Amiga Mensagem Ana Maria Braga
Renúncia -
Num jardim abandonado
plantei dores, nasceu fado
entre espinhos e abrolhos;
tu partiste, meu amor
reguei teu corpo, na dor
com a água dos meus olhos!
Não consigo adormecer
como é que posso esquecer
que a ti me dei por inteiro;
mas não me quero lembrar
que à noite canto a chorar
sinto falta do teu cheiro!
Terás dor no teu olhar
quando me vires passar
pisando o teu coração;
que até as pedras da rua
sabem que a culpa é só tua
p'lo fim da nossa paixão!
E quando a morte chegar
talvez te possas lembrar
dos meus olhos sem destino;
já não terás os meus braços
e no vazio dos meus passos
seguirei outro caminho!
Porque foges meu Amor -
Porque foges meu amor
aos braços desta paixão
e me deixas ao sabor
dos ventos da solidão?!
Porque foges meu amor
aos braços desta paixão!
Porque dizes meu amor
o nosso amor está cansado
que preferes esta dor
sofrer num quarto fechado?!
Porque dizes meu amor
o nosso amor está cansado!
Meu amor se tu soubesses
perder-te eu já não suporto
porque foges; não aqueces
o frio que veste o meu corpo?!
Meu amor se tu soubesses
o frio que eu levo no corpo!
Eu preciso de te ver
amor não sejas ruím
eu preciso de saber
se ainda gostas de mim!
Eu preciso de saber
amor, amor se é o fim ...
Estranho Contraste -
DIÁLOGO:
Celeste Rodrigues:
" - ( ...) e você sabe como eu tenho medo de morrer não é?!
Eu:
- Que estranho Celeste! A Celeste tem tanto medo de morrer, e eu, tanto medo de viver ...
Celeste Rodrigues:
" - Quem me dera ter agora a sua idade!!!"
Eu:
- E eu a sua Celeste! E eu a sua!!! ...
Amor e Solidão -
Na minha voz há um segredo
que não conto por ter medo
que não conto por te amar;
meu amor não é vaidade
meu amor é da saudade
que trago em mim do teu olhar.
No meu corpo há um cansaço
uma dor que quando passo
ninguém fica indiferente;
uma dor que se desprende
que ali mesmo até se prende
ao olhar de toda a gente!
No meu peito vai o teu rosto
na minha boca o teu gosto
levo em mim esta paixão;
nosso amor que se perdia
ao sabor de um triste dia
não foi amor, foi solidão.
A Força do Cão -
Esse cão que era vadio desprezado pelo mundo
rejeitado pelas gentes, cresceu, fez silencio,
triunfou ...
Foi além do que é pensável,
nada previa esse destino
foi além do que é possível
trilhou o seu caminho!
À margem da matilha que o pariu e rejeitou,
foi um cão diferente, sem regras nem tratados!
E foi condenado ... abolido ... rejeitado ...
Mas o ódio que o cercou foi a força que o levou
a ser hoje um cão de raça com aplausos e ancores!
Palcos, mentiras, ilusões ...
Que falsas soam as palavras que lhe dizem ...
Na verdade são os mesmos!
Agora que os atenta reconhece-lhes os olhos ...
Só que antes não o queriam, agora,
invejam o seu corpo!
Mas ele é o mesmo cão maricas que não
sabia ir à caça nem queria acasalar!
Afinal o que mudou?! ...
Querem aproveitar-se do carisma que ele tem,
do sucesso onde chegou!
Mas o ódio, a raiva e a solidão
que lhe deram tantas vezes,
puseram-lhe nos olhos a Força do Cão!!!!
De Noite -
Para lá do ponto sem retorno,
no último espasmo de silencio,
- quem podemos encontrar?!
Enleado em teias e lamentos
há solidão de afectos
que trepa sentimentos
como hera em pedra fria!
E há rosas entre silvas,
há perfumes pelo ar!
A luz do dia, a luz da vida
esbate o corpo, banha o mar!
Cai a tarde, vem a morte
chega a noite e tudo mói
fecha-se-me a Alma ...
... eis quando a solidão mais dói!
'JARDIM DE MARGARIDAS'
Enquanto Apreciava o belo,
Com minh'alma ainda nua;
Deixo aqui o verde amarelo,
Indo embora para lua.
