As Palavras Ditas em um Momento de Raiva

ASÉ FÉ

Laroyê bará
Abra caminho tranquilo pr'eu passar
Sopra vento, Oyá
Levai-me corpo y alma
Eparrey: Queira qu'eu
Esteja onde puder estar
Kaô Kabecilê
Justiça y martelo firme
Em dias de se padecer

QUE PENA

Uma pena só: que pena!
Fragmento de liberdade
Fruto maduro da asa branca que
Por falta d'água
bateu em nuvens carregadas
y fez
Lufadas pra
Minha saudade
Voar

NÃO VÁ!

Vem, vá com o sol
Vem, vá com o mar
Vem, vá com Deus
Vá, com quem te levar

Vem, vá com o sol
Vem, vá com o mar
Vem, vá com Deus
Vá com quem te levar

''Bora'' sorrir ! Problemas são constantes, Felicidade e dádiva para poucos !

É difícil fazer algumas escolhas, mas se você não fizer as suas, a vida vai fazer por você, e quando isso acontecer, você não terá o direito de reclamar por ter deixado suas escolhas em uma mão que não foi a sua.

A vida é uma doença terminal, enquanto alguns procuram remédios para adiar o inevitável, outros aceitam o destino, e procuram meios para aproveitar cada momento até o final.

Chega-se o dia em que o risco de se afastar de quem se ama é mais dolorido do que o risco de florescer.

Vou cantar minha canção da morte e morrer como um guerreiro que volta para casa.

RAN(CORES)

Toda saudade
Vira edema
Em pele
De amores
Tatuáveis

A poesia é o meu selfie.

CABIDE

"Vá ao cabide, pendure a tua espinha dorsal. Entre estar vestido de trapos ou de nobres tecidos - mas cheio de entrelinhas -, fique despido e exibindo, somente para o espelho que não existe, as pobres curvas do hiato remendado."

BRECHA

Já tem é tempo
Que eu sumi das brechas
Se quiser me ver
Tem de ser na flama da pele
E vir com o coldre
Sem flechas
Sem pressa
Sem volta

MÉTODO

Meu coração
Mandou lhe dizer
Que não se enquadra
Nas normas técnicas
Dessa tal de ABNT

CRU

Nem assim
Nem assado
Eu quero é cru
E pronto

ALFA(F)ETO

Quem colocou as letras
Em ordem
Metodizando a distância do "A" ao "Z"
Por favor me ajude
Pois pra esse amor
Eu não sei mais
O que dizer

LIVR( )

"Se Deus me livrar, eu viro livro!"

FÉ NA CIDADE

A felicidade
Do meu povo
Está estampada
Em sacolas
De sorrisos
Biodegradáveis

FUTURO DE ALUGUEL

Me diga qual é o preço
Para morar no futuro
Que é pra ver se eu parto
Ou continuo com tudo
Me diga quanto quanto é
Já faz tempo
Eu estou pronto
Se custar mais alguns dias
Vou nem que seja
Pra alugar

BRINCO

"Meu bem, não conte pra ninguém: se eu brincar em sua orelha, viro brinco - ou refém".

"Para o sim e para o não: chão..."