Você não Chegas aos meus Pés
SONETO ORANTE
Em teu louvor, Senhor, estes meus versos
Aqui a teus pés, minha fé, para cantar-te
Neste soneto em rogo, orante... Destarte
Aqui as falhas mortais, na prece imersos
Humildemente o meu olhar a adorar-te
Ó Sacrossanto que reina os universos
E põe a margem os corações perversos
Os meus erros para ao Teu perdão parte
Diz-me o necessário dos maus anversos
Pra que possa me redimir em descarte
E ter comunhão, caridade n'alma emersos
No merecimento do Céu inteiro, fartes
Meu coração de paz e bem, dispersos
Nas boas ações, e na fé como baluartes (Amém!)
Luciano Spagnol
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Poeta simplista do cerrado
NO CHÃO DA PARAÍBA (Tereza Norma)
De volta ao seu chão, nordestino
Pés, nos pés da sua Paraíba
Neste regresso, és sol matutino
Reencontro, onde o orgulho arriba
Nos braços e nos abraços, oxente
Cada traço riscando o seu cristalino
Es destino, em um destino resistente
Distante, e ainda daí. Oh, menino!
Apesar da aparência de estradeira
Tal onipotente é o amor Divino
Assim, também, és forte videira
Na fado um espírito peregrino
Tua terra, do Nordeste, Norma Tereza
Resvala nas lembranças hospedeira
D’Alma, porém nesta tal correnteza
Jorra a tua saudade verdadeira...
© Luciano Spagnol
Poeta do cerrado
2018, maio.
Cerrado goiano
Á Virgem Santíssima
A teus pés, tal fé de incerteza,
O coração cheio de inquietude.
Posto o meu olhar de solicitude,
No teu doce alento de pureza...
Mais que piedade, é plenitude,
Que nem sei se há mais riqueza.
Tal o amor, tal luz, tal grandeza,
Que ao nosso clamor, servitude...
No rosário, desfio minha rudeza.
Mãe feita de perdão, pura beleza,
Cheia de graças, a reza primeira...
Da paz, divina piedosa dolorosa,
Silenciosa, fita-me assim chorosa...
Auxílio em nossa hora derradeira.
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
2018, setembro
Cerrado goiano
Olavobilaquiando
SONETO À ARAGUARI
Os pés da infância de te é distância
O olhar ainda em ti é de lembrança
Que veem e choram na sua fiança
Dentro do peito com significância
És cidade mãe, de minas a aliança
Em ti sou vinda, a mim és rutilância
De alusão, quimeras e substância
Desenhando e roteirizado herança
Vida que morre, é tal, a vida que vive
Caminhando comigo, assim, mantive
A minha história, que eu nunca perdi
Menor dos meus desejos, de te tive
Boas memórias, em ti sempre estive
És flor na lapela: altaneira Araguari!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Agosto de 2016
Cerrado goiano
128 anos de Araguari (MG)
SONETO NA CHUVA
Quantas vezes, pés descalços, enxurrada
A minha infância, na inocência eu brinquei
Águas em versos, chuva molhada, sopeei:
Quantas vezes eu naveguei na sua toada?
Na narração me perdi, no tempo maloquei
As lembranças ali no passado deixada
De memórias fartas, meninice, criançada
Aqui no peito guardada, e nelas estarei...
Céu cinza do cerrado, nuvem carregada
Deixa chover, pois só assim eu alegrarei
Da varia recordação da pluvial derivada
Pingo a pingo, trovoada, no outrora voltei
Água na cara, cachoando na alma calada
De saudades, neste soneto na chuva, falei!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Dezembro, 2016
Cerrado goiano
Bagagem
Não sei quantos chãos tenho
Cada instante um sob os pés
Continuamente não me retenho
Nunca me achei, sempre revés
De tanto ser, só sou um lenho
Em borralho de alma, ao invés
De só vê que ruim é ser inhenho
Vejo o que sinto não é o que és
Uma vontade de ter empenho
Atento a cada tal lugarejo
Me torno eles e não a mim
Metamorfoseado no desejo
Sou eu, outro, neste jardim
E assim tão distinto cenário
O meu ser piorra sem fim
Diversos, só e questionário
Julguei o que sinto, enfim
Os chãos são o meu plenário
Deles levo um bocado, deixo
Um bocado, enfim, vou indo
Pois o que segue não queixo
Nem prevendo, nem provindo
Vou assistindo à passagem
Nesta de chegando e partindo
Vou lendo, escrevendo a paragem
Sem rever o conteúdo advindo
Em cada estória faço a bagagem
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Cerrado goiano
CRISTO (soneto)
Quando a teus pés oh Cristo Amado
Desces da cruz e pende no meu peito
Ungindo de amor, luz num tal respeito
Que fazes do meu cigalho imaculado
Eu, pecador e, um tanto imperfeito
Sinto-me nos teus braços, levado
Orando consolo em ti crucificado
Arrebatado no amor, eu a ti preito
Mas quando me vejo, enevoado
De pouca fé, um coração estreito
Perdão! No abatido envergonhado
Fraquejado, pouco ouvi o preceito
Me empanturrando no vil pecado
Só em ti Cristo! És o acaso perfeito!
