Vou dar Volta ao Mundo

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Não posso dar-me a quem me não sabe prender.

A mais bela das raparigas só pode dar aquilo que tem.

Há mulheres que se encontram à venda e jamais conseguiriam dar-se.

Dar com ostentação não é muito bonito; mas nada dar com discrição, não é melhor.

É possível doar muito sem criar obrigações: / a maneira de dar vale muito mais do que o donativo.

É preciso dar o nome do amor a todos os sentimentos ternos que temos. Mas nunca saberemos se é mesmo ele.

O objetivo profundo do artista é dar mais do que aquilo que tem.

Porquê dar conhecimento das nossas opiniões? Amanhã, podemos ter outras.

Não há coisa tão fácil como dar conselho, nem mais difícil do que sabê-lo dar.

Vamos dar uma salva de palmas a esta figura trepidante e dinamitosa que foi o Seu Nono.

A razão foi dada ao homem para que ele pudesse viver com juízo, e não tanto para que ele pudesse dar-se conta de viver irracionalmente.

Sendo a moda a imitação de quem pretende dar nas vistas àqueles que não o desejam, resulta daqui que ela muda automaticamente. Mas os comerciantes acertam esse relógio.

Uma coisa é certa, que é o fato de não podermos dar nada por certo; sendo assim, não é certo que não podemos dar nada por certo.

O difícil não é dar, é não dar tudo.

Na vida não deves dar conselho a quem precisa de dinheiro.

É mais fácil não dar o poder a certos homens do que impedir que abusem dele.

Eu quero não sentir. Quero ver a vida em volta, sem sentir nada. Quero ter uma emoção paralítica. Só rir de leve e superficialmente. Do que tiver muita graça. E talvez escorrer uma lágrima para o que for insuportável. Mas tudo meio que por osmose. Nada pessoal. Algo tipo fantoche, alguém que enfie a mão por dentro de mim, vez ou outra, e me cause um movimento qualquer. Quero não sentir mais porra nenhuma.

Mas; também, cair não prejudica demais – a gente levanta, a gente sobe, a gente volta! (...) O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem.

Guimarães Rosa
Grande Sertão: Veredas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.

Nota: Os trechos costumam vir unidos, mas, no livro, eles são separados por algumas páginas.

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Se você jogar flores, flores virão de volta.

... e ele chama, e a gente volta, e briga, e ama, e sofre, e ama, e ama, e ama, e desama.