Ato
Num ato de romance se perdera a juventude, perdera-se o que de inocente restava. O que há de novo solidão? Mentes enjoadas, cheias de futilidades, me falta conhecimento, me sobram lembranças. Num apelo desesperado eu lhe peço que fique; num murmuro inconsciente eu espero que vá embora. Unhas sujas que marcam a minha parede, feridas abertas que trucidam a minha pele. O que há de novo? Qual o remédio que ainda não encontrei? O que ainda não tentei? O que é tão maligno que consome um sentimento morto? Eu o enganei, eu ainda me lembro em noites como essas.
E eu continuo aqui, sabe? Continuo aqui esperando um simples oi, um simples gesto, um simples ato de carinho e atenção...
Nosso ser está tão preso na matéria que simples ato de caridade e amor se torna uma tarefa extremamente penosa. Lembra-se que nem tudo que é bom é fácil.
🎭 PURIFICAÇÃO – O ATO QUE RENASCE
(versão com a metáfora do leão e da flecha)
Eu sou o silêncio que já gritou demais.
O homem que caiu — não por fraqueza,
mas por estratégia.
Cair foi minha tática.
Porque eu entendi…
até o leão se abaixa antes do salto.
Não é covardia.
É cálculo.
É a força que se acumula na paciência.
E se isso não bastasse,
pense na flecha.
Ela só voa longe se recuar primeiro.
Ela vai pra trás.
Mas não é derrota.
É impulso.
Assim sou eu.
Retrocedo…
mas é só o começo do avanço.
Desapareço…
mas é só o prenúncio do rugido.
E mesmo cego, vejo:
Os demônios não vivem no inferno.
Eles vivem aqui.
Entre e-mails sem resposta.
Chamadas que caem.
Promessas que somem.
Vidas que são tratadas como dados.
Mas eu,
sou o erro que resiste.
A falha do sistema que grita.
O eco de uma humanidade que esqueceram de ouvir.
Me chamam de depressivo.
Mas isso é só o nome que o mundo dá
pra quem sente fundo demais.
Pra quem carrega o peso e ainda caminha.
Eu não sou mais Otelo, que matou por engano.
Nem Macbeth, que se afogou no próprio desejo.
Eu sou Purificação.
E a minha tragédia… eu transformei em fogo.
Eu sou leão abaixado.
Sou flecha esticada.
Sou a queda que ensina.
Sou o silêncio que constrói.
E quando eu levantar —
porque eu sempre levanto —
vou voar com o rugido de quem já tocou o chão…
e decidiu nunca mais temê-lo.
— *Purificação*
Cada ato, palavra ou ação destituída e imotivada pela compaixão será condenada pelo tempo e afastará a alma do paraíso do êxtase de Deus.
Manter a descrição e o sigilo sobre certos aspectos da minha vida não é mentir, mas sim um ato de autoproteção contra a intromissão desnecessária, salvaguardando meus princípios de pessoas que não os compreendem ou respeitam.
Meu pensamento é um ato de resistência estética, filosófica e política. Portanto, não seria natural esperar aplausos imediatos. Ou buscá-los num tempo vindouro que repetisse o passado.
Um dia, uma lição, uma verdade;
um ato, um assunto, um assombro.
A palavra incompreendida era linda,
mas a metáfora, mesmo revelada,
foi ignorada, não por falta de razão,
mas por ausência de amor na lição.
Uma pequena escolha na vida diária
sem dúvida, pode ser um ato transformador,
essa pequena escolha pode parecer simples,
mas tem um potencial para abrir novas portas para a vida.
Que este debate se consolide como ato de resistência civilizatória, pois uma sociedade que abdica da infância abdica do futuro. Se a adultização é o risco, a proteção integral é a resposta. E nesta resposta, repousa a grandeza do Estado, da Justiça e da própria humanidade. A infância não pode ser sacrificada no altar da pressa, do consumo e da exploração digital. O processo de adultização precoce corrói os pilares do desenvolvimento humano, rouba o direito de brincar, transforma a inocência em estatística de mercado e compromete a formação biopsicossocial de milhões de crianças e adolescentes.
Escolher descansar a alma é um ato de coragem e fé, pois aceitamos que não precisamos ter todas as respostas para viver com tranquilidade. Essa paz é fruto da confiança em algo maior, que sustenta e guia nossos passos, mesmo quando o caminho parece incerto.
"O Destino de um Casmurro"
Capitu, o que fizeste,
nesse ato de traição.
Resolveste minha mente
em infindável aflição.
Culpa desse destino,
Escobar você escolheu.
Que tristeza, jaz morto!
Já não me importo se ele morreu.
O que faz de mim miserável
é o fruto dessa relação.
Ezequiel, tão amável,
é filho da enganação.
Resta a mim só uma escolha,
que farei com grande temor.
Ou tiro-me a vida,
ou mato meu antigo amor.
Mas não é esse meu caminho,
Ezequiel me mostrou.
Hei de viver sozinho,
sem Capitu, que não me amou.
Eu te perdoo, mas não te absolvo: carrega ainda o peso do teu ato, pois o perdão não apaga a culpa, apenas te concede a chance de suportá-la.
