Antes que as Cortinas se Fechem

E um dia a cortina se fecha...

E você...
não falou,
não amou,
não se entregou...
o meu amor desprezou.

E um dia a cortina se fecha...

E você...
perdeu,
se perdeu,
me perdeu...

E um dia a cortina se fecha...

O que sua vida valeu?

Acusam-me de apagar o holofote, fechar a cortina, encerrar a fantasia... enquanto insisto em desvendar o espetáculo dos bastidores; escondida no camarim, a beleza que não precisa de maquiagem.

A vida é um teatro, viva sorrindo e cantando, pois a cortina pode se fechar sem aplausos.

Perdi as contas de quantas vezes segurei o mundo dos outros,
mas não deixei o meu cair.

Chama-se família a um grupo
de indivíduos unidos pelo
sangue, que se dão mal uns
com os outros por questões
de dinheiro.

MEU EU
Apaguei todas as luzes do quarto e fechei as cortinas da janela, na ânsia de fechar os olhos e fazer o caos que pesavam meus pensamentos desaparecerem.

Foi inútil, pois ele permanecia intacto. Eu sentia a dor da desordem.

Desisti de dormir e abri os olhos. Só havia a escuridão e angústia. Eu estava à beira de uma crise. Pensamentos confusos transitavam dentro da minha cabeça e atropelavam as idéias que eu tentava organizar. Meu coração batia descompassado e me faltava ar.

Não pretendo romantizar essa merda, não existe nada de bom em se sentir assim. Na verdade não existe nada de bom e agradável dentro de mim.

Levantei e fui para frente do espelho, na busca de achar na figura do reflexo, algo que ainda restasse de mim. Assim talvez conseguiria controlar minha crise.

Respirei, uma, duas, mil vezes. Nada! Nada adiantava. Eu me olhava e não me reconhecia. Não sabia o que havia me tornado. Algo mudou, meus sonhos não existiam mais, minha forma de sentir afeto pelas pessoas era totalmente aversivo.

Dentro de mim havia uma natureza extinta. Minha natureza não queria seguir regras, padrões, ser aprisionada. Ela queria ser livre. Ser o que é. Mas as grades que me eram impostas eram fortes e sólidas. Por mais que eu me debate-se e me ferisse, não conseguiria sair de dentro da jaula, e isso estava me matando.

Por mais que eu pedisse socorro e gritasse, ninguém me ouvia. As pessoas não só não compreendiam, como ainda me oprimiam. Me julgavam como insana, sem controle, alguém fraco, que se deixava sofrer por escolha, que se doava demais e que por burrice esperava algo de bom de alguém. Isso me machucava profundamente, pois dentro do meu entendimento, o que eu tentava fazer de bom, era algo da minha natureza, que mesmo já quase extinta ainda em raras ocasiões infelizmente ousava aparecer e ao contrário do que eu queria, prejudicava aos outros.

Eu não queria ferir ninguém. Só queria ter a liberdade de ser eu. Mas o que eu era, de fato, só trazia dor. Não sei se posso suportar o fato de machucar mais alguém. De saber que sou um peso.

Preciso fugir, desaparecer, na mesma escuridão que meus pensamentos se confundem. Porque de fato me tornei vazia e a própria escuridão me tomou por inteira.

Está frio aqui. É certo que continue.

Decide fechar as cortinas do palco da vida até que tenha um único motivo para abri-las novamente. Hoje estou definitivamente decidida a não espera nada, já que a vida esconde de mim sua beleza, não vou mendigá-la. Se ela não me pertence, não vou procurá-la.

Às vezes é necessário sair de cena, fechar as cortinas e deixar que a platéia sinta falta do show. No espetáculo da vida seremos requisitados, nem sempre, pelo que somos como pessoa. Mas o que temos para oferecer que agrada e acrescente na vida dessas pessoas. E como um espetáculo que se acaba, as pessoas se vão satisfeitas e não precisam mais voltar. Tente se calar, se fechar para ver quem sentirá falta do personagem principal do show da vida, nós! Esses realmente merecem nosso espetáculo e apresentação, pois buscam essência e não preenchimento superficial. Para quem entende, irá compreender o sentido!

