Aceita as Coisas como elas Sao

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Suponho que este tipo de sensibilidade, uma que não só se comove como por assim dizer pensa sem ser com a cabeça, suponho que seja um dom.

Clarice Lispector
A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.

Nota: Trecho da crônica Sensibilidade inteligente.

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Não odiamos enquanto nosso estima é pouca, mas quando estimamos alguém como igual ou superior.

A mulher deve ser meiga, companheira do marido, tanto na alegria como na tristeza. O homem deve ser amigo da mulher e, no seu amor, deve respeitar sua alma e seu corpo como sagrados que são.

Eu não sou daqui

Qualquer pessoa que comece a escrever poesia irá, cedo ou tarde, usar como tema a sensação de ser um estrangeiro. Em seus versos, dirá que não pensa como os outros, que tem a impressão de ter vindo de outro planeta, que não se reconhece entre seus pares. Quem faz música também acaba falando sobre isso, mais dia, menos dia. É um assunto que cativa, já que todos nós, em um determinado momento da vida (geralmente na adolescência) nos achamos, mesmo, muito diferente dos outros.

O psicanalista Contardo Calligaris, em sua recente palestra em Porto Alegre, no Fronteiras do Pensamento, disse que, quando garoto, tinha certeza de que os marcianos viriam buscá-lo em seu quarto, já que se sentia mais sintonizado com eles do que com sua própria família. Não é exatamente uma novidade: o “eu não sou daqui” já foi frase recorrente na nossa cabeça. E sejamos sinceros: alguns seguem pensando assim até o fim dos dias.

Contardo explica que, na puberdade, temos necessidade de fugir das nossas origens para que possamos criar uma identidade própria. E que essa identidade nunca é lógica, ao contrário, é sempre embaralhada, por isso a importância de a gente, ao longo dos anos, aprender não só a viver bem, mas a contar bem a nossa história para os outros. Aliás, o título da palestra era: A Ficção Como Linha de Conduta Para Inventar a Vida.

Quando ele diz que somos todos ficcionistas, não está sugerindo que somos todos uns fingidos. O que eu compreendo disso é que, ao nascer, recebemos mais ou menos o mesmo dote: uma família, algum amor e alguns ensinamentos. Para quem é um pouco preguiçoso ou carente de imaginação, isso basta como baliza. Irá se satisfazer com o que foi recebido e contar sempre a mesma história sobre si mesmo. Mas há os desassossegados de nascença: louvados sejam. Para esses, a vida é um livro em branco, uma oportunidade desafiadora de criar o seu próprio personagem e enriquecê-lo com experiências, desejos, erros, acertos, alegrias, tristezas. Qual é o maior presente que nossos pais podem nos dar, além de algum amor e algum ensinamento? É justamente essa fagulha acesa no olhar, esse espírito aberto, o empurrão para ir além do “prefácio” e buscar a construção de si próprio visitando outras galáxias – que nada mais são do que outras pessoas e vivências. É através dessa matéria-prima que iremos estabelecer o fio da nossa narrativa, é que permitiremos que os outros nos conheçam – e que a gente se autoconheça mais um pouco também, através do olhar de fora.

É uma vida inventada? No melhor sentido. É uma vida que se atreveu a ir além dos 10 mandamentos iniciais. É uma vida regida por outros tantos: não julgarás os diferentes de ti, não criticarás o próximo sem antes ouvir suas razões, não te contentarás com o que aprendestes em casa, não evitarás estradas só por não saber onde elas levam, não abdicarás de conhecer mais a ti mesmo, não censurarás aquilo que não compreendes, não te acorrentarás ao que te dá segurança, não te conformarás com tua ignorância, não temerás a amplificação do teu universo.

Em suma, o “eu não sou daqui” é a frase dos que não se atreveram a desbravar o mundo, preferiram se manter estrangeiros por orgulho e por medo. Só quando saímos do nosso esconderijo é que descobrimos que somos todos do mesmo lugar.

Antes de teres apurado a razão que levou alguém a proceder daqueles modos, como podes tu saber, em boa verdade, se alguém procedeu bem ou mal? E só deste jeito, ó caro, não correrás o risco de te pronunciar sobre situações falsas tendo-as como situações verdadeiras.

Se o cavalo tivesse conhecimento da sua força, seria tão louco que se sujeitasse ao jugo, como acontece? Mas, caso ele se tornasse sensato e se libertasse, então dir-se-ia que tinha enlouquecido.

Beleza não é nada se você tiver uma atitude podre. É como um livro com uma boa capa, mas com a história sem sentido.

