Amor entre Pessoas que Nunca se Viram
A força da paixão luta para não ser contida, ela não pedi permissão, voa sem dificuldades, gaba-se da sua liberdade, difícil controlar algo tão divino, ela da impacto ao seu nome, expectativas ao teu respeito, só se fala de romance, faz o coração saltar, faz de você uma necessidade, mas é apenas uma sensação. Quem realmente faz você ficar, é o amor.
A gente sabe, sabe bem
O sabor de que tem
Encontrar alguém pra chamar meu bem
Sabe, sabe bem
O sabor que têm escutar alguém
Te chamar meu bem
Não quis me entregar
Pra não dar bandeira
Não consegui lidar, vacilei
Me fez transbordar
Feito cachoeira
Não deu pra segurar, vazei
Todos nós trazemos as cicatrizes dos relacionamentos do passado. Isso é experiência. Não iremos encontrar pessoas que se encaixem exatamente naquilo que procuramos. Aprendi a não procurar por isso mas sim aceitar os defeitos que cada um que se aproxima tenha e deixar que o tempo nos diga se vai ou não valer a pena. Quando começamos um relacionamento exigindo como é que vai ser ao invés de molda-lo juntos como um bom samurai forja sua espada, acabamos perdendo a chance de vivenciar tudo o que a vida poderia nos dar. E se chegarmos lá na frente e olharmos pra trás e entendermos que não era o que queríamos, então comecemos outra vez. Assim como as plantas que atravessam todas as estações castigadas pelo frio, pelo calor e pela seca, devemos aguardar sutilmente esperando a hora de reflorescer na primavera e recomeçarmos maravilhados pelas cores da aquarela de sua vida.
Me diga em poucas palavras
Cada motivo que antecederam suas lágrimas
Afim de curar na raiz, todo mal que lhe causaram
Me chame como quiser, estou aqui, e isso basta
Comprometo meus dias entre a dor e agonia
Te dar uma vírgula seguindo passos infinitos
Com possíveis harmonias.
Tenho muita saudade
De tudo que ainda não vivi
Das vitórias que ainda não conquistei
De voltar aos caminhos que nunca percorri
De concretizar os sonhos que nunca sonhei
Se eu tivesse feito outras escolhas?
Se eu tivesse agido diferente?
São tantos se sem respostas
Que habitam a minha mente
E sigo vivendo esse dilema
Entre realidade e nostalgias
Me sinto pedido no tempo
Ou era tão feliz e não sabia.
abajur
mesmo estando escuro
havia aquele abajur
mesmo sem poesia
havia o lusco fusco da lua
iluminando o teu olhar que luzia
na inspiração, com rima nua
poetando o que não dizia
a paixão... e onde era sua
a minha vontade, o meu amor
hoje, solitário pela rua
os meus versos sem sabor
vai... chora... calado
por onde for
e o abajur apagado...
aí que dor!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
16/05/2020, Triângulo Mineiro