O show acaba, as cortinas se fecham! Onde estão os meus aplausos?

O abrir e fechar da cortina do dia é um evento comum, meramente geográfico, até que as cortinas se abram para o nascimento do nosso sol interior e se transforme em milagre.

⁠A vida é um espetáculo, que por mais lindo que seja chega-se ao final. Hora de fechar as cortinas, apagar as luzes, descer do palco e dizer: The end.

Enche queca.

Migrânea?
Fecha as cortinas
Pra migrar.

Cansei das mesmas histórias, das mesmas pessoas, dos mesmos lugares. Que as cortinas se fechem e comece uma nova história.

Antes que as luzes se apaguem e as cortinas se fechem sobre você, faça um ato que valha a pena ser lembrado!

Não espere que as cortinas se fechem para sair de CENA, a vida é tão gostosa de viver... porém, enquanto estiver fazendo sucesso, não se permita estar em lugares que não seja desejado, nunca se ache incapaz de conquistar ambientes e pessoas novas, use a sua intuição, rejeite convites e, arrume uma boa desculpa sem que as pessoas percebam e saia de CENA à moda francesa...

Esquecer um grande amor, é o último ato do grande espetáculo da vida.
Que fechem-se as cortinas!
O show já terminou.

POR DETRÁS DAS CORTINAS
E quando a noite cai
E se fecham as cortinas
Minha pureza se vai
E deixo então de ser menina

Por detrás das cortinas
Floresce a mulher que há em mim
E o que jamais pensei fazer na vida
Faço, se você está aqui

Nada consigo a ti negar
Se te vejo
Acendes meu desejo
E tenho pressa de amar!

Fecham-se as portas da felicidade e abrem-se as cortinas da tristeza. Esse é o show da decepção.

Fecham-se as cortinas do dia para o suntuoso espetáculo do sol. Mas o grande show não termina com a despedida do astro; por trás do rendilhar de cores do acaso surge esplendorosa a lua sob o aplausos das estrelas e o olhar curioso dos anjos toda vestida de prata.

CHOVEU EM JULHO


Fecham-se as cortinas. Fim do espetáculo. As buscas desenfreadas cessaram. Nada foi encontrado, talvez pelo motivo de não haver nada a se buscar. Frustrações travestidas de pesquisas emocionais. Não se corrige um erro com outro. O fim é certeiro. Não raramente desordeiro. Desta vez, choveu em julho. Um clarão rompeu o intelecto e a inspiração salva. Choveu em julho.

As cortinas pouco a pouco se fecham
É o fim de muitas coisas
Ou pelo menos deveria ser
Acostumar-se é coisa de fortes
Algo que não sou
Não sei dar adeus sem antes tirar do coração
Mas tudo está se perdendo
O sempre nunca existiu
Farsa idealizada
Silencio o sentimento
Desistir do amor é desistir de mim.

Fecham-se as cortinas, aplausos e sussurros tomam conta do teatro, belo, maravilhoso, esplêndido, muito bom, são essas frases que se ouvem da coxia. E no camarim um palhaço limpa seu rosto após um espetáculo, junto à maquiagem sai também a farsa do sorriso largo que o mesmo carrega.
Andando pelas ruas, olha ao redor como se dissesse:
– Olha, sou eu, Miguel.
Mas ninguém o conhece. Suas rugas tomam conta do rosto num pensamento tristonho em saber que quando se pinta tira gargalhadas de todos que no GRAN CIRCO vão se divertir, mas ninguém ao menos o pergunta se é feliz, triste saber o que ninguém sabe: Sou palhaço sem querer.