Aceite-me como eu sou,
ou dane-se do jeito que você é. :P

Nada reaproxima tanto o ser humano como o fato de sentirem medo juntos.

Sou tão inseguro, meu bem, não faça assim comigo não, como dizia Carmen Miranda.

Deixa assim como está, sereno...

A história é como um grande conto de fadas. A única
diferença entre os dois é que a história é de verdade.

“Se você tiver que chorar, chore como as crianças. Você já foi criança um dia, e uma das primeiras coisas que aprendeu em sua vida foi chorar; porque faz parte da vida. Jamais esqueça que você é livre, e que demonstrar emoções não é vergonha.”

Decidi então tomar como guia de minha nova análise a atração que eu senti por certas fotos. Pois pelo menos dessa atração eu estava certo. Como chamá-la? Fascinação? Não, tal fotografia que destaco e de que gosto não tem nada do ponto brilhante que balança diante dos olhos e que faz a cabeça oscilar; o que ela produz em mim é exatamente o contrário do estupor; antes uma agitação interior, uma festa, um trabalho também, a pressão do indizível que quer se dizer. Então? Interesse? Isso é insuficiente; não tenho necessidade de interrogar minha comoção para enumerar as diferentes razões que temos para nos interessarmos por uma foto; podemos: seja desejar o objetovo, a paisagem, o corpo que ela representa; seja amar ou ter amado o ser que ela nos dá a conhecer; seja espartamo-nos com o que vemos; seja admirar ou discutir o desempenho do fotógrafo, etc.; mas esses interesses são frouxos, heterogêneos; tal foto pode satisfazer a um deles e me interessar pouco; e se tal outra me interessa muito, eu gostaria de saber o que, nessa foto, me dá estalo. Assim, parecia-me que a palavra mais adequada para designar (provisoriamente) a atração que sobre mim exercem certas fotos era "aventura". Tal foto me advém, tal outra não.
O princípio da aventura permite-me fazer a Fotografia existir. De modo inverso, sem aventura, nada de foto. Cito Sartre: "As fotos d eum jonal podem muito bem 'nada dizer-me', o que quer dizer eu eu as olho sem pô-las em posição de existência. Assim as pessoas cuja fotografia vejo são bem alcançadas através dessa fotografia, mas sem posição existencial, exatamente como o Cavaleiro e a Morte, que são alcançados através da gravura de Dürer, mas sem que eu os ponha. Podemos, aliás, deparar com casos em que a fotografia me deixa em um tal estado de indiferença, que não efetuo nem mesmo a 'colação em imagem'. A fotografia está vagamente constituída como objeto, e os personagens que nela figuram estãos constituídos como personagens, mas apenas por causa de sua semelhança com seres humanos, sem intencionalidade particular. Flutuam entre a margem da percepção , a do signo e a da imagem, sem jamais abordar qualquer uma delas".
Nesse deserto lúgrube, me surge, de repente, tal foto; ela me anima e eu a animo. Portanto, é assim que devo nomear a atração que a faz existir: uma animação. A própria foto não é em nada animada (não acredito nas fotos "vivas") mas ela me anima: é o que toda aventura produz.

Você acha que não porque esperar a dor passar é como olhar um transatlântico no horizonte estando na praia. Ele parece parado, mas aí você desvia o olho, toma um picolé, lê uma revista, dá um pulo no mar e quando vai ver o barco já está lá longe.

Se você tratar um indivíduo como ele é, ele permanecerá como é. Mas se você o tratar como se fosse o que deveria ser, ele se transformará no que deveria e poderia ser.

Há muita coisa a dizer que não sei como dizer. Faltam as palavras. Mas recuso-me a inventar novas: as que existem já devem dizer o que se consegue dizer e o que é proibido. E o que é proibido eu adivinho. Se houver força. Atrás do pensamento não há palavras: é-se. Minha pintura não tem palavras: fica atrás do pensamento. Nesse terreno do é-se sou puro êxtase cristalino. É-se. Sou-me. Tu te és.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Ele gosta dela. Não tem mais como fugir. É, dá medo. Ela deve estar com medo também. Gostar é começar o inferno tudo de novo. Mas ela, quem diria, escreve lá no texto que topa. Topa começar tudo de novo.

De repente do riso fez-se o pranto
silencioso e branco como a bruma
e das bocas unidas fez-se a espuma
e das mãos espalmadas fez-se o espanto
de repente da calma fez-se o vento
que dos olhos desfez a última chama
e da paixão fez-se o pressentimento

O contato com Deus se realiza através da fé, numa atmosfera calma e tranquila, tanto interior como exteriormente.

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