ElcioJose

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AS MUDANÇAS NO TEMPO E NO ESPAÇO

Eram tropeços e proezas
Com mãos ágeis e firmeza.
Tempos fartos sobre a mesa,
Sorriso franco e delicadeza.

O jardim sempre florido e
O luar mais colorido.
Pés cascudos e atrevidos,
Dedos sangrando em dolorido.

A bola era de pano,
Estilingue de goiabeira.
Já se ouvia Betânia e Caetano.
A viagem era de jardineira.

Causos na beira da calçada,
Reunida toda a moçada.
Era causo de arrepiar,
Até pelo jeito do vovô contar.

O campo era na rua de terra,
Jogava-se bola e peteca.
Os gols marcados com pedras ou paus.
Tinham meninos calmos e meninos maus.

Os pais eram bravos,
Não tinham rosas e nem cravos.
As palmadas eram costumeiras,
Coitados dos quem faziam besteiras.

Os brinquedos eram criados e inventados,
Muito pouco era comprado.
Bola de gude, peão, pique e queimada,
Faziam a alegria da criançada.

Tudo era mais difícil e mais simples,
Os mais espertos pareciam príncipes.
Na escola tinha muita disciplina,
E só existiam, menino e menina.

Hoje os tempos mudaram,
Mais fáceis e estranhos ficaram.
Tudo é comprado pelo preço mais caro,
É do bom e do melhor, sem o mínimo preparo.

É a moda que manda no costume geral,
É o tempo do enredo do tudo igual.
A construção do produto final,
É a moda do luxo e do artificial.

A família deixou de ser principal,
A educação tropeçou no primeiro degrau.
As notícias veiculam num tempo meteórico,
Nada se come porque tudo é calórico.

A modernidade assusta, mas é irreversível,
A tecnologia deixou quase tudo possível.
O mundo ficou pequeno e quase no mesmo nível,
Vai ficar para trás quem não achar que isso é crível.

O conhecimento geral que antes era banal,
Hoje tem muito peso no produto final.
O conhecimento é o ponto principal,
Para se tornar imprescindível e ser especial.

O individualismo está perdendo tempo e espaço,
A parceria é o presente e a beleza do laço.
Não existe gol feio, é preciso um golaço,
Só terá a vitória quem enxergar o rabisco e o traço.


Élcio José Martins

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UM SENTIMENTO POÉTICO
O sentimento poético,
Do riso cínico e do choro patético,
Tateia na curva sob o olhar cético.
Nas noites cinzentas do pensamento ético.

A mentira tem mira no condão do discurso.
O rio é o mesmo navegando em seu curso.
A corrupção e a ganância miram a larva e o recurso,
É o velho e o novo no mesmo percurso.

O sentimento desnuda a alma miúda.
Chora a face sisuda da desavença bocuda.

É um sentimento profundo clamando o amor,
Enrolado na mente com pétalas de flor,
É uma luz, é um sonho. Um afago consolador.
De um mundo mais justo e mais promissor.

Que a paz e a esperança
tenham um novo amanhecer.
Na batuta do tempo
e no seio do poder.
Élcio José Martins

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