Cristiane Neder

301 - 325 do total de 356 pensamentos de Cristiane Neder

A realidade passa a ser, portanto o que os meios de comunicação querem, aquela que o capital compra e os efeitos especiais da computação e da publicidade desejam. Nada do que seja a vontade da plena maioria da sociedade, como deveria ser numa democracia verdadeira e não idealizada.

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A homogeneização da humanidade causa uma perda de identidades culturais nunca vista antes, através da influência das novas tecnologias de comunicação, trazendo como conseqüência, a pasteurização da cultura internacional e o enfraquecimento das identidades nacionais.

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Os poderes locais perdem sua força, dando espaço para que o poder do mercado internacional, revestido pelo projeto político da globalização, tome conta do novo cenário
geopolítico.

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A atuação das novas tecnologias de comunicação cria novos exércitos de excluídos, aumentando os focos de riqueza em algumas nações e generalizando miséria em outras.

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Os países periféricos não possuem pesquisa de ponta para acompanhar o avanço tecnológico dos países centrais, criando focos de desnivelamento social em várias partes do mundo, onde o progresso sócio-político
não caminha junto com o progresso técnico-científico.

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Os incluídos no mundo das novas tecnologias de comunicação são
somente aqueles que têm meios e poder financeiro para conquistar sua posse e
uso. Os demais são usados como personagens secundários nos bastidores da
história da infovia e da Internet, para dar sustentação à imagem de um futuro
ilusório, onde ‘’cada um tenha um computador em cada mesa em cada casa‘’ – como sonha Bill Gates, o magnata da informática e da multimídia. Não nos
esquecendo que a grande maioria das pessoas não tem sequer casa para morar e,
muito menos, computador para usar.

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Os incluídos no mundo das novas tecnologias de comunicação são somente aqueles que têm meios e poder financeiro para conquistar sua posse e uso.

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A revolução das novas tecnologias de comunicação causaram no mundo inteiro uma revolução de maior impacto do que a própria invenção da imprensa por Gutemberg, porque conseguiram congregar som, imagem e texto num único universo; apresentando como conseqüência, uma ‘’compactualização’’ dos meios de comunicação, unindo todos os elementos da comunicação em uma única máquina e em um único filtro de recepção, fazendo com que as indústrias de comunicação também se unissem criando monopólios na área, com poderes políticos inéditos nunca vistos antes.

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O poder político dos outros meios de comunicação, como rádio, televisão, jornais e revistas, foi transferidos para a Internet, por ela ser o único meio de comunicação capaz de concentrar a todos em um único lugar e, consequentemente, de concentrar todos os poderes que cada meio tinha, dentro dela.

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As novas tecnologias de comunicação levam a sociedade a modificar sua sociabilidade, estando o ser humano cada vez mais em contato com a máquina
e cada vez menos com as pessoas, a nível presencial. Hoje em dia, o ser humano
abastece o seu tempo de lazer com jogos interativos da rede, em bate-papos, em
salas de chats e em vídeo-conferências, relacionando-se cada vez mais com outras
pessoas por ‘’via técnica’’ em detrimento da ‘’via contato direto’’, mudando assim
sua própria maneira de ser também como ser humano.

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Os seres-humanos transformam-se em andróides, não porque são construídos e desenvolvidos em laboratório como uma espécie de Frankstein, ou por nascimento, mas por conveniência a uma sociedade movida pela técnica, artificial e cibernética.

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Os novos políticos, a fim de desenvolverem projetos políticos voltados para esta sociedade sintética, acabam se espelhando nela mesma e se tornam sintéticos também; as ideologias já não têm mais valor e nem os programas políticos, pois os políticos e suas metas são agora construídos em
estúdios, em sites e por marketeiros, e não junto à sociedade e aos partidos que eles deveriam representar.

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Com as novas tecnologias de comunicação os políticos estão se tornando cada vez mais personalistas e cada vez menos estadistas, cada vez mais personagens de ficção e cada vez menos pessoas públicas.

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Cabe lembrar o exemplo dos EUA, onde a televisão havia preparado o cenário, chegando ao extremo de colocar na própria presidência dos EUA, Ronald Reagan um personagem de cinema de Hollywood,
transformando-o em um poderoso personagem da política americana.

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Hoje, todos os políticos assediados pelas técnicas de comunicação acabam se tornando atores como Reagan a fim de também
ganharem as eleições. Hoje, o povo já não conhece mais a face verdadeira dos
políticos, mas conhece somente a sua máscara política.

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As promessas políticas, depois da invenção
das novas tecnologias de comunicação tornaram-se mais ilusórias, porque antes eles prometiam somente com a palavra sem o uso da imagem. Hoje eles prometem com a imagem o que povo, pela ilusão ótica, tem muito mais facilidade em acreditar, mesmo não sendo realidade.

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Vivemos a época da política sediada em uma matriz tecnológica e não na matriz sociológica, sendo que qualquer político pode prometer qualquer coisa, pois os recursos financeiros e o computador podem realizá-la mesmo se,na prática isso seja impossível.

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Os artistas, escritores, cineastas e outros, descrevem e gostam de personagens que estejam na situação de estrangeiros,
porque o estrangeiro, por si só, guarda dentro dele personagens e personalidades com várias nacionalidades num único sujeito.

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Para escrever sobre a terceira identidade do estrangeiro, o filme Terra Estrangeira foi a primeira percepção que veio à mente, justamente porque o filme fala do nosso país, vendo-o do lado externo da sua
costura idiossincrática

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Os efeitos da política econômica predatória adotada na época do Governo Collor dão o embasamento para o surgimento e para
a criação da obra Terra Estrangeira. Faz enxergarmos como os personagens trazem consigo a cicatriz desse tempo político, ao
se encontrarem na condição de estrangeiros em Portugal como
necessidade social, e não turismo.

A terceira identidade do estrangeiro, portanto, é como a lâmina de uma gilete, afiada dos dois lados, pois consegue absorver
registros de ambas as nações

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O casal tem como aliança afetiva a frustração da vida. Ela encontra em Paco a juventude perdida, sepultada pela solidão de tantos anos no estrangeiro. A trilha sonora Vapor Barato, composição de Macalé (década de 1970), na voz de Gal Costa, reforça e veste com harmonia a metáfora amorosa vivenciada pelo casal
para quem nada resta apenas o amor

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A poesia pela qual o filme está embrulhado, dentro da cena do velho navio encalhado no mar (que vai de encontro com a letra da música Vapor Barato). A simbologia desta imagem leva-nos a pensar que ela representa a impossibilidade de seguir ou retroceder, tal como os dois personagens que permanecem estáticos dentro do
contexto da clandestinidade, numa vida reticente, sendo corroída pelo tempo, como uma matéria bruta, como o velho navio enferrujado que não chegou ao destino final.

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O filme, todo em preto e branco, reforça a imagem de um clima de ausência de cores na vida das pessoas e do país, para melhor demarcar seu contexto histórico.

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Terra Estrangeira na sua linguagem artística, conta de forma subliminar como o ‘herói’ Collor, que trocara seu cavalo branco por
um jet-sky, promovera a entrada do capital estrangeiro no Brasil e a retenção do próprio capital nacional aqui.

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