A Procura do Homem Perfeito
PROMESSAS DE PAIXÃO
As promessas de paixão perecem como fumaça
São versos que adoçam e azedam o pensamento
Palavras dispersas da empolgação em uma caça
Uma quimera, que no sonho do poeta, um invento
Perfumes imersos nas lembranças que devassa
A alma, vapor em um sopro ao torvelim do vento
Raios de ilusão que na noite cravejam a vidraça
Dos sonhos, e vivem em um único e só momento
Mas as que passam para o amor, em um feito
Ah! estas ao coração em um clarão alucina
Acalmam e fazem na emoção a sua morada
Acaloram os ouvidos e adentram pelo peito
É saciar a sede em riacho de agua cristalina
Tornando camarada a vida em sua caminhada
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
31 de julho de 2019
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
"Uma alma sensível, consegue perceber e sentir
a solidão de um pobre cachorro abandonado na rua;
sem dono, sem destino, sem lar".
"A fé cristã e a vida escoteira formam um todo único, só são Escoteiros para viver como Cristãos mais perfeitos, com um espírito sobrenatural mais intenso."
São Jorge, Padroeiro do Escotismo Católico.
“Há muito, muito tempo, diz-nos o imaginário deste Dia, surgiu a necessidade de criar umgrupo de pessoas que, por terem capacidades extraordinárias de adaptação, perseverança,amizade, solidariedade e o arrojo de ir mais além e ser mais e melhor se tornaram osguardiões de S. Jorge”. Surgiram depois os cavaleiros de rumos e as alcateias repletas de boadisposição e sabedoria e comunidades que têm a destreza de construir novos mundos” (Doimaginário deste Dia de S. Jorge)."
"A santidade não pertence a um período específico, nem possui um
uniforme particular. O sentido das responsabilidades despertado pela pedagogia escotista conduz a uma vida na caridade e ao desejo de se colocar ao serviço do seu próximo, à imagem de Cristo servo, alicerçando-se na graça que Cristo oferece, em particular, através dossacramentos da Eucaristia e do Perdão."
CONCERTO… (soneto)
Concerto... de performance revestido
Em admiração e espanto, na cor canela
Onde o céu em rubor dispa da aquarela
Musicando e luzindo o horizonte pálido
Divinal, tal sinfonia com poético sentido
Desce a túnica da noite com lua e estrela
Deixando o sol com a alumiação de vela
Num cenário de um sentimento prazido
Orquestra, ó cerrado do Triângulo Mineiro
No sossego e silêncio doidejante e faceiro
Matizando o sertão com música e poesia
São acordes de cores de um cancioneiro
Cheio de harmonia e de mágico cheiro
Compondo-se de atração nesta noite fria
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
17 de junho, 2020 – Triângulo Mineiro
Olavobilaquiando
INANIA VERBA
Ah! Quem há de querer, meus versos vazios
O que a emoção não diz, e a mão não poeta?
Cânticos numa só tormenta, em uma só reta
Que lamenta, sangra, porém, se tornam frios...
A quimera agita, regurgita, e na alma espeta
A rima espessa e torta, sem simétricos feitios
Abafam a ideia leve, sem os olhares gentios
Que, calam o espírito, num augúrio profeta
Quem o molde o terá pra encaixar no fado?
Ai! quem há de expor as frustrações malditas
Do sonho? que anina e não mais se levanta...
E a inania verba muda, e o amor ali calado
E as confissões que talvez não sejam ditas
No silêncio, emudecem, atadas na garganta.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, início de outubro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
Pequizeiro no caminho
Há um pequizeiro ali
No cerrado, solitário
Onde canta a Juriti,
Num doce cenário...
Onde o vento, venta bom
Onde o tempo tem razão
E o coração cala no tom,
No horizonte do sertão...
Cá tudo é calma, espera
Quem testa, a alma adoça
O gosto é de quimera,
E o povo, gente da roça...
Na poesia, agridoce canção
Deste seco chão, de cheiro
De primavera, de inspiração,
No caminho, há um pequizeiro...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Setembro de 2018
Cerrado goiano
bafios
eu era simplista
bastava a valeria
na agonia fui artista
poetando com maestria
na busca de conquista
baixas, também alegria
sem querer ser alarmista
no é fugaz, até a ousadia
abaixou a crista
e as dores em cortesia
fizeram da queixa ritmista...
e o dia, leveza vadia.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
8 de outubro, 2016
Cerrado goiano
TORMENTO
Divagando pela veneta
Da noite
Destrancando minha gaveta
Das aflições em açoite
Entre as estrelas e a lua
Na janela das saudades silentes
Em delação tão minha, tão sua
Vou trovando motivos urgentes
Nos lamentos com agrura crua
De um tempo que já se foi...
