Cristiane Neder

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A professora Lúcia Santaella, em “Produção de Linguagem e
Ideologia”, nos fala do uso da ideologia dominante, mostrando que a visão
política de uma sociedade se faz pelos determinantes econômicos, e que a
construção se ergue por elementos de dominação, sendo a própria arquitetura
política um meio de poder.

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As decisões políticas atuais são
tomadas por pessoas que não pertencem ao grupo de decisão, e que em sua
maioria são donos dos grandes conglomerados dos meios, os quais não são da esfera diretamente política.

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Podemos adaptar o sentido simbólico da construção de uma linguagem arquitetônica ao conteúdo ideológico de uma linguagem política,pois a arquitetura não dá só a forma a um determinado espaço físico ou a um
objeto, uma vez que é por meio dela que o uso da palavra transforma-se em
mensagem.

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A televisão a cabo mostra não ser diferente da televisão
embrionária do sistema ditador brasileiro, porque tanto hoje como ontem está
preocupada não só com a construção de uma sofisticada infra-estrutura
tecnológica, cuja preocupação básica é a expansão de um espaço público
mediático mas com a redução das ideologias no espaço público não
mediático.

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É um regime autoritário oficializado, porque apesar de os meios de
comunicação serem modernizados no sentido de mais avançados no aparato
tecnológico, ainda estão submetidos à censura do capital estrangeiro, e o
espaço público eletrônico não divulga acontecimentos que têm ou vão ter
repercussão nacional.

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Minha preocupação é pensar e fazer a seguinte reflexão: se as
novas tecnologias não estão somente a serviço de supervisionar essa face
narcisista de Primeiro Mundo, de nações desenvolvidas para encobrir os
desfalques que o Primeiro Mundo dá nos demais países, embora sempre
respondendo com uma aparência de perfeição subcontrolada aos demais
países, proporcionada para reforçar esse aspecto de felicidade imediata para falsificar a realidade próxima

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Durante muito tempo eu
recebi uma revista russa, da ex-URSS, chamada Sputnik. As mensagens eram
todas Pré - concebidas com a face narcisista do espelho do comunismo soviético. A essência do suco noticioso era extraída como se espremessem uma laranja do pensamento totalitário do antigo Kremlin em suas páginas, em formato e em idéias, sem fugir em nenhum número da revista ou artigo a isto, a não ser nos artigos corriqueiros e de menor importância, em reportagens de trabalhos
manuais e caseiros para donas de casa. Portanto, os regimes e os sistemas dos modelos políticos adotados podem se modificar, mas a forma de colocar o poder é a mesma, mudando só a ideologia imposta.

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Após as reformas políticas, da Glasnost e Perestroika, o rosto da
Sputnik também se modificou, suas matérias se adaptaram ao novo sistema
como a água ao formato de uma nova vasilha.

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Os desenhos nas cavernas da pré-história simbolizavam alguma
coisa, como a caça ou pesca do homem, rituais, etc. Enfim, era o registro de alguma forma de sua existência. E hoje o que vemos nas expressões cibernéticas, desde um sorriso digital até uma lágrima seca virtual e artificial na vida do hábitat do computador, será que podemos chamar de epígrafes modernas?

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As pessoas, agora, através da cibernética, usam uma linguagem
denominada “internetiquês”, uma espécie de linguagem formada pelos
próprios usuários da Internet. O “internetiquês” serve também para mostrar sentimentos no computador, de zangado a apaixonado. Essas evoluções na forma de se comunicar continuaram levando o homem, apesar de tanta evolução, a se ritualizar, ou seja, a transferir para objetos, coisas, máquinas e símbolos a sua presença.

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É importante destacar a simbologia que o homem dá às coisas
ao seu redor, como se elas tivessem também, pelo fato de ele as possuir, um
papel social, e o poder de ser um pedaço próprio de sua existência. Da forma
de gravar numa escala somatória tudo o que é e o que faz a sua história.