© Luciano Spagnol
poeta do cerrado
Janeiro, 2017
Cerrado goiano
Visto meus pés na estrada, em ladainha de coragem e covencimento, de que o vento da partida é o melhor neste momento... Apagando-me, diluindo-me, desmanchando-me na saudade deste meu contratempo...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
junho 2010, Rio de Janeiro. RJ
SÚPLICA (soneto)
Se tudo muda e tudo perece
Se tudo cai aos pés da negaça
Se veloz a vida por nós passa
Pondo de lado o teor da prece
Se, se a inspiração desfalece
Se dói a dor que a dor enlaça
Se perde o encanto, a graça
O lhano, e aí a gente cresce
Se o amor tem a alma pura
E este amor também tortura
Nos gerando tolos e loucos
Se tudo tem no tempo valeria
Tudo vai, Pai! Por que não alivia
O sentir que me traga aos poucos?
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Setembro, 05/2020 – Triângulo Mineiro
paráfrase Auta de Souza
LAVA-PÉS
dá-se para se lavar
a fé, o lenho, a sujeição
as mãos, a alma, o olhar
areie o cunho, o coração
permita-se lavar
a selvageria
a falta de amar
asseie-se com poesia
banhe-se na verdade
raspe a hipocrisia
então, sentirá
alegria
companhia
sabedoria...
varre-se de bem
sem revés
o Divino é além
é através
permita-se lavar
a boca, o mal viés
empunhe sua cruz
e no seu convés...
o caminho, a verdade... Jesus!
permita-se no lava pés!
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
14, abril, 2022, 17’11” – Araguari, MG
paráfrase Frei José Ariovaldo
Permita-me ser o chão que você pisa com desatenção. Deixe que eu me estilhace sob seus pés, em silêncio, só para ter a honra de sustentar seus passos, mesmo que eles se afastem de mim a cada vez.
Pobre de espírito
Lava-nos os pés sem orgulho,
Quebre toda altivez!
Perceba que a vida é um muro,
Ou ponte, só depende de você!
Os desalinhos da vida não podem destruir,
Tudo o que o Senhor fez com amor.
Escravidão é não poder sair,
Das mais diversas imposições...
O privilégio de sorrir,
O direito de amar,
São sentimentos que um dia eu vi,
O Pai celestial derramar...
Viva o perdão,
Ele enriquece o coração,
Abandone a solidão,
Ela é só sofreguidão!
Escolha ser pobre de espírito,
E não rico de orgulho.
Eu estava a seus pés
Você se confundiu
Achou que eu estava debaixo deles
Quando o que eu queria era caminhar a seu lado
Você não deve permitir que outra pessoa dite como você deve viver. Não baseie sua vida em outra pessoa; ao se moldar para não perder alguém, por pena ou medo, você se perde e se desvia do propósito da sua alma, que é se encontrar. Se você não descobrir quem é e qual é o seu propósito, não conseguirá escrever sua própria história e acabará vivendo como um mero coadjuvante nas histórias dos outros.
"Seria eu aquela sombra de meio-dia? Aquela que fica aos seus pés, sendo pisoteada, mas ainda assim seguindo-o, crendo que o caminho que você seguir deve ser o mesmo pelo qual devo ser arrastado.
Seria grosseiro dizer que viver de tal forma é cansativo?
Seria grosseiro dizer que não quero ser uma sombra de meio-dia e sim "eu"; um "eu" que se define e se autolimita? Um "eu" que vive por e para si mesmo?
Mas, no fim das contas, seria hipocrisia da minha parte dizer que não é tão ruim assim viver nessas condições?"
Vida simples
Pisando no chão com os pés descalços
Correndo pelos campos , longe da cidade
Em cada amanhecer um sorriso no rosto
Um olhar manso
Seu jeito quebrantado
Caminha humilde
O velho sábio
O ouvir seus contos
Em sua voz suave
Senti uma saudade
Daquele velho danado
Fecho os olhos e lembro com alegria
A vida é simples
Mas de muita alegria
O cheiro da terra
O cheiro do mato
Me traz lembranças
Do tempo que eu era uma criança
O vento sopra a meu favor
Foi nesse mundo que aprendi
O que realmente tem valor
E hoje reside em meu coração
A tranquilidade e o amor
E o no mais simples
Encontrei vida para meu interior
Poetisa
IsleneSouzaLeite
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