Leonardo V. Castro
Me preocupo menos com as portas abertas pela vida, mais com as que estão sob a minha responsabilidade fechar.
Por que diabos deveríamos temer nossa soberania para as ameaças de uma era digital, num mundo que só se possibilita compreender por analogias?
Parar para admirar o chiado sutil das asas de um bando de andorinhões pairando sobre suas cabeças no etéreo silêncio das montanhas é, definitivamente, o que muito poucos fariam hoje.
De certa forma, tudo o que existe é necessário que exista, tudo o que acontece é necessário que aconteça.
No meu tempo, você fazia uma pergunta e não se preocupava tanto com a possibilidade de sentir vergonha da resposta.
Não aceite que seus amigos atuem como os magistrados da sua vida: se não podem ajudar, não permita que atrapalhem!
Interpretarão melhor os livros aqueles que, pelas rugosidades dos calos em suas mãos, sentirão certo desconforto ao folheá-los.
Tenho especial apreço pelas respostas que mais podem nos brindar com o sentido e com a verdade, quanto mais maturam em nossas consciências.
Do episódio em que o ladrão invadiu minha casa para furtar, os únicos feridos foram os seus sentimentos ao descobrir que não tinha muito o que levar de mim.
Trocamos toda a herança e sabedoria de nossos pajés por um caco de espelho sujo sobre o qual debruçaremos a admirar, pelo resto de nossas vidas, nossa própria feiura.