Carolina Bensino
Não me importo quando aconteça, desde que seja no meu tempo. Não sinto muito frio, mas me agasalho sempre. Não gosto de dormir sozinha, mas odeio ter que dividir o espaço da cama. Não consigo amar loucamente, sem antes detestar bastante. Nunca me apaixono à primeira vista, é sempre à segunda, terceira... Da última vez foi lá pela sétima. E durou apenas um final de semana depois disso, mas me custou treze reais de fast food e uma caixa de bombom. Saiu caro para um amor de um fim de semana e doloroso também... Mas nada que o tédio da segunda-feira não me tenha feito esquecer. Não sou muito constante, sou complicada, pouco equilibrada e tenho o péssimo hábito de revidar insultos e gritos. Não gosto de novelas e nem da areia da praia grudando nas pernas. Mentira, amo praia e só me irrito com a areia grudando nos dez minutos inicias, depois até esqueço. Gosto de banhos gelados pela manhã, é bom para curar ressacas de paixões contingentes da noite anterior. Sou indecisa, insegura nem tanto, meu problema é agradar. Odeio agradar sempre. Fico sempre com aquela sensação de falso comodismo, de que tem algo errado, afinal ninguém pode concordar sempre com tudo o que eu digo ou faço. Sou irritante, e na maioria das vezes, propositalmente. Gosto de carinhos fortes e de barba mal-feita. Gosto de estrelas e acredito em horóscopo. Pés e noites frias me aquietam com facilidade, eu gosto do frio. Porém, café e amor, só quentes.
Irmão... Relação irônica, inquietada entre amor e ódio. Às vezes mataria por ele, outras muitas vezes morreria por ele, e mais vezes ainda, mataria a ele. E isso sim é amor, é essa mistura de sentimentos que tenho por ele, que se confundem em dois terços de segundo, onde vou de um beijo doce a uma mordida forte na sua bochecha. Amo sempre, não o suporto algumas vezes do dia. E mesmo quando não o suporto, não o deixo de amar. Isso sim é amor, e nós dois somos para sempre. Para sempre e mais seis meses.
Não é carência. Carência se cura com qualquer companhia, qualquer abraço, qualquer colo. Minha carência é particularizada, é carência de você.
Sabe aquela história do anjinho e do diabinho falando no canto do ouvido? Pois é, meu anjinho é mudo.
Claro que pode ser amor. Mas pode ser só mais um capricho também. E me conhecendo do jeito que conheço, é mais provável que seja o segundo.
Esqueço pessoas mais rápido do que aprendo a amá-las. Faz bem pra minha autoestima, alimenta meu amor-próprio... Mas maltrata corações alheios.
Sou uma mistura de um conto de fadas, talvez seja por isso que nada que é real comigo dá certo. Tenho coração mole de donzela, alma livre de príncipe e personalidade forte de dragão.
A paixão é um sentimentozinho mau-caráter, não é? Aparece do nada e às vezes, sem mais, nem menos, puff - desaparece! E o pior, nem pra dar um aviso prévio pra gente pelo menos ter tempo de avisar àquela pessoa que a paixão foi embora. Ela simplesmente some sem dar explicações (ou se preocupar com as que você vai ter que dar pra explicar o sumiço dela). E aí quando você se acostuma com a ideia de que ela foi embora, a filha da mãe volta. É, ela volta. E se dá na telha, depois de um tempo, some de novo. Odeio essa inconstância da paixão, por isso prefiro o amor. Ele fica, permanece… E não vai embora. Se afasta um pouco, dá um gelo, até me maltrata às vezes, mas fica.
Alguns homens não entendem quando as mulheres mudam, quando param de atender, quando param de se importar. Mas é que às vezes cansa ser princesa doce e a aí a gente quer ser bruxa, megera... Morder a maça envenenada, trocar o sapatinho de cristal por Louboutin, judiar dos setes anões, botar o príncipe pra dormir e tacar fogo no castelo. E depois disso ainda sair com o lobo mau.
Nada contra amores platônicos, mas o problema em amar platonicamente, é que, às vezes, você esquece de se amar para amar o outro.
