Alexander Lowen
Estar cheio de vida é respirar profundamente, mover-se livremente e sentir com intensidade.
"Como adultos, nós temos muitas inibições quanto a chorar. Nós sentimos que é uma expressão de fraqueza, ou feminilidade ou infantilidade. A pessoa que tem medo de chorar está com medo do prazer. Isto porque a pessoa que tem medo de chorar se mantém conjuntamente rígida para não chorar; ou seja, a pessoa rígida está tão com medo do prazer quanto está com medo de chorar. Em uma situação de prazer ela vai ficar ansiosa. (…) Sua ansiedade nada mais é do que o conflito entre seu desejo de se soltar e seu medo de se soltar. Este conflito surgirá sempre que o prazer é forte o suficiente para ameaçar a sua rigidez.
Desde que a rigidez se desenvolve como um meio para bloquear as sensações dolorosas, a liberação de rigidez ou a restauração da mobilidade natural do corpo vai trazer essas sensações dolorosas à tona. Em algum lugar em seu inconsciente o indivíduo neurótico está ciente de que o prazer pode evocar os fantasmas reprimidas do passado. Pode ser que tal situação seja responsável pelo ditado "Não há prazer sem dor."
- Alexander Lowen, A Voz do Corpo -
A superênfase dada ao poder em nossa cultura coloca o ego contra o corpo e a sua sexualidade, criando um antagonismo entre ambas as motivações, quando o ideal seria o apoio e o reforço comum entre elas.
A compulsão à repetição pode ser entendida como resultado de uma ruptura da personalidade, que fixa a pessoa num determinado padrão de comportamento que ela não consegue modificar. (...). Mas a compulsão à repetição pode ser vista como uma tentativa da personalidade de retornar à situação em que permaneceu fixada, na esperança de algum dia se libertar.
Achamos que não se pode ser livre a menos que se tenha posses; portanto, desperdiçamos a vida tentando fazer fortuna, descobrindo tarde demais que sacrificamos nossa liberdade. Não nos damos conta de que a liberdade vale mais do que qualquer fortuna, pois sem liberdade não podemos 'ser'.
Quando vencer é mais importante do que jogar, a atividade ou o esporte não são mais um jogo, mas um trabalho.
A força de vontade depende da força do ego. Podemos dizer que a pessoa com um ego forte tem uma vontade forte.
O dilema humano emerge porque o esforço para superar a natureza ou o destino podem levar a um destino mais terrível do que aquele que a pessoa está tentando evitar. Assim, parece que quanto maior for a segurança externa que o homem construir para si mesmo, maior a sua insegurança interior. Da mesma forma, parece que quanto maior for a liberdade externa que conquistar, menos liberdade interna terá.
Somente quando se tiver perdido a liberdade é que se poderá ter consciência do que é liberdade. A consciência se desenvolve através da identificação de oposições.
Se nenhuma raiva for sentida em uma perda, nenhuma tristeza real poderá ser experimentada e não terá lugar uma lamentação adequada. É da natureza dos seres humanos protestar contra sua dor e não sufocar o protesto masoquisticamente. Logo, parece estranho que nossa cultura admire tanto um indivíduo que consegue encarar a morte estoicamente sem mostrar nenhuma emoção. Qual a grande virtude que há na repressão das emoções? Este comportamento pode revelar que o ego da pessoa domina e controla o corpo, mas também indica que um aspecto importante de sua humanidade está perdido.
Depois de desistirmos de nosso verdadeiro self para desempenharmos um papel, estamos destinados a sermos rejeitados porque já rejeitamos a nós mesmos.
Quando alguém constrói um castelo para proteger sua liberdade, acaba prisioneiro de sua obra porque não ousa mais sair de lá.
Não se pode assegurar a paz estocando armas, porque os exércitos, pela própria natureza, provocam a guerra.
A tentativa de superar um problema de personalidade negando-o ("não vou ficar com medo") apenas o internaliza e garante sua manutenção.
A supressão de um sentimento não o faz desaparecer; só o empurra mais para baixo, mais fundo, até a inconsciência. Com esta manobra, internalizamos o problema.
Independentemente da forma como nascemos, é o modo como fomos criados que determina nosso destino e nossa sorte.
O crescimento acontece natural e espontaneamente quando a energia está disponível. Mas quando usamos nossas energias numa luta contra nosso caráter (destino), não nos resta energia para crescer nem para o processo de cura natural.
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