Cristiane Neder

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O que precisamos enxergar é que os estudiosos das novas tecnologias de comunicação têm ângulos diferentes de ver a mesma coisa: uns têm a visão de um computador em cada mesa e basta, outros verão que não há tomada para ligar os aparelhos das novas tecnologias de
comunicação sob pontes e viadutos e nem dinheiro para ter acesso a elas, e
que a visão de um futuro melhor para todos não pode ser só essa propaganda
folclórica da Microsoft ou do marketing-mídia.

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É importante, para encontrar o futuro, buscar o passado. Homem sem
memória é homem sem contexto de vida. Para entendermos o que representam as novas tecnologias de comunicação no nosso tempo histórico, temos que, primeiro, traçar perspectivas por meio de fatos e de
acontecimentos do passado e do presente.

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Acontecimentos importantes como a Revolução Industrial, que não só modificou a conjuntura social e política de uma época mas que modificou o mundo inteiro para sempre. Se pensarmos o que representa a
inovação técnica de uma máquina, o fato em si não é tão importante, mas os
resultados e as influências que se sucedem e que servem para alimentar a
história e os casos a serem estudados abordados dentro dela.

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A máquina de tecer, por exemplo, não é problema, mas solução, porque produz mais peças do que as mãos humanas e por menor preço, porque o custo de horas de trabalho em relação ao tempo de produção é menor, mas a produção e os lucros são maiores. O grande problema é que a
máquina, seja ela qual for, é sempre vista como uma ameaça ao homem,
porque ameaça sua rotina, a estabilidade e o conformismo. Enfim, ameaça
furar a placenta na qual o homem está inserido no seu tempo histórico.

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As qualificações técnicas que envolveram o destino da Revolução Industrial hoje envolvem de forma análoga o destino das novas tecnologias de comunicação. Não na questão do mecanismo usado nem tampouco das máquinas agora usadas, muito diferentes as máquinas da Era da Industrialização.

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Toda transformação histórica, toda ruptura de um processo de desenvolvimento para o outro tem como poder de influência formar uma nova conjuntura social e política no mundo. Isso é evidente. O que ainda não
sabemos é como os homens vão se organizar a partir de uma fase de ruptura
para a outra.

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As novas tecnologias de comunicação dos medias estão a serviço da arquitetura da mentalidade capitalista.

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Não obstante, o projeto político que circula na Internet não é diferente da arquitetura ideológica dos meios em geral, pois só há um novo formato e dimensão dentro da rede, mas a capacidade de reprodução da ideologia é tirada de um modelo absorvido dos meios de comunicação, que são costumeiros da sociedade.

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Assim sendo, uma das funções do repertório dos novos meios é abastecer a descrença política com a credibilidade do poder da comunicação, gerada por meio de uma descrença pessoal e não coletiva da sociedade.

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A relação da sociedade dentro e fora da rede, e dentro e fora da tela. As cidades virtuais e os caminhos políticos e sociais que se abrem antes e depois das novas tecnologias de comunicação foram pavimentados dentro do percurso desta dissertação, usando os próprios meios de comunicação como ícones de direção da pesquisa, e as influências que elas podem nos trazer de uma sociedade que se divida entre o real e o irreal tanto no plano social e
político quanto no virtual.

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Foram abordados desde a escala da Revolução Industrial para a Revolução Informacional gerada pós - Guerra Fria, demostrando para qual arquitetura política as novas tecnologias de comunicação estão à serviço, e como a Guerra Fria é feita hoje da mesma maneira espacial, mas de outra
forma dirigida através das novas tecnologias de comunicação, não mais pelos mísseis aéreos, mas pelos satélites e seus retransmissores. E de que a
necessidade de supervisionar hoje é maior do que a de atacar.

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A ONU – Organização das Nações Unidas cumpre muitos bem este papel burocrático de realizar também esta supervisão de forma diplomática. E as novas tecnologias de comunicação, da mesma forma que a
ONU, só vão intervir politicamente à nível global na sociedade quando interesses políticos dos grupos políticos dos dominadores estiverem sendo desfavorecidos, como foi a intervenção da ONU no caso do Timor Leste, porque a Indonésia sempre favoreceu comercialmente os EUA.

