Apagar a minha Estrela
No décimo segundo dia do ano
em Rodeio
No décimo segundo dia do ano
na minha cidade de Rodeio
que fica no Médio Vale do Itajaí,
Estou pensando em ti
e em tudo aquilo que nos põe
no mesmo trilho e no amor
que nos surpreendeu no destino.
Poesias matutinas para Rodeio
Cobrir a minha cidade de Rodeio
com poesias matutinas
para o canto da passarada
com afeto agradecer,
por este dia de céu azul
me inspirar e por ter
você no meu peito para amar:
Não canso por dois de sonhar.
Pescador de Rios
Navegando pelos rios
poéticos com toda
a minha Humanidade,
Que nos mantém
sempre limpos,
que saciam a sede
e que nos dão peixes,
Sobre a gratidão reflito
e sobre a sobrevivência
do pescador que vive
do que o rio concede
e muitos não veem,
A agonia coloquei
no coração porque
mesmo longe dele
os meus olhos veem
e o meu coração
também percebe
imensamente porque
sem a bênção do rio
eu também não vivo.
No décimo sétimo dia do ano em Rodeio
No décimo sétimo dia do ano
na minha amada Rodeio,
Embalo a poesia sonora
do canto dos pássaros
que tornam sempre
os meus passos felizes
e serenos rumo aos teus.
É noite ancestral de Lua
do resiliente Lobo-Guará,
a tua boca vadia pela
minha ainda não está
com beijos de guaraná.
Destino fatal sem avisar
que cortejou os ponteiros
do tempo das Américas
para dançar na escuridão,
quero colo e o teu coração.
É noite paranormal de Lua
em ares sinistros de rua
vazia e silêncio estranho,
mas pensar no envolvente
e tão lindo olhar castanho:
distrai e me põe no colo.
No rio suspenso da noite
o girino cósmico desafiou
as vitórias régias do céu
da nossa América do Sul,
o atroz e o mundo nos parou.
De ti não vou desistir
mesmo sem previsão
do que possa acontecer,
pelo siderado condão
mais do que deveria ser:
indômita em inundação.
Nesta nossa
Pátria do Condor
reitero sempre
a minha total
responsabilidade
por cada linha,
possível engano
ou registro de dor:
Muitos nadando
afogados nesta
caixa de Pandora,
que até agora
vem gritando
que nada tem.
Assim minh'alma
vem chorando,
sangrando e com
o povo se enterrando
em vala comum
em Manaós e remando
onde preciso for,
indo pelos arredores.
Muitos estão voltando
para casa e sendo
mal recebidos
por quem lê a Bíblia
e ignora que deste
mundo somos
todos peregrinos,
já era tempo esta
lição terem aprendido.
Vigio fixa a tragédia
autoritária que
da mais frágil filha
de Bolívar tem
desarticulado líderes,
calando vozes,
prendendo a quem
ao povo oferta frutas
e levando a infância
ao suicídio por fome,
por culpa de uma
rastejante autoproclamada.
Expectadora de tudo
o quê tem passado
em nossas vidas
venho querendo saber
sobre a injustiça que
levou um General
à injusta prisão,
e pedindo por ele
e por toda a tropa
de uma Pátria
que não é a minha
a reconciliação
que só ela é capaz de trazer a libertação.
Em alto e perpétuo
tom denunciarei
tudo o quê estão
fazendo conosco
desde essa minha
Capitania de Santana
às avessas onde
a vida de todos
segue mortífera e lenta:
A minha, a sua,
a nossa Abya Yala
nasceu livre,
Flor nativa em
rebelião sou assumida.
Fizeram dela terra
de pesadelos
e de massacres
até a luz do dia
e outros silenciosos,
Daqui na pouco
esquecem que
as Malvinas
são da Argentina:
Assim sou mais
uma flor nativa em rebelião
que roubaram tudo.
Roubaram tanto que
roubaram até o meu medo
do jeito pregado pelo
ancestral indígena adágio,
Roubaram a democracia
e a saída do mar para a Bolívia,
Há flores nativas entre
as sessenta e sete vozes
em perigo de silenciação
por processos em abreviação,
A impunidade há pouco
mais de cinco meses
do massacre de Senkata
permanece espargindo
à todos o seu letal veneno,
e Yapacaní e Sacaba
que o digam: o mesmo
fantasma agarrado no Governo.
O preço do petróleo caiu
e foi levado abaixo de zero,
Não quero pensar o pior
para os nossos destinos,
com tudo isso que vem
acontecendo ainda insisto,
porque é verdade:
que o Sol da Venezuela
é no Esequibo que ele nasce.
Aguardo notícias de liberdade
do General que ainda
está preso injustamente,
e minha franca torcida
vem sendo repartida
entre outros como ele
que são presos de consciência;
não entendo e ninguém entende
o porquê a justiça não alcança
nunca autoproclamado demente.
Há por aqui nesta
minha terra um
museu de grandes
novidades que foi
previsto pelo poeta,
Estamos sentindo
como ele pesa
em nossas carnes.
