Amor e Odio Sao Iguais

As Palavras

São como um cristal,
as palavras.
Algumas, um punhal,
um incêndio.
Outras,
orvalho apenas.

Secretas vêm, cheias de memória.
Inseguras navegam:
barcos ou beijos,
as águas estremecem.

Desamparadas, inocentes,
leves.
Tecidas são de luz
e são a noite.
E mesmo pálidas
verdes paraísos lembram ainda.

Quem as escuta? Quem
as recolhe, assim,
cruéis, desfeitas,
nas suas conchas puras?

A riqueza e a pobreza são convenções.

As perguntas a que se responde com um sim ou um não raramente são interessantes.

Ideias são como barbas: o homem só tem uma quando ela cresce.

A calúnia e a injúria são armas da ignorância.

No culto da beleza não há nada de são. Esse culto é esplêndido de mais para ser são.

Sei que pareço um ladrão...
Mas há muitos que eu conheço
Que não parecendo o que são,
São aquilo que eu pareço.

Seus cachos de seda
são borboletas douradas
brincando na brisa.

Os prazeres do pensamento são remédios contra as feridas do coração.

Os homens são cruéis, mas o homem é bom.

Os males mais terríveis são aqueles que cada um faz a si próprio.

São precisamente os erros dos homens que os tornam amáveis.

Os parentes distantes são os melhores. E quanto mais distantes, melhores.

As maiores dificuldades são filhas da preguiça.

As discussões são como as luzes de velas acesas na escuridão.

Os homens são sempre sinceros. Mudam de sinceridade, nada mais

As ideias não são para guardar; alguma coisa tem que ser feito com elas.

O homem não é a criatura das circunstâncias. As circunstâncias é que são criaturas do homem.

As ideias geniais são aquelas que nos espantamos de não ter tido antes.

Os homens tímidos e despreparados são grandes traidores de segredos; pois são poucas as necessidades tão urgentes quanto aquela de encontrar algo para dizer.