Luc de Clapiers Vauvenargues

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Quando não se sabe entreter-se e divertir-se a si mesmo, quer-se entreter e divertir os outros.

Ninguém está mais sujeito a praticar erros do que aqueles que apenas agem por raciocínio.

Um versificador não considera ninguém digno de ser juiz dos seus versos; se alguém não faz versos, não sabe nada do assunto; se faz, é seu rival.

Uma viva inteligência de nada serve se não estiver ao serviço de um caráter justo; um relógio não é perfeito quando trabalha rápido, mas sim quando trabalha certo.

Não podemos ser justos se não formos humanos.

Acontece muitas vezes que somos estimados na proporção em que nos estimamos a nós mesmos.

Falta-nos o amor-próprio suficiente para nos não importarmos com o desprezo dos outros.

O ódio dos fracos não é tão perigoso como a sua amizade.

A loucura dos que têm êxito é a de se julgarem hábeis.

Não renunciamos aos bens que nos sentimos capazes de obter.

Se as paixões aconselham por vezes mais ousadamente do que a reflexão, isso deve-se a que elas dão mais força para executar.

Luc de Clapiers Vauvenargues

Nota: In Reflexões e Máximas (1746)

Raramente nos consolamos das grandes humilhações; esquecemo-las.

Para se executarem grandes coisas, há que viver como se nunca devêssemos morrer.

É mais cômodo dizer coisas novas do que conciliar as que já foram ditas.

Não é grande vantagem ter um espírito vivo se ele não é justo.

Aquele que tudo pode suportar, tudo pode tentar.