E neste silencioso agudo
Só a alma põe-se falante
E assim, então, eu a saúdo
Segando o tormento dissonante
Versando a solidão em suspiros rudo.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
06/04/2013, 01’45”
Cerrado goiano
CERRADO ERUDITO
Andei sobre o cerrado
Como os bandeirantes
Tão triste desmatado
Fui as lágrimas soluçantes
Fui por ele calado
Um dia cerrado, gigantes
No seu torto encantado
Só para me recordar
E não pude fascinar
Fiz uma poesia
Como poeta do cerrado
Soltei brados de fantasia
Pra tê-lo do meu lado
Mas a lembrança esvaia
Pelo axioma empoeirado
Neste preço tão alto
Do belo desnudado
E então, como Cora Coralina
Eu cantei versos ao luar
Neste chão, e céu anilina
Pra a sedução fascinar
Aí, me curvei
Chorei... Ante a força do sertão
Até quando este estado?
Surrado. Resiste a civilização
Ainda andei sobre o cerrado (...)
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
01 de abril de 2018
Domingo de Páscoa
Paráfrase Paulo Vanzolini
SONETO DE CARNAVAL (de outrora)
Distante da folia, o cerrado me afigura
A saudade como um saudoso tormento
Lembrar dela é uma sôfrega tal tristura
Esquece-la é nublar o contentamento
Ausentar de ti é a mais pura amargura
Todo momento é gosto sem fomento
Máscaras sem brilho nem alegre figura
Uma fantasia no samba sem afinamento
E no saudosando os tempos de outrora
Enquanto fugaz vão-se os anos, enfim
O que tenho pra agora, só silêncio afora
De toda a diversão a quietude em mim
É regente, pois já não sou parte da hora
E meu carnaval vela o traje de arlequim
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Fevereiro de 2017
Carnaval
Cerrado goiano
TARDES DO CERRADO
É o entardecer no cerrado das tardes de todo dia
Solitário no silêncio, chega à noite e, o olhar tardia
Se tarde é, todavia, o tardar apressa a hora vazia
Enchendo de quimeras a noite que no céu sombria
E no breu do tal entardecer que a noite tão pedia
O sol no horizonte abrasa-se e o adormecer regia
Nos galhos tortos, recria, tal qual o poeta na poesia
Em um entardecer rubro, árido e de aspereza fria
Vem a tarde, chega à noite valsando em melancolia
Onde o vento entre as secas folhas no tardar rodopia
E o tempo e saudades no peito se fazem em sinfonia
Pra haver outra tarde, outra noite, haver outro dia
Sem saber se é pranto, choro ou remia que prazia
Adentro no entardecer do cerrado que a noite espia
Com seu luar gigante, reluzente que o denso lumia
Vai-se a tarde, num lusco e fusco, e a coruja pia...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março, 2017, 18'00"
Cerrado goiano
BOCA DA NOITE
na boca da noite, calar-se
o cerrado se cafua
o sol fustigado
a lua nua
o céu estrelado...
Anoitece, e o dia recua.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Março de 2017
Cerrado goiano
FIM DO ANO
E o número assim termina
outra vez, cada vez mais voraz
É o tempo em sua sina
Que seja, então, mais eficaz
O novo floresce, o velho declina
Vai-se mais um, vem-se outro atrás...
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro 2017
Cerrado goiano
CANTANDO O CERRADO (soneto)
Essa vossa árida serena formosura
Que as exibe, és casta e tão tanta
Tanto mais a cena vossa apura
Quanto mais os olhos prende e encanta
Mostrais vossa diversidade em tal ventura
Com uma graça igualado duma infanta
Que põe alfim alguma desdita e tristura
E o espanto se aumenta ou se aquebranta
De tal beleza entrajais, oh vária flora
O meu enlevo, de guita tal tecendo
E destecendo o desencanto, um engano
Que, se ei perdido o extasiar outrora
Agora és só elogio os faço dizendo
Pra asinha referir-te como tal soberano
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2017, junho
Cerrado goiano
Paráfrase Abgar Renault
AMANHECÊNCIA
Na manhã do cerrado, a amanhecência
O sequioso sol escorre numa enxurrada
Dissolvendo a noite numa transparência
Do azul visceral do alto céu da esplanada
O dia flana no horizonte com paciência
Onde a luz sem um pouso certo, calada
Suga o primeiro brilho, adiante essência
Da mão de Deus traçando a madrugada
Deglutindo o breu, o espasmo nascente
Beija o dia virgem do alvorecer inocente
Devagarinho qual uma gentil namorada
O pólen do raiar se espalha tão ardente
No enxuto sertão do chão árido vigente
Num espectro mágico e Deia iluminada
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2017
Cerrado goiano
à rotina
todos os dias
o mesmo cerrado
as mesmas cortesias
bons-dias!... diário
nas mesmas heresias
dum mesmo cenário
e nestas galimatias
rotina é meu rosário
minúcias e alegorias
pra ornar o obituário!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
09/10/2019
Cerrado goiano
nega
não apresso mais
arriei a armadura
cansei do jamais
d’alma em candura
paz...
tudo vai à frente
a sorte lá traz
o silêncio presente
e o tempo voraz!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Outubro de 2019
Cerrado goiano
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