César Kaab

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Para os que Virão: Parte X

A desigualdade não é um acidente da história, mas uma escolha repetida. Herdam um mundo onde riqueza, oportunidades e dignidade foram distribuídas como privilégios, não como direitos. Saibam: a justiça não brota por conveniência. Exige ruptura.

Não se enganem com discursos que culpam os pobres por sua pobreza ou glorificam o mérito em um tabuleiro desigual. A luta contra a desigualdade começa quando reconhecemos que ninguém é livre enquanto há pessoas reduzidas a números, corpos descartáveis, vozes abafadas pelo ruído do poder.

Seus antepassados combateram sistemas, mas muitos preferiram negociar migalhas em vez de redistribuir o pão. Não repitam o erro. Sejam radicais: eduquem, redistribuam, desmontem hierarquias. Não basta amenizar sintomas; curem a doença. A terra, o trabalho, o conhecimento tudo deve ser comum.

Desconfiem de quem diz "é assim mesmo". O futuro não é um destino, mas um projeto. Escolham: perpetuar pirâmides ou construir círculos. Lembrem-se: enquanto um existir de joelhos, a humanidade não estará de pé.

A luta é longa, mas a semente da igualdade só germina quando plantada com as mãos sujas de ação.

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Para os que Virão: Parte XI

Se um dia ouvirem que a ciência é “apenas uma opinião”, lembrem-se de nós. Em nossa época, enterramos corpos em valas sem nome, vidas viraram números em gráficos esquecidos. Negaram máscaras, vacinas, evidências. Chamaram o ódio de liberdade e a morte de “gripezinha”. Enquanto o mundo avançava, parte do Brasil afundou em necropolítica, onde o poder escolhia quem merecia respirar.

A ciência não é perfeita, mas é o que nos une contra a escuridão. Ela não é neutra: salva quando a tornamos direito, não privilégio. Negacionismo não foi ignorância, foi projeto. Manipularam medos, venderam desespero, transformaram jalecos em inimigos, e cada dose recusada, cada estudo descreditado, foi uma covardia contra o futuro.

Lutem para que a pesquisa não seja refém de egos ou dogmas, exijam que a saúde não tenha dono. Lembrem-se de que, em 2021, enterramos avós em sacos plásticos e jovens em caixões precários. Não foi só vírus: foi desumanização em escala industrial.

Se a história lhes parecer um pesadelo distante, cuidado. Ela ressurge quando a memória apaga. Protejam os laboratórios, as escolas, os livros. E, acima de tudo, protejam uns aos outros. A ciência que vale a pena é aquela que não deixa ninguém para trás.

Os que sobreviveram para contar.

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Aos que Virão: Não Deixem de Ser Comunistas

Não confundam comunismo com dogmas ou estátuas caídas. É, antes, a recusa eterna à exploração do homem pelo homem. Lembrem-se dos que ousaram: Marx, que desnudou as engrenagens do capital; Lenin, que transformou teoria em revolução, mesmo entre erros; Che Guevara, médico que trocou a bisturi pela guerrilha, buscando curar a América Latina da opressão. Angela Davis, mulher negra que uniu marxismo à luta antirracista. Salvador Allende, morto defendendo a democracia com pão e livros. Thomas Sankara, que em Burkina Faso plantou árvores e ideais anticoloniais. Ho Chi Minh, que expulsou impérios do Vietnã.

Critiquem seus excessos, mas não joguem fora a utopia com a água suja da história. O comunismo não é museu: é horizonte. Enquanto houver um patrão sugando o suor alheio, um favelado sem teto, um indígena sem terra, o comunismo será necessário. Não por fanatismo, mas por justiça.

Aos que herdarão a Terra carbonizada: lutem, mas lutem sem perder a humanidade. O futuro é uma trincheira que exige tanto coração quanto crítica. Não desistam. Reinventem.

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Não Deixem que as Folhas dos Livros se Apaguem

Vocês que chegarão depois, escutem: os livros não são apenas tinta e papel, são ventrículos de mundos que respiraram antes de vocês. Cada página guarda o suor de quem pensou, o tremor de quem duvidou, a coragem de quem imaginou o impossível. São mapas de sonhos e cicatrizes, e seu silêncio é um sussurro ancestral.

Não permitam que a pressa do futuro transforme essas folhas em pó. Cuidado com as telas que brilham, mas não aquecem; com as palavras que voam, mas não criam raízes. A tecnologia pode armazenar dados, mas não sabe traduzir o cheiro de um livro antigo, o peso da história na palma da mão.

Se as folhas se apagarem, seremos órfãos de nós mesmos. Cada livro esquecido é um véu rasgado no espelho da humanidade. Toquem as páginas, sublinhem frases, emprestem histórias. Façam dos livros pontes, não relíquias.

O futuro será árido se enterrarmos a voz dos que vieram antes. Lembrem-se: um mundo que despreza suas narrativas é um mundo que perdeu a alma.

Não carreguem apenas o amanhã nas costas. Carreguem o fogo das palavras. Assim, quando o vento soprar, ele não apagará as folhas apenas as fará dançar.

Inserida por CesarKaabAbdul

Saudade é o eco das preces que não findam.

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Ignorância não é inocência, é cumplicidade.

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Somos feitos do mesmo silêncio que escuta, da tempestade que renasce.

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É luminosa e libertadora a coragem de deixar as prisões que obscurecem nossa essência.

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Três princípios: não aceite tudo quando estiver eufórico; não tome decisões precipitadas quando estiver pressionado; não faça promessas quando estiver exausto.

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Para cada milhares que se ocupam em podar os galhos do mal sob a luz do dia, talvez exista um que, na escuridão do subsolo, enfrenta o labirinto de raízes venenosas pois enxergar a origem das trevas exige mais do que coragem: exige a loucura de questionar até que solo nascemos.

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"Prata que Ilumina: Raízes do Tempo"

Os cabelos brancos não são apenas marcas do passar dos anos, mas fios de prata tecidos pela vida. Cada um carrega histórias silenciosas: noites em claro, amores perdidos, triunfos discretos, feridas transformadas em cicatrizes luminosas. São mapas ancestrais que guiam os passos dos que ainda não sabem que a estrada é feita de quedas e recomeços.

Os mais jovens, ágeis na inquietude, devem aprender a ouvir o sussurro dessas crinas prateadas. Não é submissão, mas reverência à sabedoria que não se encontra em livros ou telas está nos gestos calmos, nas pausas entre as palavras, na coragem de sorrir mesmo quando o mundo pesa. Cada fio branco é um verso de um poema que ensina: a verdadeira força mora na resistência suave, como o rio que esculpe a rocha sem pressa.

Respeitar os mais velhos é honrar a própria origem. Eles são as raízes que sustentam as asas dos novos sonhos. Afinal, um dia, a prata também coroará os que hoje correm, e então entenderão: o tempo não apaga, ilumina.

Inserida por cesar_kaab_muslim