De tanto extremismo
todo o dia vigiar
os meus olhos
andam exaustos
por sobrevivência
neste momento
que buscar a calma
é a urgência
até a curva abaixar
na América Latina
e pelo mundo afora.
Falta ainda muita
serenidade
na minha terra
e por todo o lado,
Quem está sofrendo
mais os efeitos
é quem está
menos capitalizado.
Falta clareza para
uns discernirem
aquilo que não é
furar o isolamento
para abusos não
virarem uma onda
popular de tormento
por toda a região,
e para vir aumentar
o sofrimento e a dor
da nossa população.
Ninguém suporta
mais aturar o peso
de tramas, bloqueios
e falta de paz,
Que por aqui querem
que aceitemos como
conviver com eles
como normais fossem.
Ainda estou nos panos
roxos das janelas
frontais colombianas
morrendo de medo,
fome e de desgosto
por este sofrido povo;
E na força da minha
gente das favelas
desinfetando caminhos
e auxiliando como
irmãos o povo do asfalto.
Vendo tudo por uma tela,
contando histórias
de sobrevivência,
a espera da liberdade
de gente que abraçou
de maneira heróica
a própria consciência:
Uma tropa e um General
preso há mais de dois anos
(injustificadamente),
uns como ele que presos
jamais deveriam ter sido,
e não devem continuar
porque criticar nada
tem a ver com desestabilizar.
Virou rotina ser confundida
como ativista porque
a minha mística, letras e rimas
caminham com os povos,
erguem bandeiras,
escalam fortalezas
atravessam as grades
de penitenciárias
de segurança máxima
e estão presentes nos apertos
de mãos entre tropas
de todas as fronteiras,...
Não tenho o quê esconder:
apenas sou mais uma voz
dentre tantos outros poetas
das nossas Américas,
Sou mais uma que escreve
aos ventos que
correm pelo meu país
onde as cidades
voltaram a ser feudos
e os Estados a ser capitanias;
Por aqui atiraram a nossa
sagrada unidade pela janela,
e ninguém mais sabe chegar
a um comum acordo nesta terra,
Em mil partes me divido
pelo continente para mostrar
que na Bolívia e por tantos
outros lugares vozes
podem ser silenciadas
rapidamente muito mais
que sessenta e sete vezes,...
A cada instante por cada
preso político seja no
Chile silencioso ou por
quem precisar uma
prece todo o dia elevo
e poemas para tropas
escrevo e notícias
de liberdade para um
General que foi preso
inocente ainda espero,
porque alguém
haverá de surgir
e toda esta gente libertar.
Numa porção da minha
terra que anda enamorada
do autoritarismo por todos
os lados já até tem lei
proibindo cachorro de latir.
Todo o dia a nossa lucidez
está sendo danificada.
Não há como descrever
o quê vem ocorrendo
nesta Pátria do Condor,
o General e revolucionários
estão presos injustamente.
A inocência segue insultada.
A liberdade que para uns
foi concedida de forma
seletiva cento e dez vezes,
ela não alcançou militares,
policiais e petroleiros.
A inocência segue sem
descanso castigada.
As perguntas de todos são
as mesmas que as minhas,
há muita gente desaparecida,
houve até subtração de sigla,
e não é mais surpresa a falta de justiça.
Por aqui todos
os poemas
são de minha
responsabilidade,
Mas sozinha
para escrever
creio que
não teria
essa capacidade:
de trazer
à tona frutos
de histórias
que comovem
e me trazem
impressões
transcendentais.
A orquestra
da diáspora
venezuelana
tocou uma
canção que
escorreu pelos
meus olhos:
ela é debutante.
Aprende que
qualquer pedido
só é ouvido com
a delicadeza
necessária
para entrar
no coração
que é
o universo
do outro,
Do General
injustamente preso
e desaparecido
e de cada um
na mesma
condição:
quero fé
de vida
porque tempo
mais não há
para que
seja despacito.
A pergunta não é minha:
"Ruído de sabres?"
Não me arrisco em afirmar,
Dizem que suspenderam
a parada militar;
Preferia ouvir
brados de liberdades,
Serão 3 meses de agonia.
Com as marcas
nos corpos dos sete
comandantes torturados,
Ao redor de mim estão
presentes os caídos,
Serão 3 meses de agonia.
O oficial com o melhor
rendimento acadêmico
recebeu como prêmio
o seu desaparecimento,
Serão 3 meses de agonia.
Mais mil historias também
por sebastianas letras,
Desta estrela na escuridão
me aproprio do brilho,
Para que você
não se esqueça:
Mais uma obra de arte
do Inferno de cinco letras,
Serão 3 meses de agonia.
E pelo General preso
injustamente sigo
insistentemente a procurar,
Serão mais 3 meses de agonia:
por quem está desaparecido
pelas mãos que tinham
o dever de notícias dele dar,
E nem sequer por um dia
aprisionar e tampouco isolar,
Serão três mais meses de agonia.
Benedito Novo da minha vida,
os teus ribeirões e cachoeiras
valem mais do que meu poemas.
Benedito Novo cheia de belezas,
do africano que buscou a liberdade
assim sagrou-se com nome e mística.
