Joseni Caminha
O aluno que admiro não é o que fica comportado, mas o que se incomoda com o comportamento e se agita em busca das respostas para osseus conflitos.
Acreditar que tudo acaba quando chega ao fim é corroborar com a ideia de que a vida não tem sentido.
O homem corre em busca de comodidade, explorando e e alterando a natureza, expondo o seu instinto dominador, mas sob às rédeas de um sistema que ele criou, se destroi à medida que avança em suas conquistas, porque para esse sistema que adota uma economia linear, ignorando as consequências de suas metas, evidencia que do homo sapiens, restou somente o homem.
Dentro de um sistema educacional onde se adota a ideologia neoliberal, o foco deixa de ser o aluno para direcionar as ações em prol dos resultados, mensurados por um modelo de avaliação arcaico, excludente e que ignora a diversidade dos avaliados.
Não há nada que não possamos tentar realizar, o não conseguir é apenas um detalhe que faz toda a diferença na próxima tentativa.
Estipulação de metas, busca por excelência, tendo como o fim nela mesma, não é educação, mas corporativismo no sistema educacional.
Não há educação enquanto o educar para os sistemas de ensino for visto como o caminho que as administrações diretas utilizam para propagar a excelência de suas ações.
A excelência no ato de educar não deve ser atrelada ao resultado em avaliações externas, pois se assim estiver, não teremos formação, e sim, adestramento.
Que aprendemos e nos tornamos mais fortes ao sairmos das experiências difíceis, não há o que duvidar, mas para isso é necessário que estejamos preparados para sabermos extrair desses momentos o que contribuirá para a nossa fortaleza.
Amar não é se anular, mas saber compreender que seu espaço está sendo dividido por quem você ama e, ao mesmo tempo, ter o seu respeitado pela pessoa amada.
Não deixe para depois para dizer a alguém que ama, pois pode ser que não tenhas como fazê-lo quando decidir que esse dia chegou.
A medida que a vida passa mais certeza temos que o homem contemporâneo caminha por estradas obscuras, pois a luz que ele utiliza não aponta para o seu futuro, mas apenas para o seu presente.
o Homem ao ver as belezas que a natureza consegue escupir, deveria enxergá-la como um organismo vivo, para então, quando fosse agir sobre ela com o único propósito de satisfazer seus desejos, percebesse o quão ele nega a sua propria racionalidade, destruindo-a e se destruindo recíprocamente.
Diante da realidade atual de descaso como a natureza, o mais importante não é reciclar, mas procurar não produzir a matéria prima da reciclagem.
Enxergar a necesidade de reciclar, já é por si só, o reconhecimento do homem de que seus atos não são de um ser consciente de sua ação sobre a natureza.
A vida no mundo capitalista molda um modelo de homem que satisfaz a demanda criada pelo proprietário dos meios de produção para garantir a perpetuação do sistema.
O capitalismo inculte na cabeça do homem a falácia da liberdade e atribui de ao mesmo a crença de que o insucesso é oriundo de sua incompetência, ignorando o meio, a ausência de oportunidades e a falta de infraestrutura. Com essa ideia incorporada pelo individuo social, o mesmo aceita como natural o seu fracaso e se culpa de nao ter feito diferente, e por isso, se nega quanto ser crítico ao sistema que o oprime.
Como pedagogo exergo a educação como um caminho para o retorno do homem a sua essência natural, da qual ele se afastou, de forma irracional, racionalizando, pondo em prática o que se apropriou por meio do educar-se. O que me deixa triste é ver que a nossa educação pautada aos intereses neoliberais, não educa, adestra seus discípulos em prol da exposição hipócrita de uma excelência inexistente. Por isso vejo cada vez mais, o homem se distanciar do que ele é no seu âmago: ser humano.
O homem está tão absorto em satisfacer aos seus desejos que não consegue enxergar quando faz de sua ação uma mediocridade.
Numa educação movida por metas, o verdadeiro professor é um colaborador, dentro do sistema, que se frusta por se ver cobrado para apresentar um modelo de ensino que ele repudia, por não se identificar com a ideologia educacional de fabricar resultados.
O homem precisa enxergar que ele não é o ser mais importante na natureza, mas um deles, que tem, diferentemente dos demais, meios de contribuir para que todo o sistema consiga manter a sua harmonia, mas para isso, esse homem denominado de sapiens, deve agir como tal.
Um aluno que chega ao 5° ano do ensino fundamental, sem ter se apropiado da habilidade leitora, não sendo portador de nenhum trastorno de aprendizagem, o problema não é dele, mas de um sistema que construiu uma ideología do educar para obtenção de resultados apresentáveis.
O que é ser livre em um mundo coberto pelo medo?
Que liberdade podemos desfrutar se não sabemos até aonde podemos ir, pois o livre arbítrio do ir e vir, não nos pertence, pelo menos para a classe desafortunada de seguranças privados, de condomínios fechados, de carros blindados, de proteção por não pertencer de nenhum dos lados, e ainda por cima, temos que ver e ouvir tudo calado, pois é uma pequena garantia de não terminarmos velados.
Como posso chegar para um aluno e dizer-lhe que tenha uma alimentação saldável se ele me ver com uma garrafa de coca? como posso falar de inteligência naturalista e cuidados do meio ambiente para os alunos de uma escola, se os professores dessas escola utilizam copos descartáveis na hora do lanche? Como posso falar de consumo consciente se sou homo consumptor? Como posso querer que meus alunos escutem falando sobre reciclagem seletiva e a importância de enxergarmos que mais importante do que reciclar é não produzir o que reciclar, se não acredito no processo e muito menos sou capaz de enxergar o que eu quero que eles enxerguem?
A vida é um ciclo interminável, que termina para todos, parq que outros possam continuar nos seus ciclos, que por sua vez também terá um fim e assim continue sendo.