Enfrento as tempestades, mas,
Não deixo de sonhar,
Vou me embora com coragem,
Aqui não é meu lugar.
Numa terra mais distante
Vou plantar meu cafezal;
Já não é mais como antes
A minha terra natal.
Durante a minha ida
Na beira da estrada,
Flores vou semear
Pra ver a estrada florida
Caso um dia eu voltar.
E nesse tal de engole o choro,
Vou seguindo com a vida,
Como cantando num coro
Num jardim de margaridas!
Maria Francisca Leite
Direitos autorais reservados sob a lei - 9.610/98
'PEDRAS DO DESTINO'
Não faço parte da casta,
Sou farinha de outro saco!
E não crítico ninguém
de seu passado, os atos.
Tentei ter minha linhagem,
Enfim não sei onde errei,
Pois todos foram embora,
Só novamente fiquei!
Pouco fiz pela estirpe,
Não me arrependo de nada...
Fui feliz por muito tempo
A família dedicada.
Tudo o que pude eu fiz,
Mas de nada adiantou.
Errar é do ser humano
"Atire a primeira pedra
Aquele que nunca errou".
Tropecei nas pedras do destino...
Mas é Deus quem guia meus passos,
Na vida, eu sigo sozinha
Alinhando descompassos.
Maria Francisca Leite
Direitos autorais reservados sob a lei - 9.610/98
O BELO NA NATUREZA
Eu peguei-me a contemplar
O belo na natureza
Aqui onde é meu lugar,
Só há deslumbre e beleza.
Passarinhos vão cantando
me envolvendo no couro,
Por isso estou planejando
Replantar o meu lavouro.
Eu que me sinto ser vivo
Neste meu solo mineiro...
Reconheço-me nativo
Do amado chão brasileiro.
E neste meu meditar
Em meio a tantos tormentos,
Jamais paro de sonhar
Em nenhum desses momentos.
Maria Francisca Leite
Direitos autorais reservados sob a lei - 9.610/98
'CORAGEM'
Embarquei na canoa rio
acima
Sem medo da correnteza,
Da vida a aspereza
o frio da solidão
Que tenta nos derrubar com a cara no pó,
Lambendo poeira do do chão.
É preciso coragem
Muita fé e amor
Deixando leve a bagagem
e um mundo bem melhor.
...e
Tudo ficou diferente,
A poeira do destino num domingo vespertino
Me fazendo sorridente
Um dia a Deus eu pedi
Uma nova história,
Mudando a trajetória
novo caminho a seguir.
Te agradeço e te louvo
Ó meu Deus e criador
Trouxeste-me alegria
Apagando as noites sombrias,
Obrigado meu SENHOR!
Maria Francisca Leite
Direitos autorais reservados sob a lei - 9.610/98
Velhos Sinos de Santo Antão - Évora -
Há lamentos à deriva pelos montes
como nuvens que passam pelo Céu
solidão como água pelas fontes
e alegrias que o destino não me deu!
Não há regaço onde me chegue nem acoite
nem capa que me possa agasalhar
visto roupa carregada pela noite
e dores carregadas de luar!
Ó velhos sinos de Santo Antão,
por quem dobram, quem morreu?!
Foi a dor da solidão
que no meu peito apodreceu!
Morreu, morreu, morreu! Não partiu!
'Inda vive, triste, nos meus olhos ...
Todos choram, ninguém viu,
que de mim pende como folhos!
Nos olhos do meu rosto
sede rápidos a beber
e levai a ombros o meu corpo
quando eu da vida me perder!
Ó velhos sinos de Santo Antão,
por quem dobram, quem morreu?!
Quem vai no pinho desse caixão,
quem vai nele para o Céu?!
Alguém que um dia já viveu,
alguém que um dia foi alguém
que estava vivo e que morreu
e que agora é ninguém!
Pela Praça vai passando,
no ataúde, um coração,
por quem dobram sem descanso
os Velhos Sinos de Santo Antão!
Busto de Celeste -
Ó Celeste que nasceste ao Sol-poente
por caminhos, estradas ermas a cantar,
quero ouvir um fado na tua voz ardente
que me leve pela vida a pairar!
Canta um Fado ao Sol-nascente!
Tua vida é um poema à beira-mar,
teu olhar é uma seara reluzente
e teu rosto traz a formosura do luar!
