Arrancar do meu Peito
Quando o peito aperta até sufocar, Ele não só vira abrigo, mas sussurra a paz e sincroniza o ritmo da minha respiração.
Quando a vida contrai e sufoca, a fé em Seu amor dilata o peito e me impele, irresistivelmente, a continuar.
A tragédia íntima nunca é fotografada para a posteridade, aquele momento exato em que o peito se transforma em zona de guerra sísmica, onde o coração não pulsa, mas sim explode em mil estilhaços contra as paredes da carne, é um espetáculo reservado apenas para o sofredor e, talvez, para a entidade maior que nos assiste do alto, as palavras que hoje soam como testemunho de vitória nasceram da gagueira desesperada de quem acreditava ter chegado ao ponto final irreversível, onde o único horizonte visível era o negrume denso da ausência total de saída, um beco escuro com a placa de "Fim da Linha" piscando incessantemente.
O coração que ameaçava explodir no peito era o alarme sísmico do teu limite, o grito final de um corpo que não suportava mais o peso da mentira social de que "estava tudo bem", esse terremoto interno foi o que pavimentou a estrada para o Encontro, pois a rendição total é o único passaporte válido para a intervenção divina, não foi a tua força que o trouxe, mas sim a qualidade devastadora da tua fraqueza, um paradoxo sagrado onde a perda completa de controle se torna o portal de entrada para a Graça reordenadora.
Você carrega mundos no peito, e ainda assim continua. Isso é resistência pura. É a prova de que você nasceu para mais.
O amor verdadeiro não sufoca, ele expande, ele abre espaço dentro do peito, e transforma feridas em
janelas, quem ama cura.
Desça à caverna sombria e abrace o pequeno náufrago que ainda treme em seu peito, a cura é o ato primal de autopiedade feroz, o afeto que, negado, cria a ferida e, oferecido, a estanca.
O mundo lhe oferece mapas falsos e destinos impostos, mas a bússola de carne reside no peito, ignore a cartografia externa e siga o ímã silencioso do seu centro, o único ponto onde a paz tem endereço.
Puxe o ar até o fundo da alma, que o caos ululante do mundo seja um som distante, pois seu peito é um santuário autônomo onde a tempestade externa não tem permissão para entrar.
Falar de amor virou ato de contrabando entre a dureza do mundo. Levo-o escondido no peito como quem leva pérolas em bolsos rasgados. Quando entrego, minhas mãos tremem, não por medo de perder, mas por saber que a dádiva pode curar lugares onde o sol não entrou.
"Quem ama de verdade não dorme tranquilo sabendo que deixou um nó no seu peito; o afeto real tem urgência em desfazer mal-entendidos."
O espinho da Rosa
Sonhei amar a rosa rubra,
a rosa em febre, a rosa em flor.
A desejei de peito aberto,
sem reservas, com fervor.
Ansiei a sua beleza,
o seu perfume inebriante,
e o seu corpo... sem pudor.
Vivi mares, sonhei luares,
me embriaguei na madrugada,
até que a alegria, bailarina,
quebrou o salto na estrada.
E os risos — ah, que risos —
que um dia foram violinos,
viraram notas perdidas,
ecoando os meus desatinos…
Sonhei felicidade plena,
mãos dadas como um poema,
um mundo inteiro em harmonia.
Mas a utopia, tão leve,
voou como ave de neve
e sumiu da minha melodia.
Fiquei só com o silêncio,
e um céu que não respondia.
Tudo que tentei fazer
se perdeu ao puro vento;
a vida é harpa do tempo,
toca o que quer, sem intento.
Agora deixo a noite ir
e o vento ser o que faz.
Já quis tudo, em tom maior;
hoje eu só quero paz...
Espinhos não quero mais.
Jaques Dalbor
Se o que as coisas que você faz é considerada atitudes de um monstro, então bata no peito com honra e respeito, e fale: eu não sou um monstro, sou o próprio demônio.
"De peito estufado segui, de certeza era o caminho certo, sem duvidar segui, o sinal estava aberto."
Um sentimento sem volta
Passa dia
Passa hora
Vida passa
E não demora
Angustia no peito transborda
Que chegou e esqueceu de ir embora
