Amiga Mensagem Ana Maria Braga
Junto ao Horto -
E é aqui,
Senhor,
em horas
d'agonia,
horas-desespero,
que encontro
neste mundo
o meu lugar.
Junto ao Horto
da angustia
do vosso altar!
Só aqui me
vejo!
Ai, Senhor,
Senhor,
que me sinto
morto,
sem Luz!
E onde estás
Tu,
que de Ti
me não vem
a menor
consolação?!! ...
Ai,
meu pobre
Coração!
Navega perdido,
sem estio,
em Eterna
solidão!
Senhor,
perdão!
Se estás aí
e Te não vejo,
perdão!
Meus passos
solitários,
baços,
ingremes,
carregam
pecados
de Seres que
ja fui,
alados ...
Mortos
que não
morreram
em meu corpo
naufragados!
Angustia
de Seres calados,
em mim,
sufocados!
Desejos
que d'eles desejei,
indesejados ...
E meu fim,
Senhor,
te peço,
p'ra quando
esse-meu fim?!
Tão pedido,
desejado,
prometido?!
Levai-me,
Senhor,
levai-me
p'ra donde
eu vim!!!
Elegia a Nós -
Eu sou
esse espaço
onde ninguém
pode habitar.
Sou essa Vida
que ninguém
pode viver.
Sou esse Fado
que ninguém
pode cantar.
Sou aquele
que ninguém
pode entender!
Eu sou alguém
que ninguém
pode tocar.
Esse
que apenas
será livre
à hora
de morrer ...
E tu!
Sempre
tão tu!
A quem
ninguém vê
mas sente!
E onde
nos perdemos?!
Onde?!
Ai de nós,
neste
desencontro,
permanente,
que
morremos,
que
morremos ...
Hemisfério -
Só!
Assim
me vejo
além-de-mim...
Tão só!
Assim me sei
neste
hemisfério
sem fim...
E o Amor,
esse,
nunca
o encontrei!
E tanto
que o
esperei!
Ai
de quem
chora,
p'la Vida
fora,
o desamor,
de quem,
não sei ...
E o
Coração
que lhe
dei,
deixou
meu corpo
frio,
sem calor!
E
p'la solidão
do Amor,
eu sinto
que estou
morto,
pálido,
sem cor,
vazio,
distante,
que voo,
além-
-da-
-dor ...
Louros e Acácias -
Porque regressas tu assim,
tolhido e sem pressas?!
Choram-me os olhos
adentro aos teus ...
Que entre a Vida e eu
há já o costume d'um altar
em preces absorvido,
esquecido, perdido -
- na insistência dos dias,
na persistência das horas,
frente a tua ausência que tornou,
mas que agora, ao voltar,
foi-se-me à Vida que matou!
E sem ti, e sem mim,
mormente o tempo passe,
que minh'Alma se resgate,
e que Louros e acácias,
como frias-sentinelas
em sacadas de solidão,
adornem o altar da capela
do meu triste e pobre coração!
Regresso -
Vem, meu Amor, estou à tua espera:
meus braços abertos, serão para Ti,
como prados floridos que te abraçam
numa doce Primavera!
E surge no peito um grito, um alvoroço,
surge nos montes um cantar,
um beijo, um abraço de saudade
que se espalha pelo ar ...
Nesse momento, recordaremos o que passou,
sonhos, promessas que fizemos,
a distância ofegante que nos afastou!
Lembra-te, meu Amor, das palavras lindas que dissemos!
E seremos um Só,
nova Chama, novo Fogo!
Pois na Vida,
tudo vem e tudo vai,
só tu ficas,
meu amor, meu amor ...
Sinto Ciúme -
Sinto ciúme
das negras nuvens a passar
das gaivotas a voar
dos corações dos amantes
e das ondas do mar ...
Sinto ciúme
da noite que chega
da morte que nos leva
da Vida que nos beija
dos lagos, dos prados e da erva ...
Sinto ciúme
do nevoeiro que nos cobre
do dia que amanhece
da Terra que sepulta
da minh'Alma que perece ...
Sinto ciúme! Eterno ciúme!
Pena negra na aza alvissima do Amor,
olhos cegos, sem cor,
corpo frio, sem calor!
Sinto ciúme - ciúme de ti
- meu amor!
- meu Amor!
Na Poeira dos dias que me deste -
Ferido d'angustia, ajoeilhei Senhor,
na poeira dos dias que me deste ...
Rasguei um longo olhar sobre o Passado,
mas vi-te, ó Deus, sempre a meu lado!
Inda quando louco não te amei!
Ferido d'angustias, caí na poeira dos dias
que me deste ... mas ergui-me ... e segui-te!
E agora! Quem sou? Dize-me Senhor - dize-me!
Eis-me na dor, por vezes, ainda ...
- tombado e inutil, verdadeiro e igual,
ferido d'angustia na poeira dos dias
que me deste! -
Cinzas - poesia por cumprir -
Quando lançarem ao mar
minhas cinzas,
rezem uma oração!
