Iris Borges

Que seja redundante
Quis dizer que a
Dor
Dóiiii
Doida

Às vezes a vontade que tenho é soltar um palavrão. Sou uma mulher elegante então penso em silencio

Gosto de atitudes
É um toma lá da cá
E nada se resolve
E ninguém mexe
No vespeiro

Letra de música é poesia cantada

Tantas vezes não consigo falar em palavras o que sinto e na escrita faço o que posso

Agora chega
Sinto os olhos cansados
As pálpebras pesadas

Respiro o ar
Abro os braços
Sigo as nuvens
Palmas para o
Nascer do sol
Uma silhueta
Ninguém abre
Longe
Volta

Não guarde
Seus pensamentos
Em caixa de papelão
E não enlouqueça
De pensar

A dor da perda tem raízes ocultas e profundas que é difícil de arrancar

Ponto

Uma interrogação
ponto vírgula
tantos sinais
Sem travessão

Sou assim
com reticências
não dou pausa
e não quero parar

se assim desejo
Abro parênteses

ponto e vírgula
vezes me isolo

tantas outras
sigo em frente


sem entonações
dois pontos
com algumas
exclamações

E daí
É o que me vem
Na cabeça
Pode ser poesia

Sofre ostra
Não morras
O grão de areia
Que te aflige
Faz-te gerar uma
Linda perola

Quando criança
Tinha medo da chuva
E não temia o vento
Que espalhava os cabelos

E onde morava
Corria de braços abertos
Para poder voar
E voava e voava

Aprecias ainda meu olhar
Vendo o tempo com o tempo
Com meu amor presenteio

Arco íris

Com várias cores suaves
Em arco até o chão
Luz de gotículas de chuva

Faixas coloridas do céu
Tintas e pinceis
Arco íris transformou

No azul do céu
Aliança se formou

Descem as cortinas do céu
Trazendo a lua e as estrelas
Iluminando os sonhos

Poética

Alma derramando
Gota a gota
Letra a letra
Vou montando palavras
Vou montando meu verso
Derramando sementes
Vogais e consoantes
Faço meu poema
Teço todas as letras
Entendo sentimentos
Entendo sensações
Palavras em metáforas
Preenchem espaço vazio
Ao final de cada frase
Ar entre parênteses

No fim do Dia
O sol descansa
A luz dá lugar
As trevas
Atravessando um mar
Cruzando os céus
No outro lado
Sozinho
Distante
Alguém é
A espera

Olho as estrelas
No mês de março
Confessa só o vazio
Um nome me chama
E nunca respondi

Lagrima transparente
deitada na folha verde
delicada
desde ontem
Gota de cristal

Eco
Oco
Loco

Talvez seja
Uma brisa leve
Sussurrando pelo ar

Começo do fim

Se nós não fizermos a nossa parte
Não tem problema
Nada que um meteoro gigante
Não possa resolver

Coração leve
Siga as nuvens
Onde o vento sopra
Por outras bandas

Dentro do universo
Em invólucros fúteis
Da racionalidade
Porcos enjaulados
Humanos confinados