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O futuro das novas tecnologias é o futuro sem presente, um futuro somente de técnicas e não de desenvolvimento social, porque os robôs, não tendo memória, jamais poderão também contar e fazer história.

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As influências das novas tecnologias de comunicação deixam o próprio tempo futuro ser sintético e virtual, gerando seu espaço de tempo presencial pela máquina e não
pela vida verdadeira das pessoas, e o mesmo pode acontecer com os líderes
políticos deste tempo futuro imaginário, que poderão estar a responder aos
interesses das mega - corporações de comunicação, do marketing - mídia, das
máquinas e dos computadores e não da sociedade viva como um todo.

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As influências políticas das novas tecnologias de comunicação não são somente influências paralelas. Com o advento das atuais redes de
informação, tornam-se, também, um fator de influência direta na economia, na
sociedade, na cultura e nas identidades nacionais e internacionais das nações.

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Os efeitos da globalização e suas consequências vão desde a comunicação planetária transmitida por satélites, pela Internet e pela TV a cabo, ou por qualquer meio de comunicação que interligue continentes, até as megacorporações empresariais que se interligam a um um sistema político global.

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A relação homem-máquina produz novas sociabilidades e cria novos meios de repercussão e transmutação política que, mesmo em um universo sintético, acabam gerando uma realidade política, embora vinculada ao estado virtual. Isto, porque as relações humanas intermediadas pela técnica acontecem na prática e não são imaginárias, surgindo assim novos ambientes de convivência social, chamados por alguns pensadores de cybersociedade.

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Da cybersociedade surge uma outra forma de se fazer política,
intermediada por um processo tecnológico que interconecta seres humanos
uns com os outros, ao redor de afinidades comuns, pelo convívio em rede, e
que apresenta, como conseqüência, uma nova espécie de coletividade formada
a partir do virtual. Cria-se assim um novo espaço público virtual, fora do espaço
público físico como das praças e ruas.

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A democracia se enferruja dentro das novas tecnologias fazendo com que o debate político se transforme em um ato midiático, não democrático, porque torna mais difícil a organização de sindicatos dentro da rede e não tem como mobilizar massas através da rede. Pode-se até mobilizar pessoas pelo
correio eletrônico, mas isso atinge um pequeno grupo de pessoas, tornando
impossível visualizar este grupo para a opinião pública em geral. Portanto, as
novas tecnologias de comunicação fragmentam a unidade política com um
todo, fortalecendo a individualidade das pessoas na sociedade.

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O ato de trabalhar em casa, à frente de um computador ligado na Internet gera uma nova classe de trabalhadores virtuais que são diferentes dos presenciais, e a respeito dos quais não se sabe se obedecem leis locais do seu país ou leis internacionais que ainda não foram regulamentadas,
acompanhando o desenvolvimento da globalização e das novas tecnologias
de comunicação.

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Além disto, muitas empresas que existem virtualmente mas não presencialmente, criando crises a nível nacional como internacional, não só dos direitos dos trabalhadores como também de obrigações fiscais e comerciais. Estes direitos e obrigações comerciais relacionados às empresas transnacionais, não têm sede própria a não ser num site na rede, o que
corresponde a uma situação jurídica complicada para regulamentar e legalizar
a situação delas.

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Existem cassinos virtuais na Rede Internet em que qualquer pessoa de qualquer país pode jogar, mesmo no Brasil onde, pela constituição, os cassinos são proibidos.
Portanto, a partir da invenção da Internet, existem dois tipos de países também: o legalizado e o ilegal, aquele com fronteiras e aquele sem fronteiras.

Inserida por cristiane_neder

Temos uma crise política real, da realidade
política local que não há como ser transportada para o universo virtual

Inserida por cristiane_neder

Chamamos de política real aquela que é praticada no mundo real; que não é virtual. Mas, a democracia real nem sempre é real, embora aconteça no mundo físico presencial; não é real por circunstâncias e
influências da manipulação do poder financeiro; do marketing, da publicidade
e, principalmente, dos efeitos da mídia sobre a sociedade, que falsifica o real
tornando-o virtual, mesmo dentro da realidade.

Toda a democracia, no sentido político mais abrangente, acaba sendo virtual porque, na realidade, as escolhas e as vontades populares atualmente são manipuladas pelos novos elementos tecnológicos de
comunicação, que acabam exercendo uma ação ideológica que transcende a
tecnológica.

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