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Pode, por meio da política internacional dos medias, tanto o ser humano se encontrar mais materializado e enraizado dentro de seu próprio
país, e despertar para uma cidadania plural, ou - pelo contrário - pode
afastá-lo cada vez mais de sua identidade cultural local, cortando o cordão umbilical. O ser humano pode se perder, de dentro para fora de sua própria origem, como um homem -máquina e não como um homem - cidadão.

Robôs e máquinas não são cidadãos mesmo sendo fabricados
por multinacionais: a cidadania é algo precioso que só seres humanos podem
exercer

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Quando o ser humano passou a ser um elemento da cibernética,
não só sua imagem passou a ser cibernética, mas toda sua conjuntura
cultural, suas idéias, seus pensamentos, crenças e ideologias passaram pelo
filtro do virtual.

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A partir do momento em que o homem passa a utilizar os meios
de comunicação virtuais para transmitir suas reivindicações, frustrações,
desejos, fantasias e argumentações, sejam de ordem particular ou coletiva
sobre os diferentes condutores de sua vida e da vida política planetária, ele
encontra ecos vindos de personalidades similares, sendo repartidas em
grupos de afinidades com modos semelhantes de agir, pensar e se relacionar.

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Os ecos de afinidade podem ser novas tribos vizinhas, como os
países são hoje, ou um único ser desenvolvido numa dimensão coletiva.
Portanto, a formação geocultural cibernética que as novas tecnologias de comunicação dão ao ser humano influenciam em sua forma de exercer a
cidadania e na noção de hegemonia e homogenia que se desenvolve na
esfera pública política real.

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Nunca a sensação de imensidão que os meios de comunicação
passam através das novas tecnologias, foi tão importante e valorizada pelo
homem, talvez porque esta sensação mexa com a vontade de plenitude. O
homem busca na própria vida a mesma plenitude da infinidade que nos
passam o alto do céu e o fundo do mar; a mesma infinidade que o navegador,
o descobridor e o aventureiro carregam dentro de si.

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O ser humano, a partir do momento em que começou a usar a
máquina como companhia social, como meio de trabalho e como lazer, não
pode ter sua cidadania vista da mesma maneira.

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Há pessoas comprando porta - copos, ferramentas, cosméticos e
outras coisas por simples impulso desregrado de consumo. Com isso, os
cartões de crédito faturam como nunca, e as pessoas ficam cada vez mais
endividadas por causa de coisas fúteis, das quais na grande maioria das
vezes não precisam. Isso sem contar as contas de telefone absurdas graças
aos disques-900 e as BBS, com seus serviços de conversação ao vivo, em
pequena ou longa distância, para amenizar a solidão das pessoas.

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O mercado capitalista, por meio das novas tecnologias de comunicação, nunca se aproveitou tanto da fragilidade humana, fazendo uma espécie de “curativo” de auto - ajuda nas pessoas.

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A tela do computador, com os serviços de chats e com as homepages que vendem mercadorias culturais ou bens de consumo tangíveis e intangíveis, representam, no meu modo de entender, uma vitrina, um segundo conceito de vitrina a partir da criação do universo virtual.

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Na busca de saciar todas essas suas ansiedades atuais, que são resumidas em medos e em falhas psicológicas, o oco do ser humano torna o tudo num todo, no qual a intertextualidade do nada é absorvida por meio da artificialidade da razão.

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Se passássemos a vida inteira querendo buscar e pesquisar tudo, não conseguiríamos: é o fax para mensagens convencionais escritas, é o correio eletrônico para mensagens virtuais do e-mail e são os chats de
discussão e debate. Portanto, se quiséssemos, poderíamos estar as 24 horas do dia ligados física e ou psicologicamente a um meio de comunicação.

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Hoje, o computador já representa, para muitas famílias, o novo cão de estimação, um membro da família, um tipo meio “cyberdog”. Traça-se não só um novo perfil humano de se comunicar e se expressar.

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Temos que enxergar que, neste processo de tecnologia avançada da comunicação, se os interesses públicos chegarem ao fim
ocorrerá também o fim da cidadania, da historia e da memória.

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