Voltando ao Normal
É normal essa angústia toda? Esse sentimento de insuficiência que parece não caber mais aqui, as lembranças vindo à tona, todas de uma vez só, os sentimentos se embaralhando em meio a tentativas de explicar a si mesmo o que está havendo, o que seria esse turbilhão de sentimentos rodando como a hélice de um ventilador em dia de calor. É tudo tão confuso, é tudo tão sinistro e diferente, é tudo tão angustiante que dá vontade de se jogar num abismo e sumir, desaparecer, ir pra um mundo seu, e que lá possa acontecer um terço das coisas que eu penso antes de dormir, pelo menos uma, uma única coisa, nem que seja por 1 minuto sabe? Nem que seja pra depois acordar e saber que tudo não passava de um sonho, mas um sonho bom, porque nós vivemos a realidade, mas se ela está ruim, vamos sonhar. Dói tanto sabia, dói de uma forma que parece não sessar nunca. É incrível como as coisas são, mas tudo bem, isso é fase, isso passa. Mas enquanto ainda tá aqui, presente em mim, eu vou suportando, eu vou tentando achar meios de ficar bem, mesmo sabendo que não vou encontrar nenhum, porque quando coisas assim acontecem, o único meio é ser forte, e cá entre nós, ser forte não é bem o meu forte.
A natação é normal para mim. Eu me sinto relaxado, confortável e sei o que me rodeia. É a minha casa.
Sonhar é normal, esquesito é sonhar contigo duas noites seguidas, e sonhar contigo duas noites seguidas, trouxe em min saudades tuas.
Errar e admitir o erro, é normal. Errar e não admitir o erro também é normal. O que não é normal é não errar, pois você é humano e tem esse direito.
Quase todos acham que eu sou normal; mal sabem que posso ser um psicopata hibernado, à espreita de um disparo do gatilho da psicose reversa!
"For do normal
Feito um espiral
Desenhando o sol
Pitando um arco-irís em seu coração
Serei o teu amor
No meio da multidão
Jogando flores pelo chão
Indo em sua direção
Feito uma canção"
CRÔNICA DE UM AMOR NÃO VIVIDO
Era um tarde normal como outra qualquer, na correria do dia a dia cheia de papéis na mão ela não percebeu a presença dele no café. Uma amiga a chamou, para falar algo que ela nem lembra mais, nem do assunto e nem da amiga.
Quando virou seus olhares se cruzaram. Ele levava a xícara até a boca. Ela congelou, paralisou, sentiu seu coração bater descompassado. Quem era ele? Por alguns minutos imaginou milhares de coisas juntos. Poderiam ter se conhecido no café, na fila do banco, num barzinho ou restaurante, trocariam uma conversa sobre o quanto detestam fila, ou que ela detesta comida japonesa. Ou quem sabe até em uma dessas festas estranhas com "gente esquisita", ouvindo música sertaneja que ele odeia. Talvez trocariam telefones. Talvez.
Mas a verdade verdadeira é que nada tinha importância, nem ela nem ele se importavam com o dia que aconteceu, isso era pequeno demais perto do que sentiam.
Nunca tiraram uma self, nem fizeram declarações públicas e amor nas redes sociais, não passaram um final de semana viajando, aquela viagem romântica.
A família dele nunca soube o quanto ela o amava e nem a dela o quanto ela era engraçado, porque nisso combinavam eram engraçadinhos, sempre com uma piadinha na manga. A gatinha dele nunca deitou no colo dela, não assistiram nenhum capítulo da novela das oito juntos, e nem discutiram sobre o galão de água que ela esqueceu de comprar.
Ele nunca fez aquele franguinho especial para ela e nem ela o seu famoso risoto de parmesão. Nunca passaram uma noite e conchinha, e ela sempre quis saber como aquele rostinho lindo ficava quando dormia. Nunca se deixaram sentir além da linha amarela. E não o fizeram porque não deixaram que isso acontecesse. Sabiam ser seus pares perfeitos. Mas no fundo não acreditavam nisso.
Acostumaram a viver um amor clandestino. E perderam a chance de sentir aquela paz que o amor traz. Optaram, ou não, pelas noites mal dormidas do que uma vida bem vivida.
Um dia cansados dessa clandestinidade, se despediram prematuramente. Escolheram a vida longe um do outro ao invés do para sempre até o final. Não deixaram o amor acontecer na vida real.
Ela hoje se sente só. Chora pela viagem que não fez com ele e pelos passeios de mãos dadas que tanto sonhou. Ele? Bom ele continua vivendo sua vida procurando quem sabe encontrar um amor que ele acha que ainda não encontrou... Parafraseando Frejat. Que aliás escreveu muitas das músicas deles...
O que eles não entenderam é que precisavam ter tido mais coragem para olhar além de si mesmos...
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