Pedaços de mim ao vento
ao som d'uma canção
serão lançados dum penhasco,
e num imenso respirar, intimo pulsar,
ficarão no espaço,
entre-águas-de-solidão!
E eu irei, entre nardos
e ondas de nostalgia ficarei, a pairar ...
E das águas mais profundas do meu ser
hão-de um dia ver-me emergir,
e inda que seja cinzas-entre-mar,
hão-de saber-me poesia por cumprir ...
Versos, meus versos,
imersos em saudade - meu mal!
Poemas por viver, controversos,
- pó e cinza, cinza e sal!
Alembradura -
Horas convulsas
da minha
aldeia!
Noites sem
Lua,
dias sem
Sol,
campos de
flores,
trigo e aveia,
tantas sementes
que o espaço
alteia ...
E um monte
de estevas,
ergue ao longe,
na umbra,
uma Terra audaz!
"- Ó menino,
tu não te
atrevas ir
sozinho a
Monsaraz!"
Dizia meu Avô!
Dizia minha Avó!
Montes e vales,
rochas traiçoeiras,
hortas e vinhedos,
cercas perturbantes,
bichos e cobras,
por aí, nas eiras,
onde eu andava
dantes ...
No Outeiro!
Na minha Aldeia!
Criança sem rumo,
pelo orvalho,
diziam meus Avós,
atormentados:
"- o menino
não levou
agasalho! ..."
E quando regressava
dessas voltas,
sempre, de meus Avós,
preocupados, escutava
um ralho!
E hoje, mais só,
que dura saudade!
Desse Tempo ...
Desse Espaço ...
De meu Avô ...
De minha Avó ...
Saudade que perdura,
nessa Casa da Infância,
nesta fria-alembradura ...
No Largo da Igreja -
Há neste recinto
uma Paz
consoladora
qu'invade
o Coração!
No altar da
capela,
a Senhora
da Orada
de branco
vestida
de flores
adornada
dá-nos a
bênção!
Alta, risonha,
de mãos postas,
cabelo a cair,
em ondas,
p'las costas!
Na fina incarnação
dos lábios seus,
descerrados,
há nenúfares
de Amor,
em seus olhos
constelados...
E Confundindo-nos
a razão frente
ao sentimento,
a Sra. da Orada
é a Luz no
Firmamento!
E segue a
Procissão
p'lo adro
da Igreja,
com tal
graça,
devoção,
qu'ilumina
as Estrelas
e engrandece
o Coração!
Tlão! Tlão! Tlão!
Soa o Sino
no torreão ...
E o Povo
com devoção
leva a Senhora
da Orada
em grande
Procissão!
Entre foguetes,
bombas, cantares
e oração ...
A Senhora
do Convento,
num andor
de madeira,
manto de seda
esvoaçando
ao vento,
brincos, anéis
de estimação,
rodeada de flores,
mãos postas
junto ao ventre,
véu branco
sobre as costas,
irradia p'la aldeia,
Amor, paz e unção ...
Sonho Desmentido -
E porque
cheguei
de parte
alguma,
deitei-me
e adormeci!
Imaginei
que
o amanhã
era possível
e entrei
num Mundo
etéreo
e invisível!
Por lá
deambulei,
austero
e incompleto!
Um sonhador ...
... O que
procurava ...
... não sei!
Mas era tudo
tão real ...
...tão falsamente
verdade ...
... como tu!
Estranho
odor a
fantasia!
Tu
e Eu!
Um
sonho
desmentido!
Uma promessa
inacabada!
Um Nós
tão iludido,
um Eu
tão manchado,
um Só
tão perdido ...
E despertei!
O dia, real
e verdadeiro,
finalmente
acontecia!
Uma sábia disse:
A vida é como uma escada , existem vários degraus. O primeiro que é quando você ainda é uma criança , e este é o melhor degrau , em que todos te amam , te cuidam e zelam por você , o segundo é quando você cresceu, é quando a partir daí tudo fica um pouco mais diferente , você começa esculpindo sua personalidade e começa a enxergar uma nova ´´perspectiva de vida ´´ , nesse degrau é onde você começa a aprender com a vida , que amizades não são de um dia ou de uma hora para outra e começa a descobrir em quem você realmente poderá sempre confiar , você vai descobrir o que você quer ser e seguir, depois desse degrau você sentira que a vida é uma montanha e nesta montanha você só irá para , você irá crescendo e para isso você deverá sempre acreditar em seus sonhos , confie em si mesmo e enraize seus sonhos porque ninguém nasce andando, falando ou filosofando.
Quadra Ausente -
Ausente e triste perdido se ressente!
Assente-se perdido, ausente e triste!
E porque se assente tão ausente?!
Ausente e triste assente-se perdido ...
...........triste ......................
e............................ausente....
.....perdido............................
..................se......ressente......