Levas no olhar a presença dos Poetas,
como o Sol que tomba, sempre, junto ao mar
ou as rosas que espalham mil matizes pelo ar!
Canta Rosa-Branca esse canto de Profetas
que a tua voz dissipa a tristeza mais agreste
e dá ao Sol-nascente aquela força que nos deste!
(Para Celeste Rodrigues)
Medo -
Por um inferno de medo
caminho só e absorto
e nem o quarto ou o leito
já me guardam o corpo!
Não há palavras de alento
não há carinhos de mãe
não há feridas que o tempo
não lamente também!
Somos dois mundos perdidos
duas almas desiguais
dois sonhos esquecidos
que não se viram nunca mais!
Realidades tão distintas
verdades tão cruéis
não peço que tu as sintas
apenas quero que as guardeis!
Na minha cama de rendas
de brocados e cetins
'inda espero que tu venhas,
de noite, ao toque dos clarins!
Mas tenho medo de esperar
tenho medo que não venhas
tenho medo de pensar
que de mim já nada tenhas!
Esta certeza que tenho
cresce-me à noite no peito
e eis que parto e não venho
desse inferno de medo!
Inscripção aos Vivos -
Dos Mortos:
Nós Mortos enterrados
neste chão feito de pó
já tivemos um passado
fomos vivos como vós!
Já fizemos da vaidade
certo grito moribundo
mas talvez a eternidade
seja mais que um triste mundo!
Aonde vais ó caminhante
aonde vais tão apressado
não prossigas mais avante
também tu estás condenado!
Por aí tantos passaram
foram muitos, tanta gente
só à Morte se aninharam
nenhum ficou lá para sempre!
Parece longe a vossa Morte
tambem a nossa parecia
num instante vai-se a sorte
e lá morrem qualquer dia!
Mas acreditem que morrer
não é tão mau como se diz
é mais simples que viver
à deriva por aí!
Nós Mortos que aqui estamos
neste pó em solidão,
por vós, vivos, esperamos,
algum dia neste chão!
(No cemitério de Évora)
Só -
Ai esta saudade de mim
cautelosa e serena
esta loucura sem fim
que me enche de pena!
Ai solidão desmedida
que ninguém pode tocar
este estar SÓ na vida
que ninguém pode acompanhar!
Ai esta noite sem Lua
este saber que me perdi
este arrastar pela rua
esta carência de ti!
Ai este silencio vazio
este sofrer no caminho
estas dores do frio
que me deu o destino!
Eu aqui sentado desenho
sonhos nesta parede branca ...
Porque além deles, nada tenho,
dos meus tempos de Criança!
Rosas Proibidas -
Meus olhos já cansados
num rosto adormecido
parecem mortos, calados
num destino perdido.
Tantas rosas proibidas
há na dor de cada olhar
tantas lágrimas perdidas
em meus olhos a bailar.
E em lençóis de solidão
numa cama sem ternura
estão as rosas que me dão
os teus olhos de amargura.
Verdades Cruéis -
Em noites triste, caladas,
quando a vida parece morta,
há silêncios pela estrada
e ninguém bate à minha porta!
Em dias floridos, com vento,
passam flores a cismar,
passa a vida, passa o tempo
e até me canso de esperar!
E eu triste vou também
com minha dor a pesar,
vai a vida a morte vem
à minha porta a chegar ...
Um Grito -
Os meus versos são um grito
no rumor do sofrimento
como as ondas mar revolto
são um grito, um grito solto
para lá do pensamento!
Os meus versos são o resto
o que fica desse grito
quando vejo que perdi
um amor que não vivi
para lá do infinito!
Os meus versos são o berço
da saudade em que me agito
do que fui e já não sou
do que dei e já não dou
os meus versos são um grito!
Os olhos frios de meu pai -
Meus olhos doem ao lembrar
alguém em mim que nunca vai
só lembram a naufragar
os olhos frios de meu Pai!
Que lembrança maldita
que tenaz crueldade
a minh'Alma despida
sofreu de tenra idade!
Passa a Vida, passa o tempo
o destino e a saudade
só não passa o sentimento
dos seus olhos de maldade!
Se em meus olhos não há água
porque fica e nunca vai
a dor daquela mágoa
dos olhos frios de meu Pai!
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