Antes de ir, ele enumerou meus defeitos: "Orgulhosa, prepotente e impossível!" - gritou. E eu no fundo, meio que inconscientemente, concordei. Sou até meio inexistente mesmo pro mundinho dele, mas sou algo que ele não foi... Corajosa o suficiente para não o abandonar.
Nem as mais lindas palavras de amor seriam aptas a descrever o que sinto por você. Eu te amo, pra sempre. Aliás, pra sempre não! Pra sempre é muito fantasioso. Quero que esse amor, que nós dois, sejamos pra nunca. Pra nunca separar, pra nunca haver igual, pra nunca comparar, pra nunca ter fim.
A família pode te desapontar às vezes. Sua mãe pode te deixar chateada e seu pai pode se esforçar ao máximo para ser o mais chato possível na frente do seu novo namorado. Seus irmãos vão sempre mexer nas suas coisas, sumir com elas então nem se fala. Mas eles são da sua família, seu sangue, seu DNA, seu peso. Um peso que Deus só colocou na sua vida porque ele sabia que você merecia. E que eles te mereciam também, porque se tem alguém mais chato e difícil de suportar do que os seus irmãos, sua mãe e seu pai, só você mesmo.
Você já se perguntou o que pode estar faltando no seu dia para que ele seja inesquecível? Uma surpresa? Um encontro? Uma notícia? Um presente? Algo que marque o seu hoje como algo maravilhosamente perfeito? Com certeza sim, não é? Mas você já se questionou o que você pode fazer para que ele se torne inesquecível? Afinal, se é você quem decide o que é ou não memorável, ninguém melhor do que você mesmo para fazer com que isso aconteça. Não espere surpresas, surpreenda a si mesmo, buscando algo novo, tentando algo o qual você temia ou lhe faltava incentivo. Incentive-se a você mesmo! Seja o seu maior incentivo! Aliás, seja o único! Não espere precisar de ninguém para que o seu dia, o seu momento, enfim, a sua vida seja melhor ou inesquecível, faça você o seu presente, o seu hoje. Seja a peça principal do seu quebra-cabeça, não espere atitudes vindas de ninguém para que você se sinta melhor. Se quiser fazer, faça. Se não quiser, deixe pra lá. Não atenda a pressões e muito menos a chantagens. E lembre-se: na história da sua vida, você é o personagem principal, seja ele o mocinho, o bandido ou a donzela em perigo.
Um dia a gente aprende que as pessoas decepcionam. Que nem todo "eu te amo" é sincero. Que a saudade que sentimos de algumas pessoas fica pra sempre, mesmo que elas não fiquem. Um dia a gente aprende que perdoar não significa esquecer, mas que deveria. Que nenhum sentimento é tão ruim quanto o de culpa. E que é melhor se decepcionar três mil vezes com a mesma pessoa do que viver achando que deveria ter tentado mais uma única vez. Um dia a gente aprende a diferença entre amor e paixão. Não em textos, na carne, mesmo. Um dia a gente aprende que despedidas e mudanças são necessárias e que a frase mais ignorante que um ser humano pode usar é "Eu nunca vou mudar, quem quiser que me aceite assim!". Não se aceite assim. Esteja aberto a mudanças, reconheça seus erros, melhore-os. Um dia a gente aprende que em uma discussão, ou ficamos com a razão ou com a paz. Que nem todos os homens são iguais e que nem todas as mulheres são frágeis. Um dia a gente aprende que não devemos depositar a responsabilidade da nossa felicidade em outra pessoa. Que ouvir é necessário. Que palavras magoam, às vezes, mais do que algumas atitudes. Um dia a gente aprende a respeitar e a lidar com os medos, inseguranças e defeitos de quem amamos, e que ninguém e nada nesse mundo é perfeito ou isento de cometer erros. Um dia a gente aprende que planos dão errado. Que o nosso destino não nos pertence e que ninguém vive o suficiente para aprender tudo.
Você não pode dizer que me ama e ir embora logo em seguida, não existe “eu te amo” de despedida, um “eu te amo” sempre fica.