E não é de ninguém! Infinita solidão ...
Ninguém lhe é ou pertencera!
Só quer Amar! Triste contradição ...
Ninguém o quer! Não há perdão!
Queimou na vela, derreteu na cera,
quadra ausente na cinza do chão!
20 Anos -
Quando tinha 20 anos, triste-idade,
idade-triste, 20 anos penitentes!
Cardos me feriam, silvas no caminho, olhos crentes,
só eles me amparavam na saudade ...
Tão novo, pejado d'ansiedade.
20 anos - quanto falta p'ra morrer! -
E rezei ... rezei p'ra morte me envolver
no sofrer daquela mocidade ...
Meu corpo, esguio, de setas cravejado,
Coração ferido, pela Vida alvejado,
aos 20 anos, já não tinha Vida nova!
Nem eu sabia o que era Vida
nem ela se me via colorida!
Com 20 anos só me queria ir à cova ...
Solidão a dois -
Perto de Ti são frios e espinhosos os caminhos,
longe de Ti as roseiras mansas não dão Rosas,
porém, juntas, nossas bocas silenciosas,
são como pássaros erráticos sem ninhos ...
Vejo um cão, perdido, triste, abandonado e só!
"- Cão vadio vem que te faça uma festa,
já que somos desta raça - que dó -
ser vadio é o que nos resta ..."
E que dor tão funda no meu peito!
Solidão-a-dois que nos ultrapassa,
juntos e tão sós, tudo desfeito ...
E sinto que há em mim algo que morre!
Do Amor que nos foge, nada fica, tudo passa ...
Adormece Solidão, que o Tempo corre ...
Introito Final -
Dilacera-nos a dor das cicatrizes!
Ao perdermos uma esperança temos outra,
perdemos a essência das raizes
criamos pela Vida uma crosta!
Erguemos ódios, ráivas que bradamos,
somos atingidos, feridos pelas setas,
das coisas que sentimos e calamos
guardadas em versos de Poetas!
Tecemos orações, cantamos Fados,
vivemos das agruras e sem tino,
somos quadros pelo sangue mal-pintados!
E a Eternidade que nos parece tão impossível,
é Esperança que nos deixa sem destino,
mata a Vida, castra a Alma, parece inatingível ...
Tricotar da Vida -
Abrem-se as Almas à Luz da Esperança
numa Esperança em que as Almas querem Vida,
dia-a-dia, hora-a-hora, quem espera sempre alcança,
porque a Verdade do Coração nos é devida ...
E o que temos como herança
além de tantas coisas proibidas?!
Vida-a-Vida, no caminho, quem avança,
procura a liberdade da Terra Prometida ...
E no Tricotar do Coração a raiva e o sarcasmo
alimentam ódio, roubam Vida
no gesto impulsivo de quem grita!
E ante a Vida que vivemos fico pasmo!
Passa o tempo que nos inventa e devora,
passa a Vida, morre a Esperança, hora-a-hora...
Estigma -
Teus cabelos de negro carregado
são versos que me escreves e não sentes!
Tuas águas deixam-me afogado,
quando dizes - não te amo - sei que mentes!
Pois, teus olhos virados ao desespero,
correm montes, vales, planuras galopantes ...
Imersos em dolentes madrugadas, sem tempero,
teus olhos me destroem. E porque gritas?! Não me entendes?!
Teu corpo, estigma agridoce, eternas revoadas,
dolentes madrugadas, puro entardecer ...
Pombas brancas que voam tão aladas!
E no cimo do montado, tão frio, tão gelado,
há um Cristo de marfim numa cruz à apodrecer!
Ao vê-lo, resina a minha dor, meu peito fica calado...
Transfiguração -
A morte chegou!
Bateu à porta - entrou -,
e como baralho de cartas
a Vida desmoronou ...
E mil vozes aladas
soaram pelos Céus,
ressoaram pela Vida ...
E abismos se alevantaram
ante os olhos meus!
Minh'Alma sofreu,
tão contida, tão contida! ...
Que o silêncio que páira
sobre a cinza da Infância,
intimo, veloz, me castiga,
me castiga!
Feito de ganância, Ele,
transfigura a minha Voz ...
E eu fico, tão só,
tão só ...
Conde - Barão -
Quem é o Conde-Barão?!
Será o 2º Marquês d'Alvito,
camarista e Conselheiro
d'El-Rei D. José,
coroado ao serão
na Praça de Portugal
nas Caldas da Rainha,
após tourada Real?!...
Como se chama o Conde-Barão?!
O mariola
Marquês de Marialva
d'Alvito e d'Oriola
ou D. José da Palhavã,
distinto e gabarola
que no marmoto de Lisboa
deu bodo aos pobres
sem distinção
no seu Paço do Lumiar?! ...
MAS AFINAL QUEM É O CONDE-BARÃO?!...
✨ Às vezes, tudo que precisamos é de uma frase certa, no momento certo.
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