Apologia
Autorretrato
Faço apologia do inútil,
fomento as desimportâncias.
Não vivo sobrevivo apenas com o indispensável.
O sonho e a loucura são essenciais.
Faço oposição ao não amor.
O oposto do amor não é ódio, é indiferença.
Numa sociedade indiferente,
prefiro ser o antônimo.
Minhas palavras descalçam-se
em chão fértil de miudezas,
onde o desimportante vira raiz.
Sem pressa, sem aprisionar o tempo,
sigo plantando o improvável.
Combato o óbvio,
a pobreza da descrição cheia de certezas turvas,
com um segundo olhar.
Troco o fato pela frase,
para abortar extremistas e ditadores.
Economizo a informação,
aumentando o encantamento.
É o jeito que encontrei
de revisitar o Éden.
Utopia ajuizada não é utopia.
Penso que, melhor do que uma verdade escrita,
é uma beleza bem contada.
Defender a ética e a retidão sem praticá-las é genuína hipocrisia. Condenar a ética e a retidão só porque não as pratica é apologia à corrupção.
Te aconselho a amar,
E que entenda o que é tal
Mas que não se confunda com se apaixonar,
Ou serás mais um ser normal
O ódio é uma corrente que cresce e se fortalece à medida que aderimos a ele. Rompa essa corrente, não seja mais um elo que contribui para o seu crescimento, não faça apologia a ele, não permita que o mal se propague.
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