica, aquilo que é dinamicamente perfeito.

O conhecimento é poder para aqueles que desejam se arvorar pelas sustâncias dos domínios sociais. Para um individuo o (re)aprender deve ser, antes de qualquer coisa, um incansável exercício de prazer ininterrupto.

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Se há vida não há vazio; o vazio pode estar somente no que existe, jamais no que vive.

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Mais sábio do que morrer pelo que se ama é viver no que se ama.

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O coração descansa entre as pulsações, porque ele sempre está fazendo o que gosta.

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A loucura que afeta exclusivamente quem a detém é, ao menos momentaneamente, uma forma de descansar no meio da guerra e sobreviver.

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A sorte e salvação de muitos que atravessam o deserto é a música, livros e a lembrança de que algumas pessoas existem.

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Todo o além-mar está aparentemente tão aquém das estrelas... Mas é somente o utilitarismo da percepção incompleta, assim como o ocaso é um ente opaco para que não se conteste o acaso.

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O que diferencia o viver do mero existir é que somente na vida pode caber um amor do tamanho que justifica a eternidade.

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O fato de algumas pessoas não conseguirem se expressar não significa que elas não sintam as emoções ou recepcionem as sensações com a mesma, ou maior intensidade, das que se apregoam com detalhes. Em algumas circunstâncias – mormente as traumáticas – o que se há por dizer cabe somente, ou principalmente, no silêncio. E não compete a ninguém forçar o outro a sair do próprio silenciar; é possível apenas se mostrar outras alternativas... Seria perfeito se o raciocínio acima não fosse inato quase exclusivamente aos que estiveram na guerra.

Inserida por luiselza

Entendo que nada mais, ou ainda muito pouco, é passível de constatação fora do método científico que há atualmente. E, se surgirem novos métodos de procura e de pesquisa, em maior ou menor grau, eles devem chegar ao nível de compreensão – ainda que não de total verificação direta – humana. Algumas coisas existem e é fácil percebê-las: Fome, sede, dor e fuga como mecanismos de proteção ao indivíduo etc. Outras coisas surgem como buscas mentais a perguntas que atravessam gerações: Quem somos? De onde viemos e para onde vamos? Por que estamos aqui? O que é a vida? O que é a morte? Qual o sentido ou a direção de tudo isso? E, ainda que nasçam e renasçam respostas a cada um desses sempre questionamentos, muitas das soluções aventadas passam longe de um mínimo de validação formal e, incontáveis vezes, por falta de coerência, anuviam-se possibilidades e estas caem, mais cedo ou mais tarde, no esquecimento, açodadas unicamente pela peja do ridículo. Mas, e se fosse possível se extrair algum embrião mental válido de uma hipótese notadamente absurda e o modificássemos a porto dele ser revestido da mais perfeita dialética, ainda que a sua verificabilidade não pudesse, ao menos momentaneamente, ser inferida por indução? E se fosse possível usar as duas idéias – nada 100% razoáveis matemática e fisicamente – que mais surgem na mente das pessoas, bilhões e bilhões de pessoas e aproveitar a mínima parte útil daquelas, colocando-as totalmente acordo com a segunda lei da termodinâmica, com a mecânica quântica, com a relatividade, com a matemática estatística e com a lógica? Se, qual diz, e comprova, a ciência, os sentidos humanos não são contínuos e, muitas vezes, são as construções mentais que recheiam as lacunas de percepção, onde haveria erro ao se aventar hipóteses que preencham e respondam as perguntas surgidas em capacidades encefálicas que não ultrapassam 10% do seu potencial? Um dia, quando o raciocínio humano nadar nos 100% do que é, provavelmente não haverá lacunas para os sentidos e as respostas aos estímulos sensoriais e mentais serão mais completas do que atualmente são. Fato é que, neste instante, apenas podemos ser algo mais com o instrumental que estamos “em mãos”. Ahh, mundo... XY1, XY2, XY3, XY4 somente se interessam – e vivem por, com e em – física da matéria condensada; XY5 e XX1 dedicam-se somente à pesquisa em ressonância magnética nuclear; XY6 deve estar num laboratório de biologia e só sai de lá morto; XY7 talvez tenha morrido de overdose de café e levado para o caixão tudo que estudou nesta vida; XY8 e XY9 decidiram estudar – ministrar algumas aulas na universidade somente para garantir o pão e, fora isto, sumir do mundo. XYn, XXn... Quão vidas são e estão as saudades vivas! Não é porta da rua que é a serventia da casa... É um laboratório ou hospital, com a chave jogada fora, mas não perdida e fácil de ser localizada. Tudo em suma, transmudou-se num teste de resistência, não mais de existência; somos sempre vivos, ainda que estejamos temporariamente mortos. Longe de vocês; apenas fisicamente.

Inserida por luiselza

Como alguém consegue aprender sem estudar, estudar sem prazer, sentir prazer sem amor e se cansar do prazer do amor de estudar aprendendo? Como? Como? Como? Como?

Verdade que o mundo dá muitas voltas... Ainda é certo que, por estarmos sobre ele, a circunvolução também faz parte dos nossos dias. E, inconteste: O amanhã, se chegar, será um fato; todavia, hoje ele é somente uma projeção abstrata de vontades sob as quais o domínio absoluto dança, ou trança, inviável.

Inserida por luiselza