Benedito Novo do meu peito,
amo os teus sabores postos na mesa
e a tua força de encontrar jeito.
Benedito Novo imensa e repartida
com Doutor Pedrinho,
não há quem não louve esta honraria.
Benedito Novo, cidade gentil,
a tua gente ergueu cidade preciosa
no Médio Vale do Itajaí deste Brasil.
Neste mundo
que a guerra
pertence só
a política,
A minha prece
caminha com
os Generais
que não sei
onde estão,
Mas que desejam
viver no mundo
em plena paz;
Só de saber que
eles existem
uma alegria
toma conta
com a mesma
intensidade
da alma sublime
de uma borboleta.
O General está
desaparecido,
Não sei nem
mais quantas
vezes reclamar
até ser atendida;
Não gostaria
de seguir
sendo repetitiva,
Acontece que
não estou me
sentindo ouvida.
Quem deseja pedir,
não faz crítica,
Porque tem gente
que é oportunista,
Se for criticar não
peça para não dar
vazão a tirania;
Não alimente um
clima de tensão,
e nem de vilania,
Não importa o quê
de mim você pense,
Pago o preço pela
minha franqueza.
Minha Suramérica,
és amada donzela,
Vítima imolada
por conspirações
e de mil traições
te fizeram terra;
E nos calabouços
da inconformação,
Insisto em lamentar:
O General retirado
da minha Nação,
Reverberou
inacreditável
em prisão perpétua.
Peço neste sentido
e que daqui para
frente nem próximo
disso se assemelhe
ou mais aconteça,
Precisamos que
a paz permaneça.
A Carta Magna
é regente máxima
da nossa orquestra
e bússola maior,
Contra a minha
cara não adianta
levantar a destra,
Nasci patriota
e latinoamericana,
Pela minha Pátria
sempre darei
o quê há de melhor;
E me divido com
as Irmãs do General
que foi preso
injustamente e são
da Pátria vizinha
que há quase
cinquenta dias
não recebem notícias.
Poema-canção
de mais de um ano,
Espero que o General
esteja vivo e receba
os direitos garantidos,
Não sofra mais
nenhum 'engano':
A imprensa fala
que ele está recluso
em Fuerte Tiuna,
E agora sobre onde
ele está não se sabe
mais verdade alguma.
Monte Carlo
Meu Espinilho do peito,
Campina do Leite
da minha vida
e Fita Pisani adorada,
foram os teus nomes
até ser eleito Monte Carlo
da minha poesia
em homenagem
a uma corajosa viagem.
Caminho sublime
para os jesuítas,
para os apoiadores
do Monge e base
para a Guerra do Contestado,
Sublime joia do Oeste Catarinense
que tem o meu coração apaixonado.
Meu Butiá da memória
próxima a Taquaruçu da trajetória,
e dotada de muita História
para contar coberta araucárias
do nosso destino
e imbuias ancestrais.
A tua gente Kaigang e Xokleng
desta memória gentil
que lembra destes e de outros
povos originários do nosso Brasil,
honrando todos eles nos poemas.
Por tudo o quê fostes,
és e para sempre na vida será,
Monte Carlo amada,
a tua glória desbravadora
e a tua existência poema,
para sempre a tua gente toda
amável e batalhadora
para sempre se orgulhará.
A minha poesia é feita
desta América do Sul
profunda que recorda
os presos da revolta,
os presos políticos mapuches,
E que seguem presos
uma tropa e um General,
todos presos por pensar
diferente neste mundo desigual.
Nem por um instante
não há como fingir
que nada está acontecendo,
se não houver misericórdia
o Tenente Coronel em greve
de fome vai acabar morrendo.
As flores do jardim
do tempo vem se alternando
e nada vem mudando
neste continente e região,
Há presos de consciência
em Cuba e na Nicarágua
em brutal situação,
não consigo fingir que não.
Em mim estão todos
os signos e o brio de não
compactuar com o silêncio,
não há como se calar
enquanto houver presos
por crimes de pensamento.
Como os Reis Magos
visitaram o Senhor Menino
na abençoada Belém,
Que minha letras visitem
os corações de todos vocês.
Peço e insisto pela liberdade
da tropa e do General
que por todos eles persisto,
e como poeta jamais
desisto da História recordar.
O ouro do encontro,
do diálogo e da reconciliação,
é o quê desejo que haja
com os presos de consciência
de todo o meu coração.
O incenso da pacificação
seja renovado e perene
como oferta ao Pai
com os presos de consciência
em verdade e liberdade.
A mirra venha perfumar
as vossas mãos ao decidirem
libertar os presos de consciência
e a voltar a pensar no melhor
destino para si e para toda a Nação.
Como poetisa de muitas luas
fundei a minha pátria
na América do Sul profunda
onde só no teu coração
tenho a mais doce morada,
e tua alma só ficará sossegada
quando entre meus braços
você se pôr como o sol
entre as estrelas para descansar.
Pelos teus olhos que
iluminam como
Órion a minha noite,
a poesia almenara
que não se apaga
está mais a cada dia
mais forte em mim
para viver em ti
amorosa e apaixonada.
